São os patrões dos patrões, quem
os representa, quem defende os seus interesses, sempre em prejuízo dos que
trabalham, dos que exploram, dos que parasitam na maior parte dos casos. Para
estes a igualdade - qualquer que seja - não é prioridade. Só deixam escapar que “é tema
importante” porque ficaria mal serem honestos e repudiar publicamente essa tal
de igualdade, que na realidade abominam. A exploração selvagem, o parasitismo, é a
especialidade daquela espécie agremiada num aglomerado mafioso que beneficia de trato
servil dos governantes que os povos elegem para “administrar” este capitalismo
selvagem, esclavagista, desumano. Olhem p’ra eles, os sevandijas!
Redação PG | MM
Igualdade é tema importante, mas
não é prioridade, dizem patrões
A Confederação do Comércio e
Serviços de Portugal e a CIP - Confederação Empresarial de Portugal assumem que
a igualdade entre mulheres e homens no trabalho é um tema importante, mas
reconhecem que ainda não é uma prioridade.
Em declarações à Lusa, a propósito dos 40 anos da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), que se assinalaram na sexta-feira, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) realçou que a igualdade "é um problema complexo, de raiz cultural, mais complexo do que tomar meramente decisões administrativas ou outras".
Não tendo dúvidas de que se trata
de "um avanço civilizacional", no qual também as empresas se
devem empenhar - e "também compete às associações empresariais a motivação
dos empresários --, João Vieira Lopes recorda que "as pequenas empresas
têm muito menor flexibilidade, é uma dificuldade estrutural do tecido
empresarial português".
Portanto, existem "problemas
de organização do tempo de trabalho" e, neste aspeto, "a flexibilização"
e "as novas formas de trabalho, em casa e outras" são temas
importantes.
"Em Portugal há 400 mil
empresas, 98,7% são pequenas, médias e micro e a organização do trabalho em todas
essas empresas muitas vezes não se compadece com algumas legislações, que têm
de ser adequadas ao tecido empresarial que nós temos. Isso é a nossa grande
preocupação, porque, por vezes, o politicamente correto não tem em
conta essa especificidade, não só nesta área como noutras",
destaca.
Porém, frisou, a igualdade entre
mulheres e homens no trabalho e no emprego tem impacto, "ao contrário do
que muitos possam pensar", na produtividade das empresas e no potencial de
quem trabalha e, portanto, os agentes do trabalho devem fazer "um esforço
comum" para a atingir.
António Saraiva, presidente da CIP,
não tem dúvidas de que este "é um combate que tem de ser feito",
ainda que reconheça que "não tem sido uma prioridade".
A igualdade "tem sido uma
das preocupações" e a CIP tem incorporado o tema em mensagens e
estudos, observou.
"Tem sido uma evolução, de
alguma maneira, lenta. É costume dizer-se que são questões culturais... admito
que sim, que haja alguma carga cultural", comentou, realçando, porém, que
"a sociedade em mudança" desafia as empresas a saberem "fazer
diferente" e "mais rapidamente".
Por outro lado, frisa, a
igualdade só será uma prioridade quando para "um conjunto de
responsáveis" assumir esse compromisso. "O Governo, os parceiros
sociais, quer patronais, quer sindicais, e a sociedade de um modo geral não
podem demitir-se desse trabalho", defende.
E dá um exemplo, para sustentar
essa interação entre vários agentes: a conciliação entre o trabalho e
a família requer "mecanismos de apoio que hoje também são insuficientes,
uma rede de creches, infantários, o preço da habitação, a estabilidade no
trabalho".
Sobre a lei que obriga as
empresas cotadas a cumprir uma quota de 20% de mulheres nos conselhos de
administração, em vigor desde 01 de janeiro de 2018, ambas as
confederações admitem que tem um simbolismo importante.
"Às vezes a lei, se por um
lado não deve impor realidades onde elas não são aplicadas, por outro não é
menos verdade que se não houver o impulso, uma indução, as coisas demoram mais
tempo", reconhece António Saraiva, destacando "o exemplo" que as
empresas públicas devem dar.
"Nós, na CCP, não
simpatizamos muito com as políticas de quotas, gostaríamos mais de ter
políticas de incentivo do que quotas obrigatórias", admite João Vieira
Lopes, reconhecendo, porém, que a experiência tem demonstrado "aspetos positivos"
das quotas.
Quando a lei foi adotada, as
mulheres representavam 12% nos conselhos de administração das 40 empresas
cotadas em bolsa. Um ano após a aprovação da lei, já são 16%.
Notícias ao Minuto | Lusa
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