A polícia guineense dispersou
hoje (26.10) uma tentativa de manifestação da oposição, majoritariamente, que
questiona o processo eleitoral. Um homem morreu durante a manifestação não autorizada
na capital guineense.
Na Guiné-Bissau, a polícia
dispersou com recurso a gás lacrimogéneo uma tentativa
de manifestação em Bissau organizada por vários partidos da oposição
e apoiantes de dois candidatos independentes às eleições presidenciais de
24 de novembro. Segundo informou a agência de notícias Lusa, um homem
morreu durante a manifestação em Bissau.
O incidente, que envolveu milhares
de pessoas, ocorreu na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga
o centro da cidade de Bissau ao aeroporto. A circulação automóvel está
interrompida numa das faixas de rodagem, junto à sede do PRS, e a polícia
continua a dispersar manifestantes nas ruas paralelas à avenida.
A manifestação, proibida pelo
Governo, foi organizada pelo Partido da Renovação Social (PRS), Movimento pela
Alternância Democrática (MADEM-G15) e Assembleia do Povo Unido - Partido
Democrático Guiné-Bissau (APU-PDGB) para reclamar da forma como estão a ser
organizadas as eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.
Ministério do Interior
Numa carta enviada na sexta-feira
aos organizadores do protesto, o Ministério do Interior explicou que o protesto
não era autorizado por o executivo não ter condições de garantir a segurança
necessária à manifestação.
"Gostaríamos de
comunicar-vos que, lamentavelmente, o Ministério do Interior não se encontra em
condições de garantir a segurança necessária à vossa manifestação, pelo que
objeta a realização da referida manifestação", refere o Ministério do
Interior na carta enviada aos organizadores do protesto e divulgada à
imprensa no final do dia de sexta-feira.
O ministério justificou a sua
decisão, salientando que a lei prevê que as pessoas ou entidades que pretendem
realizar manifestações devem avisar com antecedência mínima de quatro dias
úteis e que só recebeu a carta na quinta-feira.
"Isto significa dizer que em
vez de quatro dias mínimos de antecedência, o Ministério do Interior apenas
dispõe de um dia para organizar todo o aparato de segurança para assegurar que
a marcha decorra num ambiente ordeiro, tendo em vista a proteção da integridade
dos cidadãos e dos seus bens", salienta a carta.
O ministério salienta também que
a lei obriga aos organizadores do protesto a indicarem a hora de início da
manifestação, que não consta da carta.
O partido PRS e o MADEM-G15,
na oposição, e a APU-PDGB, que faz parte da coligação no Governo, anunciaram um
protesto par este sábado, para reclamar a forma como estão a ser organizadas
as eleições
presidenciais guineenses, marcadas para 24 de novembro.
Na sua página da rede social
Facebook, a Liga Guineense dos Direitos Humanos manifestou-se contra a decisão
do Governo de proibir o protesto.
(em atualização)
Deutsche Welle | Agência Lusa
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