Depois da acusação da RENAMO, a
resposta da FRELIMO: o partido no poder em Moçambique rejeita ter reativado
"esquadrões da morte". Acusa ainda a RENAMO de querer perturbar a
ordem e a tranquilidade no país.
"Esta não é a primeira vez
que a RENAMO [Resistência Nacional Moçambicana] fala de esquadrões da morte,
mostra claramente que esta questão é uma linha da própria RENAMO",
declarou o porta-voz da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Caifadine
Manasse.
A reação surgiu horas depois
de acusações
feitas pelo porta-voz da RENAMO, José Manteigas, de que o partido no poder
reativou alegados esquadrões para perseguir membros do principal partido da
oposição, na sequência da contestação aos resultados das eleições gerais de 15
de outubro.
Manasse disse que as acusações à
FRELIMO são uma tentativa de manipulação para instalar um clima de perturbação da
ordem e tranquilidade pública.
"Nós vamos continuar a
dirigir os destinos do povo e não vamos apoiar nem vamos admitir qualquer
perturbação que retarde o desenvolvimento do país", defendeu o porta-voz
da FRELIMO.
A RENAMO, prosseguiu, está a
passar por um clima de crise e divisão interna, com uma ala dirigida pelo líder
do partido, Ossufo Momade, e uma outra chefiada pelo líder da autoproclamada
Junta Militar.
"A RENAMO está com problemas
internos sérios", frisou Caifadine Manasse.
O porta-voz da FRELIMO acusou a
Renamo de estar por detrás dos ataques armados nalguns troços de estrada no
centro de Moçambique, assinalando que o partido protagonizou esse tipo de ações
no passado como parte da sua estratégia de contestação dos resultados
eleitorais.
Na manhã desta terça-feira
(12.11), um grupo armado atacou
um autocarro no centro de Moçambique, ferindo três pessoas, disseram à Lusa
testemunhas e autoridades, na sequência da violência armada que desde agosto já
matou 10 pessoas na região.
O mesmo tipo de violência naquela
região aconteceu em 2015, em período pós-eleitoral, quando Afonso Dhlakama
(antigo líder da Renamo) rejeitou a vitória da FRELIMO, mas negando o
envolvimento nos confrontos.
Desta vez, o cenário é ainda mais
complexo depois de em junho um número incerto de guerrilheiros da RENAMO
chefiados por Mariano Nhongo se terem revoltado contra o líder do partido,
Ossufo Momade, ameaçando destabilizar a região.
No entanto, em contactos pontuais
com a Lusa e outros órgãos de comunicação social, Nhongo tem negado serem os
seus homens os autores destes ataques.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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