domingo, 3 de novembro de 2019

"Nem bons ventos, nem bons casamentos" vindos de Espanha... Nem água no Tejo


Governo afirma que gestão de Espanha do caudal do Tejo "não é aceitável"

De acordo com o jornal Público, as consequências económicas, ambientais e sociais refletem-se num cenário "dramático" e o Governo português nunca recebeu explicações de Espanha.

O Governo considera que a gestão que Espanha fez durante o ano hidrológico 2018/2019 para lançar o regime de caudais anuais para o rio Tejo "não é aceitável", noticia este domingo o jornal Público.

O ano hidrológico 2018/2019 terminou em setembro e Espanha libertou uma média de 14 milhões de metros cúbicos de água diários da barragem de Cedilho, durante o mês de setembro, para que Espanha cumprisse o volume anual integral estabelecido na Convenção de Albufeira, refere o jornal.

"Portugal já referiu de forma clara a Espanha que vai reforçar a sua atitude na próxima reunião plenária da CADC (Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira) propondo o incremento de mecanismos de controlo que permitam evitar no futuro situações desta natureza", afirmou o MAAC citado pelo Público.

O Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC), refere o jornal, afirma que "nunca se tinha atingido uma situação em que o diferencial do escoamento acumulado em junho para o integral tivesse uma diferença tão significativa, mesmo nos anos em que se verificaram condições de exceção".

As consequências económicas, ambientais e sociais refletem-se num cenário "dramático" e o Governo português nunca recebeu explicações de Espanha, adianta o jornal.



A TSF contactou, entretanto, o Ministério do Ambiente que adiantou que não vai tecer qualquer comentário sobre o assunto, sublinhando que a posição da tutela está clara nas declarações do ministro João Pedro Matos Fernandes aquando da discussão do programa do Governo.

Ouvido pela TSF, o porta-voz do movimento proTEJO, Paulo Constantino, assinala a mudança de atitude do Governo, lembrando que o movimento vem alertando para o problema há muito tempo: "Há anos que vimos a dizer isto. E a posição que ainda vimos há uns dias do senhor ministro do Ambiente é que não faltava água. Era como se estivesse a dizer que não havia nenhum problema. Há aqui uma alteração completa, uma volta de 180 graus."

O movimento proTEJO defende uma melhor gestão dos caudais, que poderia levar a um triplicar do caudal mesmo no verão. Paulo Constantino propõe, por isso, distruibuir o caudal existente "por todos os trimestres".

TSF | Lusa | Título PG

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