Pequim, 05 nov 2019 (Lusa) - O
Presidente da China, Xi Jinping, declarou hoje o seu apoio a Carrie Lam, chefe
do Executivo de Hong Kong, região semiautónoma chinesa que há cinco meses é
palco de manifestações pró-democracia.
"O Governo central confia em
si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa", afirmou Xi
Jinping, durante um encontro com Lam, realizado na cidade de Xangai, segundo a
agência noticiosa oficial Xinhua.
Após ouvir o relato de Lam sobre
a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo da
antiga colónia britânica "cumpriu com as suas obrigações e esforçou-se
para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social".
"Fez um trabalho duro e
ótimo", descreveu.
O líder chinês expressou ainda o
seu desejo de que as "pessoas de todos os setores da sociedade em Hong
Kong implementem plena e fielmente a fórmula 'um país, dois sistemas' e a Lei
Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços
conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong".
O Presidente chinês está em
Xangai para participar da inauguração da segunda Expo Internacional de
Importação da China (CIIE). Lam participa da cerimónia de inauguração como
convidada.
Xi realizou um banquete oficial
na noite de segunda-feira para convidados de alto nível que participarão no
evento, incluindo o Presidente francês Emmanuel Macron e Carrie Lam.
Nos últimos meses houve vários
rumores que apontavam para a saída da chefe do Executivo, o que é também uma
das exigências dos manifestantes.
A contestação social, que dura há
cinco meses, foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à
lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região
administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem
acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto,
formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora
também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação
independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos
protestos.
A transferência de Hong Kong e
Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente,
decorreu sob o princípio de "um país, dois sistemas", precisamente o
que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Lam deve viajar para Pequim para
se reunir amanhã com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng.
JPI // MIM
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