sábado, 28 de dezembro de 2019

BRUXARIAS… PARA 2020 – TUDO MENOS “MATAR CABRITOS"


Este é o Curto do Expresso. Isso já sabe, não é preciso ser bruxo – basta ser La Palisse. Bom dia. Dia de sol na eira e assim será durante o fim de semana. Um passeio pelas praias com ares de despedida do 2019 vai ser bom. Se estão no interior do país… Pois, talvez possa recorrer a uma praia fluvial ou, em último caso, à beira de uma piscina. O sol convida e o bom tempo de inverno assim recomenda.

E agora, que já metemos água no texto, vamos ao banho. Um banho à laia de Curto pela lavra de Miguel Cadete. Não nos alongaremos nesta abertura habitual com assinatura PG porque Cadete tirou o pó às bolas de cristal e optou por bruxarias. Vá ler e perceberá o que queremos dizer com isto. Recomendamos que não queiram ser bruxos em relação ao país nem ao resto do mundo. O que vai acontecer não será muito diferente do acontecido em 2019. Vamos ter mais do mesmo. Guerras, mesquinhices, nojeiras de políticos e gentes sarnosas e poderosas que lideram as desgraças do planeta. Continuarão em ação os 1% muito mais ricos, os 99% muito mais pobres e famintos vão manter-se com vidas miseráveis e vítimas de exploração acrescida, o ambiente continuará na senda de uma maior lástima, uns quantos a lutar e a morrer por um mundo melhor, com mais humanidade, saúde, justiça e democracia e a maioria a manter-se alheia e temerosa, cobarde perante a manipulação e repressão exercida pelos governos dos muito ricos – que enchem a boca com a palavra democracia apesar de terem por destino ditaduras e fascismo, racismo e xenofobia… Até parece que somos bruxos.

Sobre essa de "matar cabritos" nem nos pronunciamos (a seguir perceberá). Infelizes dos ditos animais...

Fique com o Curto, a seguir. Vale a pena se a vossa disponibilidade para ler não for pequena. Curta o Curto, do Expresso.

Bom dia e muitos queijos.

PG



Bom dia este é o seu Expresso Curto

A bola de cristal do Expresso para 2020 e os cabritos que é preciso matar

Miguel Cadete | Expresso

O Natal já lá vai. Mas o Ano Novo está quase a chegar. É tempo de juras, promessas e desejos. De mudar de vida. Também é o tempo certo para tirar o pó às bolas de cristal. De há uns anos para cá, o Expresso tem vindo a afinar as suas previsões para os 365 dias que se aproximam.

Adivinhar o que aí vem por vezes não é tão difícil: basta que se coloquem as perguntas certas. E na edição que amanhã chega às bancas – e que também estará acessível em suporte digital para assinantes – encontram-se muitas respostas para o que há-de vir.

Saiba por isso, em exclusivo e em primeira mão, se Marcelo Rebelo de Sousa vai passear em direção a um segundo mandato na Presidência da República. Se Mário Centeno se aguenta no Governo e à frente do Eurogrupo. Se no Parlamento será aprovada a lei da eutanásia. E os incêndios, vão continuar? Donald Trump será reeleito ou destituído?

Não menos importante: Portugal vai, finalmente, voltar a ter um campeão olímpico? E as obras no Palácio da Ajuda, qual Santa Engrácia, vão terminar em 2020? E no universo dos media, será que os podcasts vão matar a rádio?

Ao todo são, nada mais nada menos, do que 150 respostas para outras tantas questões (mais dez que não couberam) que não vão impedir que a Terra continue a girar à volta do Sol mas que podem mudar decisivamente os nossos dias, a partir daquele momento em que entramos no ano que queremos (e cremos) que seja o Ano Bom.

Mas voltemos ao Natal: a menos que seja vegetariano dos sete costados, é muito provável que durante a Consoada o caro leitor tenha deglutido bacalhau ou cabrito, polvo ou peru, segundo manda a tradição. Mas a tradição também já não é o que era.

Cresce nas sociedades modernas a corrente dita animalista que não aceita que se matem animais, que por seu lado, são alvo de uma cada vez maior humanização. Henrique Raposo defende, na edição de manhã da Revista do Expresso, a ideia de que “ir ao supermercado comprar cabrito, frango, vaca ou coelho cria uma distância amoral entre o ato de matar e o ato de comer”, algo que um guru de muitos cozinheiros, como Anthony Bourdain, não desdenharia, mas que é certamente uma contradição das sociedades urbanas dos nossos dias. “Se as teorias dos direitos dos animais não têm substrato moral, as fábricas de carne que tratam animais como objetos inertes também são moralmente indefensáveis”, conclui-se no artigo que faz a capa da Revista do Expresso.

OUTRAS NOTÍCIAS

Conselho de Estado autoriza que António Costa deponha por escrito no caso de Tancos. O primeiro-ministro vai depor por escrito, tal como pretendia, no caso de Tancos, em que é testemunha do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes. "A totalidade das respostas recebidas dos Conselheiros de Estado traduz uma autorização unânime no sentido indicado", pode ler-se numa nota da página da Presidência da República.

Rui Rio considera “catastrófica” a gestão do SNS por parte do PS. Ontem, em Viseu, Rui Rio, líder do PSD, comentou a mensagem de Natal de António Costa: “significa que tem noção de que fez mal”, referindo-se ao Serviço Nacional de Saúde. “Pareceu que o primeiro-ministro compreendeu todas as críticas que ao longo do tempo lhe foram feitas e que realmente o SNS gerido pelo Partido Socialista de 2016 a esta parte foi catastrófica”, disse o também candidato à presidência do PSD.

Direção Geral de Saúde sinaliza mais mortes maternas. Pode ler-se na primeira página do “Público” a chamada para a notícia de que a DGS contou em 38 as mortes de mulheres nos últimos três anos, mais três do que aquelas contabilizadas pelo INE. As mortes sucederam após complicações na gravidez, parto e puerpério.

Além da “estabilidade emocional” há mais casos no Crédito Agrícola. O Expresso Diário voltou a noticiar, ontem, a remuneração superior a dois mil euros líquidos da mulher de Licínio Pina, Presidente da administração do Crédito Agrícola, devida por conceder “estabilidade emocional” ao marido. Mas também uma série de outros casos que circulam desde 2018, como acumulação de cargos por parte do Presidente da instituição ou a venda de um imóvel por seis milhões de euros mas abaixo do preço real.

Governo lança plataforma que permite cancelar contratos com operadoras na net. O Governo anuncia que, até março do próximo ano, vai lançar uma plataforma online que permite aos clientes das operadoras de telecomunicações cancelar os seus contratos, é a manchete do “Público”.

Queda de avião faz 14 mortos. No Cazaquistão, um avião das linhas Bek Air, com 93 passageiros e cinco tripulantes a bordo, despenhou-se esta sexta-feira, causando pelo menos 14 mortos. Há mais 22 pessoas em estado grave. A aeronave, um Fokker 100, seguia em direção à capital cazaque, Nur-Sultan, quando após a descolagem, perdeu altitude e embateu numa barreira de cimento nos arredores da cidade de Almaty.

Tufão Phanfone faz 28 vítimas. O último balanço da passagem da tempestade, durante a quadra natalícia, com ventos a ultrapassar os 200 km por hora, fez subir o número de mortes para 28, revelaram as autoridades esta sexta-feira. As vítimas morreram por afogamento, devido às inundações, foram atingidas por árvores ou eletrocutadas. Cerca de 58 mil tiveram que abandonar as suas habitações.

Tragédia na piscina de hotel em Málaga. Um pai e os dois filhos, de origem britânica, faleceram na terça-feira por afogamento e não devido a uma avaria no sistema de sucção na piscina do complexo hoteleiro de Mijas, perto de Málaga. A confirmação, segundo o “El País”, veio da filha, que garantiu que nenhuma das vítimas sabia nadar.

Mourinho regressa às vitórias no Boxing Day. O Tottenham ganhou em casa, de virada, ao Brighton por 2 – 1. Um resultado que permitiu à equipa agora liderada por José Mourinho subir para o 5º lugar da classificação, a três pontos do Chelsea que segue em 4º, lugar que dá acesso à Liga dos Campeões. Já o Liverpool venceu o Leicester por quatro golos sem resposta o que lhe garantiu uma distância ainda maior para o 2º lugar, ocupado pelo Leicester. São 13 pontos com 18 jogos disputados!

FRASES

“Quem pertence a uma associação secreta e não o pode dizer, não tem condições para exercer um cargo político”. André Silva, líder do PAN, no jornal “i”

“[António Costa] é um dos responsáveis (com Catarina Martins e Jerónimo) por uma mudança estrutural no sistema político-partidário português. E ficará na História por isso”. Daniel Oliveira no Expresso Diário

“Antes, na cozinha, as pessoas tinham muito menos estudos, mas tinham uma capacidade de entrega total. A cozinha era tudo. [Trabalhavam] o tempo que fosse preciso”. João Rodrigues, chef do Feitoria e autor das receitas de culinária do Expresso em substituição de José Avillez, na Revista do Expresso

“Apostei que Wendel vai atrasar-se no regresso das férias do Natal”. Bruno Fernandes, capitão da equipa de futebol do Sporting, no “Record”

O QUE ANDO A LER

Não é todos os dias que há uma sala de dimensão considerável completamente esgotada para o lançamento de um livro de poesia. Aconteceu na semana passada, quando um dos auditórios da Gulbenkian abriu as portas para a apresentação de “Obra Poética (1948-1995)” de David Mourão- Ferreira. Trata-se da mais completa edição da obra de Mourão Ferreira, que além de poeta serviu como Secretário de Estado da Cultura (em 1976-1978), foi diretor do diário “A Capital” e fundou, ainda nos alvores da sua produção literária, a revista “Távola Redonda”, em 1950, com Couto Viana e Luiz de Macedo.

A sala estava cheia e na mesa encontravam-se o editor da obra, Vasco David da Assírio & Alvim, o também poeta Fernando Pinto do Amaral e o filho David Ferreira, autor de programas de rádio e ex-diretor da EMI-Valentim de Carvalho. A sessão seria abrilhantada ainda por Jorge Silva Melo, que leu vários poemas, e Camané, que cantou três fados, acompanhado por José Manuel Neto e Carlos Proença, para rematar a ocasião em modo efervescente.

Não é todos os dias que tal coisa acontece, e que um livro de poesia de um autor português é o mais citado, como este foi, nas listas de melhores livros do ano do Expresso. A música, não fosse David Mourão-Ferreira autor de alguns dos mais populares fados de Amália Rodrigues como, “Primavera”, “Espelho Quebrado”, “Anda o Sol na Minha Rua”, “Abandono” e “Maria Lisboa” (os últimos interpretados por Camané na ocasião), fechou a ocasião em grande: “é como se morresses quando nasces/ É como se nascesses quando expiras/… Que reges o mais puro e o mais alto/ do que Deus concedeu as nossas vidas”, escreveu em Ode à Música (1980).

Por hoje é tudo. Siga a Tribuna, a BLITZ e o Expresso online para informação atualizada em permanência. Bom fim de semana”

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

Sem comentários:

Mais lidas da semana