segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

São Tomé | Ex-ministro acusa o Governo de prática de perseguição política


Américo Ramos foi ex-Ministro das Finanças no anterior governo da ADI, e desempenhava as funções de assessor económico e financeiro do Presidente da República Evaristo de Carvalho, quando foi detido pela polícia judiciária no dia 4 de Abril passado.

Foi detido para explicar ao país o paradeiro de dois créditos financeiros, que o mesmo ex-ministro das finanças assinou. Primeiro com uma empresa chinesa cujo patrão foi apanhado pela polícia internacional na pratica de vários crimes, e o segundo acordo de crédito foi assinado com o fundo soberano do Kuwait.

«É minha convicção e de uma grande maioria da população que o que aconteceu neste fatídico dia 4 de Abril configura-se numa perseguição política sem precedentes, engendrada pelo actual poder. Essa convicção é ainda mais reforçada quando os representantes do Fundo Kuwait vêm publicamente dizer que ainda encontra-se disponível o financiamento destinado a reabilitação e ao apetrechamento do Hospital Central Ayres de Menezes», afirmou o ex-Ministro Américo Ramos.


Inocentado pelo Ministério Público, que mandou arquivar o processo, Américo Ramos, continua sob a alçada da justiça são-tomense. Tudo porque o juiz que tem o processo, após avaliação dos 3 meses de prisão preventiva cumpridos pelo arguido, recebeu novos elementos que foram submetidos ao Tribunal pelo advogado do Estado.

O Juiz ordenou que o ex-ministro fosse posto em liberdade, mas sob uma caução de 100 mil euros. Mais grave ainda, o Tribunal da Primeira Instância impôs o Termo de Identidade e de Residência com impedimento de se ausentar do país.

«A denúncia feita pelo actual governo sobre o desconhecimento do paradeiro dos restantes 20 milhões de dólares do acordo de empréstimo assinado por mim no montante de 30 milhões de dólares com a empresa Chinesa China Fund Limited e os 17 milhões de dólares do fundo do Kuwait são falsas e caluniosas, feitas por gente que tem a intenção de perseguir humilhar sujar o bom nome das pessoas de bem neste país», pontuou o ex-ministro das Finanças na sua comunicação na esplanada do Hotel Omale Lodje.

Abel Veiga | Téla Nón

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