segunda-feira, 22 de abril de 2019

Guiné Equatorial queixa-se de "campanha" com "declarações imaturas" contra o país


Lisboa, 23 abr 2019 (Lusa) -- A Guiné Equatorial denunciou hoje junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) o que considera ser uma "campanha" contra o país, promovida por "interesses ocultos" e criticou "declarações imaturas na praça pública", sem referir nomes.

Nos últimos dias, governantes e ex-governantes de vários países da CPLP, entre os quais Portugal, Angola, Cabo Verde e Timor-Leste abordaram a permanência da Guiné Equatorial na CPLP, lembrando que o país não aboliu a pena de morte.

Reagindo através de um comunicado, a missão equato-guineense liderada pelo embaixador Tito Mba Ada, denunciou a campanha "que chega ao ponto de preconizar a 'expulsão' do país" desta organização, sublinhando que a CPLP tem regras, estruturas e órgãos decisores próprios.

Sem nomear países, a missão salienta que "declarações imaturas na praça pública, com a pretensão de rodear os mecanismos de funcionamento da CPLP são um passo para a destruição desta organização.

Caso Telstar: Que consequências para a governação angolana?


Angolanos aplaudem anulação do concurso que escolheu a Telstar como quarta operadora móvel de Angola, mas exigem a demissão do minsitro das Telecomunicações. Empresa escolhida tem um general como principal acionista.

A anulação do concurso público que atribuiu licença a quarta operadora de telefonia móvel à Telstar, empresa angolana criada em 2018 com capital inicial de 200 mil kwanzas (quase 550 euros), continua a provocar as mais vivas reações no país.

Depois da indicação da empresa, cujo um dos acionistas é o general Manuel João Carneiro, o ministro angolano de Telecomunicação e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, tinha dito que não admitiria impugnação do concurso. Durante o processo, o grupo MTN, o maior operador de telefonia móvel em África, tinha desistido por alegados "vícios".

Moçambique quer endurecer luta contra o trabalho infantil


Mais de um milhão e duzentas mil crianças trabalham em Moçambique. Na província de Nampula, onde o fenómeno é mais flagrante, organizações não-governamentais e Governo traçam planos para conter a exploração infantil.

Dados estatísticos do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social de Moçambique apontam Nampula como uma das províncias com mais casos de trabalho infantil. De acordo com Marta Isabel Mate, diretora nacional do Trabalho, Emprego e Segurança Social, o problema ‘‘está espalhado um pouco por todo o país”, mas localiza-se sobretudo no "comércio informal, nas atividades do garimpo e nos corredores junto às regiões fronteiriças''.

A pobreza extrema, segundo Marta Mate, é um dos principais fatores que contribui para o aumento da exploração infantil, por isso o Governo, no âmbito da política do emprego, produziu, no ano passado, o plano nacional para combater o trabalho infantil.

Moçambique | Ciclone Idai: Tendas improvisadas são foco de doenças


O excesso de concentração de famílias em tendas nos centros de acomodação provisória na província da Zambézia, centro de Moçambique, está a aumentar a incidência de problemas de saúde, principalmente entre as crianças.

As autoridades sanitárias apelaram à redução do número de pessoas que dormem nas tendas disponibilizadas para as vítimas do ciclone Idai. Uma visita recente de um grupo de médicos do Hospital Central de Quelimane aos centros de reassentamento de Namitangurine, Dhugudiua e Furquilha, na província da Zambézia, detetou um crescente número de casos de doença respiratória entre a população.

"Um dos fatores para a existência de doenças respiratórias é o ambiente de convivência. Naqueles meios, as tendas têm pouco espaço, a ventilação é escassa e isso predispõe ao desenvolvimento de infeções respiratórias", explica o médico Ladino Súade.

Número de mortos em ataques no Sri Lanka sobe para 290


Mais de 500 ficaram feridos em atentados a templos católicos e hotéis frequentados por estrangeiros. Polícia prende 24 suspeitos e diz que advertiu governo sobre risco de ataques jihadistas contra cristãos.

O número de mortos na série de atentados coordenados que ocorreram no Sri Lanka durante o Domingo de Páscoa (21/04) subiu para 290. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas. Os ataques, cometidos em alguns casos por homens-bomba, tiveram como alvos templos católicos e hotéis de luxo da nação insular.

Ao divulgar o mais recente balanço de vítimas, o porta-voz da Polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, anunciou ainda que 24 pessoas foram detidas por suspeita de participação nos ataques.  Os detidos estão sendo interrogados pela divisão de investigação criminal da Polícia, acrescentou Gunasekara.

China exibe crescente poder naval com maior parada militar marítima de sempre


Pequim, 22 abr 2019 (Lusa) - A China vai exibir, na terça-feira, o rápido crescimento do seu poderio naval, com a maior parada militar marítima da sua história, reforçando laços com os exércitos de países vizinhos e estimulando o patriotismo doméstico.

A parada, que marca o 70.º aniversário das forças navais do Exército de Libertação Popular, realiza-se nas águas de Qingdao, nordeste do país, e deve servir para apresentar o Destroyer 55, o mais recente contratorpedeiro de mísseis guiados a integrar as forças navais chinesas.

Depois de mais de duas décadas de sucessivos aumentos dos gastos militares, a China está a converter a sua marinha, até então limitada à defesa costeira, numa força capaz de patrulhar os mares próximos do país e de se aventurar no alto mar global.

Pequim considera este avanço crucial para proteger os seus interesses nacionais, mas suscita preocupação em Washington, que vê agora em causa a sua hegemonia militar no Pacífico, mantida desde a Segunda Guerra Mundial.

Deixará o Ocidente construir caminhos de ferro ligando o Golfo ao Mediterrâneo?


Thierry Meyssan*

Depois dos Estados Unidos e seus aliados terem deliberadamente criado as condições para a fome na Coreia do Norte, a seguir no Sudão, na Tunísia e hoje em dia no Iémene, começam a fazê-lo na Síria. O único meio para se defender disso é relançar a economia regional, a qual se afundou durante as guerras do Iraque e da Síria. Dois projectos de caminho de ferro concorrem entre si : um para desenvolver a região, o segundo para a dividir. Irão os Ocidentais comportar-se como seres humanos ou irão eles prosseguir o seu sonho de dominação?

Para a sua reconstrução, a Síria só pode contar consigo própria, já que nenhum dos que despenderam centenas de biliões de dólares para a destruir está pronto a desembolsar o mínimo cêntimo para a reconstruir.

Nestas condições, o futuro do país implica reatar com o seu passado: quando era o ponto de passagem obrigatório entre o oceano Indico e o mar Mediterrâneo. Durante a antiguidade, a «rota da seda» partia da antiga capital chinesa de Xi’an para chegar a Antioquia e a Tiro.

Esta rota não era somente uma passagem permitindo trocar mercadorias de cidade em cidade, mas também uma via cultural pela qual a filosofia chinesa se difundiu na Ásia e a religião muçulmana chegou à China; uma rota na qual a língua comum não foi o mandarim chinês, mas o persa. Em seguida, a Síria continuou a ser a passagem entre o oceano Indico e o mar Mediterrâneo, o que lhe assegurou a prosperidade até à construção do Canal do Suez.

Assange e os vilões


Um indignado e certeiro texto, que aponta com clareza a extrema indignidade da perseguição empreendida contra Assange, a grosseira violação de regras fundamentais do direito internacional na sua detenção, o vergonhoso servilismo do presidente do Equador e dos governos europeus face à arbitrariedade com que o poder em Washington quer ajustar contas com alguém que nada mais fez do que expor o seu apodrecimento moral e o seu gangsterismo político.


Pouco resta a acrescentar a tudo o que já foi dito, e estava sendo dito, do caso Assange. Uma operação absolutamente violatória do direito internacional tal fora estabelecido pelo Grupo de Trabalho da ONU contra as Detenções Arbitrárias que, numa extensa resolução datada de 4 de Dezembro de 2015 estabelecia que a prisão do fundador do Wikileaks era arbitrária e ilegal e ele devia ser libertado. E não apenas isso, no seu item 100 requeria que “os governos da Suécia e do Reino Unido … garantissem a situação do sr. Assange para assegurar a sua segurança e integridade física, facilitar o exercício do seu direito à liberdade de movimentos da forma mais expedita possível e assegurar e para assegurar o pleno gozo dos direitos garantidos pelas normas internacionais relativas à detenção de pessoas.”

Num sistema internacional em que com cada vez mais frequência se atropela a legalidade laboriosamente construída desde o final da Segunda Guerra Mundial, não é surpreendente o que aconteceu. Nesta verdadeira tragédia para a humanidade - porque é isso que significa a perseguição a Julian Assange - há alguns vilões.

Após o tempo das catedrais, o tempo da indecência, da hipocrisia e da incompetência

Para ela o financiamento veio de imediato
Rémy Herrera [*]

Uma catedral incendiou-se. Uma das mais belas, na ilha de la Cité, coração ancestral de Paris; uma das mais imponentes, erigida na Idade Média central, ao longo de quase dois séculos (provavelmente entre 1163, sob Luís VII, o Piedoso, e 1345); uma das mais grandiosas, construída graças aos talentos de gerações de arquitectos da nova arte gótica e às mãos de ouro de uma multidão de artesãos e operários das ofícios tradicionais, posteriormente àquelas de seus companheiros que a restauraram no século XIX depois de o génio de Victor Hugo – o mesmo que celebrou os sans culottes e abriu a porta para os communards – reanimou o apego popular por esta obra-prima. É o monumento mais visitado da Europa: 20 milhões de pessoas por ano passam pelo seu claustro e 13 milhões entram na igreja. Mas os seus sótãos incendiaram-se e o fogo devorou 100 metros da "floresta" de 1.300 troncos de carvalho da sua estrutura, as suas telhas de chumbo e o seu grande pináculo.

QUEM DÁ MAIS? 

As brasas do incêndio mal haviam sido extintas pelos nossos bombeiros e os bilionários já, como pragas recônditas, desembainhavam suas carteiras polpudas. Os "líderes da caravana" acotovelavam-se uns aos outros a fim de pagarem um belo "golpe publicitário" e, para quem tem fé, um ingresso na tribuna de honra e alojamento particular no paraíso. As doações afluíram numa colecta obscena. Os leilões alçaram-se no salão de vendas do espiritual. Ouçam, ouçam, boa gente, prosternai-vos aos pés de vossos senhores, dai-lhes graças por sua bondade, agradecei-lhes por sua generosidade e alinhai-vos sob a bandeira da unidade nacional!

Indecência repugnante no seu mundo onde tudo é mercadoria e comunicação, onde tudo se monetiza, compra-se, vende-se, recompra-se, revende-se, avilta-se, corrompe-se, prostitui-se, põe o dinheiro! 

Portugal | Pingo Doce. Amargo do salazarismo ainda é quem mais ordena


CESP acusa Pingo Doce de retaliação sobre trabalhadores que fizeram greve

O sindicato afirma que o Pingo Doce «lida mal com os direitos dos trabalhadores», estando a transferir funcionários que fizeram greve numa unidade da empresa, em Lisboa, para outras lojas.

Num comunicado enviado às redacções, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) dá conta da adesão «significativa» dos trabalhadores do Pingo Doce da loja da Estrada da Luz à greve agendada para o passado dia 28 de Março.

Explica ainda que, em piquetes à porta da loja, os trabalhadores procuraram transmitir aos clientes os problemas ali existentes, nomeadamente os baixos salários, os horários desregulados, a precariedade laboral e a «repressão/intimidação que a gerente de loja tenta exercer sobre os trabalhadores».

Portugal | 25 de Abril: sempre!


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Tive a oportunidade, há um ano, de recordar, aqui, como foi o meu 25 de Abril de 1974. Sendo certo que, a partir desse, mais 45 se seguiram. Comemorados, sempre, com alegria e a consciência de que é data que só se pode comemorar e que as lamentações de rumos tomados e de expectativas frustradas não se deve ao 25 de Abril mas sim àquilo que, coletivamente, fizemos com a liberdade que então conquistámos.

E, de todos os 25 de Abril que comemorei, há um que ficou mais presente na minha memória e que, não tenho dúvidas, contribuiu para aquilo que, passados estes anos, sou, do ponto de vista político e humano. Como é sabido, em 1975 e em 1976, o 25 de Abril comemorou-se de uma forma diferente, mas também festiva. Nesses dois anos, a data coincidiu com as primeiras eleições livres prometidas pelo MFA: em 1975, para a Assembleia Constituinte e, em 1976, para a Assembleia da República. Não houve, assim, as habituais comemorações, embora recorde que, no dia 24 à noite, o povo saiu à rua para comemorar a efeméride. Foi, assim, em 1977 que se comemorou, sem o formalismo e a responsabilidade dos atos eleitorais, o 25 de Abril. Com inúmeras comemorações espalhadas por todos os sítios, promovidas por coletividades, associações de moradores, sindicatos e com a espontaneidade que ainda se vivia nesses tempos (recordo uma frase de um meu irmão, regressado à cidade do Porto por essa altura, de que "parecia o S. João", com tantas festas espalhadas por todos os recantos). Pois nesse dia 24, à noite, comemorei, no estádio do INATEL, a chegada do 25 de Abril. Sendo que as comemorações passaram pela projeção, ao ar livre, do filme "Chove em Santiago" sobre o golpe de Pinochet que derrubou o legítimo Governo de Unidade Popular presidido por Salvador Allende. Tinha, na altura, 13 anos, e esse filme, assistido ao lado de amigos da mesma idade e num ambiente de fraternidade e de fervor democrático, marcou-me para a vida, consolidando a incipiente predisposição para uma opção política que hoje se mantém. Não sei quem organizou essa iniciativa, mas fico-lhes eternamente grato por terem contribuído para essa opção....

Bispo do Porto contra trabalhar ao domingo. "Esclavagismo" e "ganância"


Trata-se, na opinião do responsável da diocese do Porto, de uma questão de “esclavagismo” laboral.

D. Manuel Linda criticou duramente, durante a homilia do domingo de Páscoa, na Sé do Porto, os “novos senhores do mundo” que obrigam os cidadãos a trabalhar ao domingo, quando este deveria ser um dia para e da família.

“Pensemos no novo esclavagismo da laboração contínua legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos”, começou por alertar o Bispo do Porto na missa de ontem, durante a qual garantiu que os “critérios de turnos” existem em “setores onde, para além da ganância, nada os justifica”.

As críticas de D. Manuel Linda foram dirigidas ao sistema económico que obriga a que se trabalhe do domingo e que, além de causar “graves transtornos psicológicos ao trabalhador” leva ao “fracionamento dos encontros familiares”.

“O mesmo se diga da abertura dos supermercados e dos centros comerciais ao domingo, expressão de um certo subdesenvolvimento humano e mesmo económico”, acusou o bispo que lembrou ainda que os “países mais ricos não abrem supermercados ao domingo”.

Citado pela agência Ecclesia, D. Manuel Linda “convocou” todos os “cristãos” para “esta árdua tarefa urgente de trazer nova alma à nossa cultura mediante a inserção nela da crença profunda da ressureição”, pois o que existe atualmente é uma “civilização fria, sem alma, individualista” que tem vindo a perder a sua “cultura humanista”.

Patrícia Martins Carvalho | Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens

Presos políticos homenageados em mural na Fortaleza de Peniche


Domingos Abrantes e José Pedro Soares são dois dos 2400 presos que passaram pela cadeia política da Fortaleza de Peniche, que figuram num mural a ser inaugurado no dia 25 de Abril, pelo primeiro-ministro e a ministra da Cultura.

José Pedro Soares, um dos últimos cinquenta presos da cadeia de Peniche, a serem libertados na madrugada de 27 de abril de 1974, e Domingos Abrantes, o sobrevivente que mais anos - nove - esteve detido em Peniche, têm bem presente na memória as torturas sofridas e as dificuldades diárias de um preso político durante a ditadura.

"Havia meia hora para as refeições e 20 horas de isolamento" nas celas individuais, lembra Domingos Abrantes, que foi transferido para Peniche após a célebre fuga do ex-dirigente comunista Álvaro Cunhal, em 1960, e por isso aí foi vítima do "regime opressivo mais terrível".

"Até preferia a vida celular à vida numa cela comum, porque era difícil, devido aos problemas humanos de cada um".

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