Paulo Baldaia | Jornal de Notícias
| opinião
O desplante com que o
primeiro-ministro fala do desplante de Joe Berardo no Parlamento "só"
compara com o desplante com que a larga maioria da classe política e dos
analistas gosta de lidar com o povo.
Podem ter a certeza, chegará o
dia em que os eleitores vão perceber a farsa. Nesse dia, com as portas
escancaradas, a extrema-direita entrará em força no Parlamento. Perdida a
virgindade, poderemos então reconstruir a democracia.
Comecemos por Berardo. O
"comendador" disto e daquilo - não esquecer que ele foi subindo o
grau da comenda - foi, na comissão parlamentar, igualzinho a si próprio, no
desplante com que participou no assalto ao BCP, no golpe da PT ou na chantagem
sobre o Estado, porque era portador de uma importante coleção de arte moderna.
Caímos como patinhos, sempre que alguém aparece do nada com o que quer que
seja. Neste sentido, o desplante de Costa a falar do desplante de Berardo é
igual ao desplante com que falamos dos aldrabões como se antes não os
tivéssemos tratado como heróis.