sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Brasil | Bolsonaro, a opção de anular o mandato


Diante de uma agenda de destruição nacional e de um presidente sem limites, que desconcerta seus próprios aliados, surge uma hipótese: levar adiante – sem protelação – as denúncias de crime eleitoral, cassar a chapa e refazer as eleições


A escalada arriscada de posições e atitudes assumidas pela presidência da República nas últimas semanas, aliada à revelação de uma rede de corrupção e fraudes envolvendo membros do Judiciário, fez acender, até em quem outrora apoiou o projeto político de Jair Bolsonaro, uma luz de alerta quanto aos caminhos que estão sendo trilhados pelo país.

Ante a gravidade das denúncias que envolvem os procedimentos adotados por promotores e juízes à frente da Operação Lava Jato, os tradicionais aliados da mídia hegemônica, alguns militares e representantes do sistema financeiro entraram em ação para desacreditar os diálogos revelados. Estes apontam evidências de que a Lava Jato não respeitou o sistema legal brasileiro, violando a Constituição, o Código da Magistratura e o Código da Lei Penal. A seriedade destas denúncias exige uma resposta efetiva do Estado à sociedade brasileira.

Nas redes sociais e em debates, algumas pessoas começaram a levantar a possibilidade de impedimento do presidente por crimes de responsabilidade. Também no âmbito da Plataforma dos Movimentos Sociais Pela Reforma do Sistema Político refletimos sobre esta alternativa.

Compreendemos que o impedimento do presidente Jair Bolsonaro não resolve o sério processo de fragilização do sistema democrático, aprofundado nos últimos anos. É necessário analisar o papel do presidente Jair Bolsonaro em um contexto maior de disputas geopolíticas e de uma agressiva política de implementação de um projeto ultraneoliberal. Isso significa que o impedimento não resolve as questões estruturais que ameaçam a nossa soberania e democracia. A saída de Jair Bolsonaro apenas viabilizaria que seu lugar fosse ocupado por alguém um pouco mais cauteloso nos pronunciamentos públicos e no respeito aos ritos do cargo.

Queimem os fascistas, não as florestas -- a revolta que Bolsonaro causa


No Twittão Maior, de Carta Maior podemos ver a postagem que exibe a foto esclarecedora sobre a polémica postura de Jair Bolsonaro sobre os incêndios que consomem a Amazónia. Também ali o comentário é esclarecedor: "O clamor que corre o mundo aponta outro destino para o governo imposto ao país pela aliança da mídia com a escória, o dinheiro e o judiciário."

Em Portugal são imensas as contestações à figura de Bolsonaro, por configurar "um inapto para a função de PR, um fascista pela sua mentalidade boçal, tacanha, de troglodita. Senhor de uma forte dose de desumanidade". Há mesmo uma "máxima que o refere como alguém que "não foi parido mas sim cagado - que saiu pelo canal errado, para ele certo.

Não deixa de ser perturbante e triste saber que o Brasil elegeu um presidente como Bolsonaro e que o destino do país, na governação e na democracia que já vinha experimentando, no desenvolvimento, na justiça social, no reconhecimento da sua evolução quanto ao cumprimento dos Direitos Humanos e Defesa da Natureza, no seu prestigio, quebrou, ruiu. Tudo obra de um tal Bolsonaro e sua trupe de gentes estupidamente revanchistas e inaptas para governar seja o que for e muito menos um país como o Brasil. O povo brasileiro merece muito melhor. Um povo enganado por "boca mole", mentirosa, hipócrita, de fossa... de Bolsonaro e seus sequazes.

Governo brasileiro minimiza dimensão dos incêndios na Amazónia


O Governo brasileiro minimizou hoje as dimensões dos incêndios que lavram na Amazónia, declarando que os fogos "não estão fora de controlo" e que a maioria se encontra no "nível mais baixo" de emergência.

Num comunicado enviado à agência Lusa, intitulado "nove factos sobre os incêndios na Amazónia", o executivo brasileiro defende que todos os anos ocorrem incêndios florestais no Brasil, e que o país está, precisamente, a atravessar "o período crítico de ocorrência de queimadas"

O governo brasileiro refere ainda que os recursos financeiros disponibilizados para o controlo de fogos permanecem em níveis similares ao passado recente, e que 2.409 "brigadistas de incêndio" do Governo Federal estão à disposição dos executivos estaduais para atuar no local, frisando que se trata de um "contingente acima da média de anos anteriores".

"O Governo Federal está a atuar, por meio do Ibama(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), assim como em conjunto com os estados, para conter os focos de incêndios", refere o comunicado.

O executivo, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, insistiu que o país é uma "referência mundial" no combate terrestre aos fogos florestais, e que coordena a Rede Sul-Americana de Incêndios Florestais, providenciando treino e assistência a outros países.

A informação deste comunicado colide com outros dados também divulgados.

Macron diz que Bolsonaro mentiu e opõe-se a acordo com Mercosul


Em meio à crise das queimadas na Amazónia, governo francês acusa presidente brasileiro de desrespeitar compromissos firmados na cúpula do G20. Proteção do meio ambiente foi condição para acordo comercial com a UE.

Diante da crise gerada pelas queimadas na Amazónia, o governo do presidente francês, Emannuel Macron, disse nesta sexta-feira (23/08) que Jair Bolsonaro mentiu ao assumir compromissos em defesa do meio ambiente durante a cúpula do G20 no Japão, algo que, segundo a França, deve inviabilizar a ratificação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

"Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República [francesa] só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula [do G20] em Osaka", declarou o Palácio do Eliseu, sede do governo francês, em nota.

"Nessas circunstâncias, a França se opõe ao acordo com o Mercosul", conclui o comunicado, lembrando que o Parlamento da França ainda precisa ratificar o acordo comercial.

Um controle médico da ONU para Julian Assange


Aymeric Monville [*]

Porque o advogado britânico de Julian Assange, John Jones, morreu, supostamente por suicídio, em Abril de 2016. 

Porque o seu colega nos Estados Unidos morreu um mês depois.

Porque os Estados Unidos tentam intimidar as testemunhas Chelsea Manning e Jacob Appelbaum.

Porque estamos, infelizmente, sem notícias de Sarah Harrison, que havia ajudado tanto Assange como Edward Snowden.


Porque, no que resta o actual círculo em torno de Assange, Joseph Farrell, apresentado como o embaixador da WikiLeaks tem assento no conselho do Centre for Investigative Journalism, o qual é financiado pela Open Society de George Soros.

Porque uma advogada de Assange, Renata Ávila, desde 2018 é directora executiva da Fundación Ciudadania Inteligente financiada pela Open Society (Soros) e mesmo pela National Endowment for Democracy, fundada durante o governo de Ronald Reagan.

Porque a Bertha Foundation, o escritório do advogado de Assange, Jennifer Robinson, encontra-se frequentemente no mesmo tipo de campanhas de apoio que a Open Society de Soros.

Porque George Soros reconheceu abertamente ter apoiado a revolução laranja na Ucrânia, a qual converge com um plano claramente ostentado pelos apoiantes do imperialismo estado-unidense de fragmentação do espaço ex-soviético, tendo Zbigniew Brzezinski revelado este plano.

Porque a WikiLeaks revelou as conivências entre Soros e a equipe de campanha de Clinton em 2016,

Porque os dirigentes dos EUA, Hillary Clinton inclusive, não ocultam o ódio para com Julian Assange nem a sua vontade de calá-lo para sempre. 

UE | Migrantes do Ocean Viking vão desembarcar em Malta


Portugal é um dos países de acolhimento

Países europeus chegaram a acordo sobre o destino dos 365 migrantes que viajavam no navio humanitário.

O ministro francês do Interior, Christophe Castaner, anunciou esta manhã que os 365 migrantes que estão a bordo do navio humanitário Ocean Viking vão poder desembarcar em Malta.

A SOS Méditerranée confirmou à TSF que o navio vai aceitar a decisão da União Europeia e desembarcar num porto de Malta.

"Recebemos a autorização, e, depois de 14 dias neste impasse, as 356 pessoas resgatadas vão finalmente desembarcar, vão ser transferidas para navios da marinha e só depois vão desembarcar em Malta", refere Isabella Trombeta, da organização.

"Este é um acordo entre seis países da União Europeia para receber os migrantes ", explica a representante da ONG.

Para Isabella Trombeta, e sobretudo para os migrantes a bordo do Ocean Viking, a espera foi longa. "Demorou muito tempo: 14 dias é tempo demasiado para qualquer um, e está na altura de a União Europeia encontrar soluções comuns para estes desembarques; um sistema que esteja estabelecido e partilhado. Mas são ótimas notícias, de qualquer forma."

Um quarto da população alemã tem origem estrangeira


Em 2018, 20,8 milhões de habitantes do país tinham origem migratória - um aumento de 44% em relação a 2005. Destes, 52% possuem cidadania alemã.

Um levantamento do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgado nesta quarta-feira (21/08), quase um quarto da população alemã possui origem estrangeira.

Em 2018, as pessoas com origem migratória somavam 20,8 milhões, no país de população de mais de 80 milhões. Os dados registram um aumento de 2,5% em relação a 2017 (20,3 milhões). São considerados de origem migratória aqueles que migraram de outros países ou que têm pai ou mãe que não nasceram com a cidadania alemã.

No ano passado, 52% dessas pessoas (10,9 milhões de pessoas) eram cidadãos alemães. Cerca da metade destes (5,5 milhões) possui a cidadania desde o nascimento, sendo que um dos pais é estrangeiro ou naturalizado. Quase 48% (9,9 milhões) seriam estrangeiros com passaportes de outros países.

União Europeia | De braços bem fechados


Não haja ilusões, nem equívocos: aos braços abertos, estendidos aos refugiados pela boa vontade isolada de alguns grupos de pessoas, a União Europeia contrapõe uma política de braços bem fechados.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Os pouco mais de cem refugiados que penavam à deriva no Mediterrâneo a bordo do barco Open Arms desembarcaram, finalmente, em Lampedusa, Itália. Cem refugiados, cem vidas salvas à condição, mas uma parcela ínfima de um drama que persiste mesmo quando a comunicação social domesticada não dá por ele. A embarcação, porém, foi apresada: parece que salvar vidas é crime.

Os náufragos desembarcaram por ordem de um tribunal italiano porque, ao menos uma vez, a justiça conseguiu sobrepor-se a uma política sinistra que não é apenas de Itália – ao contrário do que pretende fazer-se crer – mas de toda a União Europeia. A realidade é esta, não haja ilusões nem equívocos: aos braços abertos, estendidos aos refugiados pela boa vontade isolada de alguns grupos de pessoas, a União Europeia contrapõe uma política de braços bem fechados. Como tenazes.

É verdade que, na iminência do desembarque, o governo espanhol mandou um navio de guerra para recolher os náufragos. Porque se tratava de uma «emergência humanitária», disse. Explicação estranha depois de o mesmo governo não ter permitido ao próprio Open Arms recolher-se a um porto espanhol, durante as mais de duas semanas em que andou à deriva1.

Salazar encarcerava assim | Campo do Tarrafal, o campo da morte lenta

Vista da entrada do Campo de Concentração do Tarrafal (mais fotos no original)
A Colónia Penal do Tarrafal foi criada pelo Governo português do Estado Novo, corria o ano de 1936. Fica situada no extremo norte da ilha de Santiago, em Cabo Verde, num lugar ironicamente chamado de Chão Bom.

Filipe Morato Gomes | Alma de Viajante

O complexo prisional terá sido inspirado nos campos de concentração nazis, tendo como objetivo não declarado a eliminação dos opositores políticos ao regime fascista de Portugal. As condições de encarceramento eram deploráveis, com os presos a serem sujeitos a uma alimentação muito deficitária e à execução de trabalhos forçados; além da ausência quase total de medicamentos.

As palavras atribuídas tanto ao diretor do Campo de Concentração do Tarrafal, Manuel dos Reis (“Quem vem para o Tarrafal vem para morrer.”) como ao médico Esmeraldo Pais Prata (“Não estou aqui para curar, mas para assinar certidões de óbito.”) são bem elucidativas do inferno a que seriam sujeitos os presos no Tarrafal.

Foi, pois, na companhia desses pensamentos que me dirigi à antiga prisão do Tarrafal. Na verdade, já a tinha visitado em 2007, pelo que, descontando as notórias melhorias entretanto introduzidas ao nível da preservação e musealização do espaço, sabia mais ou menos o que iria encontrar. O que não sabia é que iria fazer uma visita guiada ao Campo do Tarrafal.

Portugal | SALAZAR TORTURAVA ASSIM...



Montagem para utilização didáctica em aulas de História feita a partir da reportagem "24 de Abril" de Sofia Arêde.

João Cardoso, em Youtube

Portugal | Pardal & Pinto, pantomineiros, Lda.


José Manuel Diogo | Jornal de Notícias | opinião

O Pardal Henriques não queria ser deputado, mas o antigo bastonário Marinho Pinto, vendo como ele defendia bem o povo, convenceu-o.

O líder em outsourcing do sindicato dos camionistas de cenas perigosas vai agora ser o ponta de lança da equipa do PDR para as eleições de outubro. Perfeito!

A jogada nem está mal pensada, mas é o cúmulo da esperteza saloia. Se funcionar, e em outubro o povo votar Pardal (ou Pinto), merecemos todos pagar o dobro dos impostos.
É uma cena de filme. Num restaurante da Mealhada, Marinho e Henriques, sócios únicos da Pinto & Pardal, combinam a tática.

Ação!

"Pardal, há aí uns sindicatos com um enorme poder nas mãos e não percebem nada de comunicação", diz Pinto, dando uma garfada no reco tostado.

"Com um treinador Pardal, perdão profissional, convencemos os tansos dos camionistas que ganham mal e montamos aqui uma greve ao gasóleo no fim de semana das férias, que durante uma semana a TV não fala de outra coisa" retorque Pardal.

"Brilhante", remata Pinto, "É uma campanha inteira à borla, vai ser o tal Pardal".

Corta!

A greve dos motoristas de matérias perigosas, entre 12 e 18 de agosto, registou, em apenas 7 dias, um total de 3 475 notícias em mais de 200 horas de emissão de Televisão. (E ainda falta contabilizar as notícias de que Pardal aceita o convite de Pinto). Para termos uma noção da dimensão deste número, Uriel Oliveira da Cision compara-o à semana dos incêndios de Pedrógão, quando, em 2017, as televisões portuguesas dedicaram o mesmo tempo à morte de 66 portugueses.

Cabe-nos a todos denunciar oportunismos básicos. Quem se aproveita da inocência e da fraqueza dos outros não devia ser candidato, devia ser mudo.

*Especialista em Media Intelligence

Portugal | Mais de 23 mil assinaturas. Há petições contra e a favor do Museu Salazar


Assinantes das petições: Museu NÃO 15 mil | Museu SIM 8 mil

Petições públicas eletrónicas contra e a favor da instalação de um museu Salazar, em Santa Comba Dão, já motivaram a assinatura de mais de 23 mil pessoas.

Há sete dias, um primeiro documento digital foi colocado na Internet, no site Petição Pública tendo como subscritores o antigo líder sindical Carvalho da Silva, o analista político Pedro Adão e Silva, a escritora Maria Teresa Horta, o antigo reitor da Universidade de Lisboa José Barata Moura ou o cantor de intervenção Francisco Fanhais, entre outros. O total de assinaturas contra o museu vai agora com mais de 15 mil assinaturas.

Todos se insurgiam no texto "Museu de Salazar, não!" e apoiavam uma outra carta aberta dirigida ao primeiro-ministro, António Costa, em 12 de agosto, na qual 204 ex-presos políticos exigem ação ao executivo do PS, além de expressar "o mais veemente repúdio" pela iniciativa anunciada pelo autarca socialista local.

Segundo esta petição, o projeto de Santa Comba Dão, "longe de visar esclarecer a população e sobretudo as jovens gerações", seria "um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista (1926 - 1974) e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril".

Entretanto, há dois dias, uma outra petição foi criada e colocada em linha, desta feita "Museu Salazar, sim" porque "a memória histórica de um povo não pode ser apagada porque um minoria ruidosa assim o exige".

Mais lidas da semana