terça-feira, 10 de setembro de 2019

Portugal | Canal História vai transmitir dois documentários sobre o 11 de Setembro


O "Especial 11 de setembro" pretende mostrar uma nova perspetiva sobre os ataques ao World Trade Center.

Esta quarta-feira, 11 de setembro, o Canal História vai transmitir dois documentários sobre os atentados que aconteceram no mesmo dia há 18 anos, em 2001. Às 22h15, o “Especial 11 de Setembro” pretende mostrar uma perspetiva nova sobre o acontecimento.

Será abordado o horror vivido a bordo do Air Force One e em cada um dos andares das Torres Gémeas. O ataque resultou em quase três mil mortos de oitenta nacionalidades e marcou a História deste século.

Os documentários 11 de Setembro: A Bordo do Air Force One e 11 de Setembro: Escapar das Torres serão transmitidos às 22h15 e às 23h40, respetivamente. Em ambos a história é narrada por quem viveu a tragédia.

Sofia Robert | NIT

AFINAL, REALMENTE, O QUE QUEREM DE NÓS?


Quando éramos o Doente da Ásia, éramos chamados “O Perigo Amarelo”.

Quando nos declaram a próxima superpotência, nos chamam de “A Ameaça”.

Quando fechamos nossas portas, vocês contrabandearam drogas para abrir mercados.

Quando abraçamos o livre comércio, vocês nos culpam por tirar seus empregos.

Quando estávamos caindo em cacos, vocês mandaram para cá seus soldados e queriam uma parte.

Quando tentamos remontar os cacos, vocês berraram “Tibete Livre!” Foi uma invasão! 

Quando tentamos o comunismo, vocês nos odiaram por sermos comunistas.

Quando abraçamos o capitalismo, vocês nos odeiam por sermos capitalistas.

Quando temos um bilião de pessoas, vocês dizem que estamos destruindo o planeta.

Quando tentamos conter o aumento da população, vocês disseram que agredíamos direitos humanos.

Quando éramos pobres, vocês pensaram que fôssemos cachorros.

Quando lhes emprestamos dinheiro, vocês nos culpam por suas dívidas nacionais.

Quando construímos nossas indústrias, vocês nos declaram poluidores.

Quando lhes vendemos produtos, vocês nos culpam pelo aquecimento global.

Quando compramos petróleo, vocês chamam de exploração e genocídio.

Quando vocês vão à guerra para obter petróleo, chamam de libertação.

Quando estávamos perdidos em caos e saque, vocês exigiriam o império da lei.

Quando impusemos a lei e a ordem contra a violência, vocês chamam de violação de direitos humanos.

Quando nos calamos, vocês disseram que queriam que tivéssemos liberdade de manifestação.

Quando começamos a falar, vocês nos chamaram de xenófobos pós-lavagem-cerebral.

“Por que nos odeiam tanto”? Perguntamos.

“Não”, vocês responderam. “Não odiamos vocês”.

“Nós tampouco odiamos vocês, mas, vocês nos compreendem?”

“Claro que compreendemos vocês” – vocês disseram. – Temos AFP, CNN e BBC…”

O que realmente querem de nós?

Antes de responder, pensem bem, porque já tiveram chances demais.

Quando basta, basta! Basta de hipocrisia para esse único mundo.

Nós queremos um mundo, um sonho e paz sobre a Terra.

Essa grande Terra azul é grande o suficiente para todos nós.

Duo-Liang Lin |  Pepe Escobar partilhou no Facebook

Sindicatos do mundo reunidos em Damasco denunciam bloqueio à Síria


Os participantes no III Fórum Sindical Internacional, que começou este domingo, declararam o apoio ao povo e trabalhadores sírios, e condenaram o bloqueio económico imposto pelos EUA à Síria e a Cuba.

George Mavrikos, secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), declarou na abertura do encontro o apoio dos trabalhadores do mundo à luta do povo sírio contra a ingerência estrangeira e o terrorismo.

«Reafirmamos uma vez mais a posição da FSM de solidariedade com os povos da Palestina, de Cuba, da Venezuela, e condenamos a política de bloqueio que os Estados Unidos impõem contra esses países», afirmou Mavrikos.

O encontro em «Solidariedade com os trabalhadores e o povo sírios, contra o bloqueio económico, as intervenções imperialistas e o terrorismo» teve ontem início em Damasco, organizado pela Federação Geral dos Sindicatos – Síria (GFTU-Síria), em cooperação com a FSM e a Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (ICATU).

O secretário-geral da ICATU, Ghassan Ghosn, referiu que o bloqueio e as medidas unilaterais coercitivas impostos à Síria se devem à derrota militar dos Estados Unidos neste país.

LONGA LUTA PELA CIVILIZAÇÃO EM ANGOLA!


Martinho Júnior, Luanda || António Jorge * | Luanda 

SEM A CAPITAL NO BIÉ:

1- AUMENTAM OS DESEQUILÍBRIOS E AS ASSIMETRIAS EM TODO O ESPAÇO NACIONAL ANGOLANO;

2- HÁ IMENSA DIFICULDADE EM ASSUMIR UMA GEOESTRATÉGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;

3- SERÁ MUITO DIFÍCIL FAZER MEDRAR UMA CULTURA DE INTELIGÊNCIA PATRIÓTICA;

4- COMO COROLÁRIO DE TUDO O MAIS:

ESTÁ-SE A HIPOTECAR O QUE HÁ DE MAIS SAUDÁVEL EM TERMOS DO FUTURO DE ANGOLA E DO PAPEL DE ANGOLA EM TODA A REGIÃO CENTRAL E AUSTRAL DE ÁFRICA!...

ESTA GRATIFICANTE SÍNTESE-ANALÍTICA DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE CONTRIBUI PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO!...

Martinho Júnior - Luanda, 9 de setembro de 2019

Novo aeroporto de Luanda: Um elefante branco em Angola


O novo aeroporto internacional de Luanda é um "elefante branco" que já pesa milhares de milhões de dólares. As obras começaram em 2004 com financiamento da China, mas não têm fim à vista. Terá havido problemas de gestão.

A ideia era construir um novo aeroporto internacional em Luanda com capacidade para 13 milhões de passageiros por ano. Mas, 15 anos depois, o projeto continua por concretizar.

Para o jornalista angolano Rafael Marques, este "é um dos maiores elefantes brancos em África".

"Inicialmente, o projeto estava orçado em 300 milhões de dólares, mas subiu para 9 mil milhões. E não há fim à vista", comenta Marques em entrevista à DW.

A empresa China International Fund (CIF) geriu inicialmente a construção do novo aeroporto de Luanda. As obras começaram em 2004, durante a Presidência de José Eduardo dos Santos. Mas a CIF foi entretanto afastada "por inconformidades e incapacidade declarada" da empresa, anunciou este ano o novo Governo angolano, liderado por João Lourenço.

Angola | Os preconceituosos da gestão pública


Caetano Júnior | Jornal de Angla | opinião

O preconceito, em todas as formas sob as quais se apresenta, é um mal que precisa de ser arrancado do modo de ser e estar e do pensamento de quem o professa.

A opinião intencionalmente subjectiva e desfavorável, alicerçada em generalizações precipitadas e descabidas ou em ideias formadas sem um conhecimento prévio dos factos, deve ser desencorajada. E quando o problema vem à luz, convém não limitar a discussão às situações mais conhecidas, como as ligadas ao racismo, à xenofobia, à religião ou ao tribalismo.

Entre nós, existe outra natureza de preconceito que passa inobservada, porque muitos nos encontramos num estado de lassidão mental, sem a força intelectual que nos proporcionaria um vislumbre desse mal. Angola vem de anos conturbados, um legado dos eventos que resultaram do período que duraram a colonização e a Luta de Libertação, do conflito pós-independência e das dificuldades encontradas para a materialização do processo de reconstrução nacional, que, infelizmente, dura até hoje.

Muitos de nós habitamos um avançado estado de saturação, porque testemunhamos as fases por que passa o país, estando, inclusive, a contribuir ainda hoje para projectos virados para o seu crescimento. É natural, para muitos destes olhares, que a esperança se possa ir desvanecendo, aos poucos, ou que a confiança esteja a perder cada vez mais terreno para o desânimo. De facto, o cenário de satisfação geral que se espera demora a chegar. É, pois, este o quadro ideal para a entrada em acção de um certo tipo de preconceito, professado por pessoas para quem a gestão das instituições públicas é necessariamente falha, olhe-se seja por que ângulo.

Interferência dos EUA nos assuntos de Hong Kong é "extremamente inapropriada" - Governo


"É extremamente inapropriado um país interferir nos assuntos de Hong Kong", afirmou Carrie Lam, em conferência de imprensa no Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong, antes da reunião semanal com o seu conselho executivo.

A líder do Governo de Hong Kong disse esta terça-feira que a interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos da cidade é "extremamente inapropriada" e que qualquer ingerência ameaça os interesses económicos que ambos partilham.

"É extremamente inapropriado um país interferir nos assuntos de Hong Kong", afirmou Carrie Lam, em conferência de imprensa no Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong, antes da reunião semanal com o seu conselho executivo.

"Espero que ninguém em Hong Kong se mobilize para pedir aos Estados Unidos que adotem essa lei", acrescentou, referindo-se às centenas de milhares de manifestantes pró-democracia que se instalaram, no domingo, à frente do consulado norte-americano em Hong Kong para apelarem ao congresso dos Estados Unidos a aprovação de uma lei que exige que Washington certifique anualmente que a cidade asiática permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental.

Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos.

Mais de 1.000 empresas norte-americanas estão em Hong Kong e desfrutam de benefícios do "relacionamento bilateral positivo", afirmou Carrie Lam.

"Quaisquer acordos que temos, ou quaisquer disposições específicas aplicadas a Hong Kong, dos norte-americanos, não são exclusivamente para o benefício de Hong Kong", reiterou.

Eleição de prefeito* neonazi choca a Alemanha


Vereadores de siglas tradicionais, como a CDU de Merkel e o social-democrata SPD, elegeram membro do ultranacionalista NPD para comandar vilarejo perto de Frankfurt. Lideranças partidárias pedem anulação da votação.

A eleição unânime do membro de um partido neonazi para prefeito de um vilarejo no estado de Hessen provocou protestos na Alemanha. Stefan Jagsch, do Partido Nacional-Democrático (NPD), recebeu o voto de todos os vereadores por ser aparentemente o único interessado no cargo.

A escolha do novo prefeito de Waldsiedlung, uma pequena comunidade perto de Frankfurt e que pertence ao distrito de Altenstadt, ocorreu após o então líder, membro do Partido Liberal Democrático (FDP), anunciar sua renúncia em junho. O cargo estava vago há semanas.

Na sessão da última quinta-feira (05/09), todos os sete vereadores presentes votaram em Jagsch para comandar o vilarejo. Entre os que deram aval ao extremista de direita estão membros da União Democrata Cristã (CDU) – legenda da chanceler federal, Angela Merkel –, do FDP e um turco-alemão do Partido Social-Democrata (SPD).

A eleição de Jagsch foi condenada por lideranças desses três partidos, que se recusam a trabalhar com o NPD, um partido de extrema direita que se assemelha ao comandado por Adolf Hitler na década de 1930. Os políticos pedem a anulação da votação.

"O SPD tem uma clara posição: não cooperamos com nazis. Nunca! Isso se aplica no nível federal, estadual e municipal", afirmou o secretário-geral do SPD, Lars Klingbeil, afirmando que a escolha não é justificável e precisa ser anulada.

Portugal | Os equívocos de João Miguel Tavares sobre a social-democracia


Ricardo Paes Mamede | Diário de Notícias | opinião

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou numa entrevista que o programa eleitoral do BE é social-democrataJoão Miguel Tavares (JMT) concluiu daí que todos os principais partidos portugueses se revêem hoje na social-democracia. Segundo o colunista isto é um risco para o sistema político, pois reduz as possibilidades de escolha, alimenta a abstenção e abre caminho a partidos anti-sistema. O texto de JMT está cheio de equívocos.

O primeiro e decisivo equívoco de JMT está no entendimento do que é a social-democracia. Segundo afirma, "social-democracia é defender a democracia representativa e a justiça social dentro de um sistema capitalista, atribuindo ao Estado um papel de regulação, protecção e distribuição de riqueza". De facto, estes são traços característicos da doutrina social-democrata. Mas não são nem necessários nem suficientes para distinguir a social-democracia de outras correntes políticas e ideológicas.

Por exemplo, no liberalismo clássico de John Stuart Mill encontramos tanto a defesa de um sistema de mercado capitalista, como argumentos poderosos para sustentar a intervenção do Estado nas economias visando corrigir injustiças, aumentar a eficiência dos mercados e alargar o espaço de liberdade dos indivíduos. O liberalismo clássico de Mill ainda hoje inspira grande parte dos partidos liberais europeus. Da mesma forma, a doutrina democrata-cristã, seguida pela maioria dos governos europeus durante os trinta anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial, assenta na defesa do sistema capitalista, ao mesmo tempo que defende a necessidade de proteger os mais fracos.

A proximidade entre o programa social-democrata e aquele que é seguido pelos partidos da direita tradicional (conservadores e liberais) é explicado por JMT com base na tese de que estes partidos foram integrando ao longo do tempo a agenda da social-democracia. Também aqui está equivocado. Historicamente, o que se verifica é principalmente o contrário.

RU | Boris cala a voz do povo. “Que se lixe!” Exclama (velhaca) a senhora dona rainha


Tudo por causa do Brexit. A democracia ficou suspensa até 14 de Outubro, decidiu o governo do despenteado Boris Johnson, primeiro-ministro de uma monarquia caduca, repleta de segredos e fantasmas, além de outras porcarias e grandes contas bancárias e bens “a dar por um pau” muito grosso. À rainha Isabel II (ainda!) não aquece nem arrefece que um qualquer despenteado decida meter a democracia em “banho maria” e assim calar os que foram eleitos pelos seus súbditos.

“Que se lixe!” Exclama (velhaca) a senhora dona rainha do alto dos seus 92 anos. Grosso modo pode dizer-se que Isabel calou a voz do povo. O que nestas democracia bacocas e de faz-de-conta não é de escandalizar. Afinal ao povo o que compete é patrioticamente trabalhar, trabalhar, pagar impostos, pagar impostos, sustentar reis, rainhas, príncipes, políticos nos poderes e depois de se “reformarem” com pensões vitalícias (sem fazerem nada de relevante para esse mesmo povo e país). Resta ainda sustentar as famílias reais, os(as) amigos(as) e as republicanas figuras dos poderes eleitos e a revezarem-se para fazer o mesmo: parasitarem. Há exceções, pois há. Anote-se esses impolutos no quadro de honra dos não parasitas. São poucos e amiúde até são nenhuns. Isto de calar o povo mas viver faustosamente à custa dele existe desde que o mundo é mundo, tal qual as prostitutas, os ladrões e tantas mais cáfilas parasitárias. Adiante.

Quem aborda o Brexit no Expresso Curto é Martim Silva. Escreve o que escreve e que vai ler para saber de uma penada o que está a acontecer. Vulgarmente a plebe diz que o Boris é maluco e despenteado… como o Trump, que também é maluco. Maluqueiras dos poderosos que recheiam o ridículo que vai florescendo por este mundo. Quem lhes paga à fartazana são os plebeus do costume. Não contentes os tipos ainda roubam, como às vezes (tantas) se vem a saber. Impunidade é aquilo de que gozam, na maior parte dos casos.

Final para acrescentar que o resto do Curto está a seguir, em baixo, e que merece ser lido. Antes sorva o café espumoso de fazer inveja a qualquer máquina de lavar roupa super abastada de detergente.

Bom dia, siga para o Curto, que nem é grosso mas sim do melhor que na “fábrica” expressiva do tio Balsemão é produzido. Vá ler, tem muito da lavra de Martim. Nacional e internacional. Desporto e cultura. Tanto para saber ou recordar. 

O melhor da vida e dos dias para si.

Mário Motta | Redação PG

Portugal | Manuel Pinho: Chegou o dia de prestar contas sobre as contas do passado


Esta terça-feira será o Dia D no processo do Ministério Público sobre suspeitas de corrupção envolvendo o antigo ministro Manuel Pinho, a EDP e o GES. Pinho é interrogado no DCIAP, onde será questionado pelos procuradores sobre tudo o que até hoje não quis explicar em público

Diz o ditado que “não há duas sem três”. E esta terça-feira Manuel Pinho, que foi ministro da Economia entre 2005 e 2009, irá pela terceira vez ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), para ser finalmente interrogado no processo 184/12, que já leva sete anos de investigação, e uma dezena de arguidos.

Manuel Pinho foi pela primeira vez ao DCIAP a 3 de julho de 2017, quando foi constituído arguido, um mês depois de o presidente executivo da EDP, António Mexia, ter ganho esse estatuto no processo que investiga suspeitas de corrupção envolvendo a elétrica e o antigo governante. A 17 de julho de 2018 Pinho voltou ao DCIAP, para ser interrogado pelos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto, mas o advogado Ricardo Sá Fernandes conseguiu evitar que o interrogatório avançasse, ao apresentar um expediente legal para pedir o afastamento daqueles procuradores.

Esta terça-feira, às 14h, Manuel Pinho estará pela terceira vez no DCIAP, para ser interrogado como arguido, numa tarde em que terá a oportunidade de esclarecer os procuradores do Ministério Público sobre tudo o que se escusou a explicar em público, quer nas suas passagens recentes pelo Parlamento, quer nas declarações à comunicação social. Em outubro do ano passado Ricardo Salgado, também arguido neste processo, foi ao DCIAP, mas recusou-se a responder aos procuradores, fazendo apenas uma curta declaração em sua defesa.

Até hoje Manuel Pinho nunca esclareceu porque recebia todos os meses cerca de €15 mil da Espírito Santo Enterprises (o chamado “saco azul” do Grupo Espírito Santo), mesmo nos quatro anos em que foi ministro da Economia. Nem porque os recebia em contas bancárias detidas por sociedades offshore.

Portugal | PS e PSD querem circo


Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias | opinião

A ideia que o PSD tem inscrita no programa eleitoral de um "Erasmus do Interior" e que o PS acha tão fantástica que resolveu trazer para a campanha é quase ofensiva para todas as pessoas que ainda habitam esse território.

Na verdade, esse Erasmus que iria desviar estudantes portugueses para Vila Real, Viseu e Castelo Branco seria muito bom para os jovens que vieram de Vila Real, Viseu e Castelo Branco para Lisboa, Porto e Coimbra, onde continua a estar a principal oferta universitária. Para esses estudantes seria fantástico, porque sempre conseguiriam poupar seis meses de renda de casa e restantes despesas.

Digo que a ideia é quase ofensiva porque o que resulta dessa proposta é que os dois principais partidos portugueses parecem querer organizar excursões para levar jovens universitários a visitar uma espécie em vias de extinção (portugueses que vivem longe das grandes cidades do litoral) no seu habitat natural. Percebe-se, a maioria dos eleitores nesta altura só ouve falar dessas regiões por causa dos fogos ou de uns estudos que garantem que dentro de duas ou três décadas será o grande deserto de Portugal.

Europeus defendem neutralidade da UE em caso de conflito envolvendo EUA


A maioria dos eleitores da União Europeia (UE) defende a neutralidade do bloco em caso de conflitos entre os Estados Unidos e a Rússia ou a China, segundo um inquérito hoje divulgado por um grupo de reflexão.

Segundo um estudo realizado pelo grupo de reflexão em política externa do Concelho europeu para as relações externas (ECFR, na sigla inglesa) em 14 Estados-membros considerados representativos da UE, a maioria dos inquiridos - 60 mil eleitores - defende a neutralidade do bloco em caso de um conflito entre os Estados Unidos e a Rússia ou entre os Estados Unidos e a China.

Questionados sobre questões de comércio, os eleitores dos Estados-membros em que decorreu o inquérito - à exceção da França e da Roménia - consideraram que os governos nacionais estão mais bem habilitados do que quaisquer outras autoridades para defender o país em negociações comerciais.

Parlamento britânico rejeita eleições antecipadas pela segunda vez


Moção apresentada por Boris Johnson obteve 293 votos a favor, mas precisava de 434 para ser aprovada.

Não foi à primeira e também não foi à segunda. A moção de Boris Johnson para eleições antecipadas voltou a ser chumbada no parlamento britânico, depois de o pedido já ter tido o mesmo desfecho a semana passada.

Apenas 293 deputados apoiaram a proposta do governo, votada já depois da meia-noite, que precisava de 434 votos para ser aprovada. Na tentativa anterior, no passado dia 4, a moção conseguiu 298 votos a favor.

A maioria da oposição, sobretudo do partido Trabalhista, absteve-se, confirmando uma decisão feita em acordo com os Liberais Democratas e os nacionalistas escoceses do SNP e dos galeses do Plaid Cymru.

O apartheid não escrito na sociedade brasileira


Além de remeter à escravidão, episódio de tortura de jovem negro é representativo de padrão racista que se repete em supermercados e shoppings e da chegada incompleta do Brasil ao mundo moderno, afirmam especialistas.

O ano é 2019, e os brasileiros ainda veem alguns dos seus serem chicoteados e torturados. Muitos se perguntam por que ao assistir ao vídeo que mostra um jovem de 17 anos, negro, nu, com um pano amarrado à boca para abafar seus gritos, sofrendo açoites de um segurança de supermercado em São Paulo enquanto outro grava a cena.

A tortura, como o ato foi registado no boletim de ocorrência do 80º Distrito Policial da capital paulista, é crime no Brasil desde 1997, mas segue sendo praticada por agentes públicos em delegacias e presídios, segundo relatório da ONU. E também por seguranças de estabelecimentos privados, como supermercados e shopping centers, ao lado de lesão corporal e injúrias raciais, aponta uma pesquisa em andamento da Comissão Arns.

O jovem foi açoitado em junho, no supermercado Ricoy da Vila Joaniza, na zona sul de São Paulo, e o crime se tornou público na semana passada. Nos últimos dias, surgiram relatos de outros casos de tortura que teriam ocorridos em unidade da mesma rede – em um deles, fotos mostram um homem amarrado e com marcas de chicotadas.

A empresa, por meio de nota, disse ter ficado chocada com a "tortura gratuita e sem sentido" e que iria contribuir com as investigações e dar apoio à vítima. Os dois seguranças suspeitos de participar do crime estão em prisão temporária decretada pela Justiça.

O episódio do supermercado Ricoy não é fato isolado e manifesta aspectos estruturais da sociedade brasileira, como o racismo, a desigualdade de direitos e o uso da violência por agentes privados, segundo especialistas ouvidos pela DW Brasil.

Brasil | Raoni: “Nós estamos com muito medo. Logo, vocês também estarão”


The Guardian publicou um artigo do cacique Kayapó Raoni que está peregrinando pela Europa em busca de apoio para seu Povo e sua floresta.

“Uma geração atrás, muitas das nossas tribos estavam lutando entre si, mas agora estamos juntos, lutando juntos contra nosso inimigo comum. E este inimigo comum é você, os povos não indígenas que invadiram nossas terras e que, agora, estão queimando até mesmo essas pequenas partes das florestas onde vivemos e que vocês deixaram para nós. O presidente Bolsonaro do Brasil está encorajando fazendeiros próximos a nossas terras a cortar a floresta – e ele não está fazendo nada para preveni-los de invadir nosso território.”

O artigo tem como título “Nós, Povos da Amazónia, estamos com muito medo. Logo, vocês também estarão. Você destrói nossas terras, envenenam o planeta, semeiam morte porque estão perdidos. Logo, será tarde demais para mudar.”

Channel 4 inglês tem uma fala de Raoni que impressiona ao dizer que “o mundo precisa fazer mais para salvar a Floresta Amazónica.”

Dal Marcondes | ClimaInfo | Envolverde

Brasil | Propriedades privadas na Amazónia concentram queimadas


Observatório do Clima

33% dos focos de fogo estão em áreas inscritas no Cadastro Ambiental Rural, mostra nova análise do Ipam

As propriedades privadas responderam por 33% dos focos de calor registados na Amazónia até agora. Em segundo lugar vieram as áreas sem destinação fundiária específica, que somam 30% dos focos de calor – 20% apenas em florestas públicas não destinadas, um forte indicativo de grilagem de terras.

Os números fazem parte de uma nova análise sobre a atual temporada de fogo na Amazónia, separada agora por categoria fundiária, feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia (IPAM), com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de 1º de janeiro a 29 de agosto de 2019.

Terras indígenas e unidades de conservação são as categorias com menor incidência no ano, registando 6% e 7% dos focos, respectivamente. Essa análise de áreas protegidas exclui as áreas de proteção ambiental, ou APAs: apesar de serem categorizadas como unidades de conservação, elas apresentam um comportamento similar ao de propriedades privadas, e sozinhas responderam por 6% dos focos no período.

Os assentamentos de reforma agrária responderam por 18% dos casos; contudo, análises preliminares indicaram grande concentração de casos em poucos projetos.

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