terça-feira, 10 de setembro de 2019

LONGA LUTA PELA CIVILIZAÇÃO EM ANGOLA!


Martinho Júnior, Luanda || António Jorge * | Luanda 

SEM A CAPITAL NO BIÉ:

1- AUMENTAM OS DESEQUILÍBRIOS E AS ASSIMETRIAS EM TODO O ESPAÇO NACIONAL ANGOLANO;

2- HÁ IMENSA DIFICULDADE EM ASSUMIR UMA GEOESTRATÉGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;

3- SERÁ MUITO DIFÍCIL FAZER MEDRAR UMA CULTURA DE INTELIGÊNCIA PATRIÓTICA;

4- COMO COROLÁRIO DE TUDO O MAIS:

ESTÁ-SE A HIPOTECAR O QUE HÁ DE MAIS SAUDÁVEL EM TERMOS DO FUTURO DE ANGOLA E DO PAPEL DE ANGOLA EM TODA A REGIÃO CENTRAL E AUSTRAL DE ÁFRICA!...

ESTA GRATIFICANTE SÍNTESE-ANALÍTICA DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE CONTRIBUI PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO!...

Martinho Júnior - Luanda, 9 de setembro de 2019



TEXTO DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE*

ANGOLA E A GRANDE QUESTÃO!

O Azimute - Estratégico para o desenvolvimento decisivo de Angola … e a única forma efectiva de se pôr fim ao cancro do poder da corrupção de Luanda.

A cidade de Luanda, é um imenso caldeirão que tritura e queima… todas as outras culturas de Angola desde os tempos do Reino do Ndongo e do poder do colono.

Que aumentou de forma exponencial e desordenadamente também, em consequência dos refugiados de todas as partes de Angola, fugidos à fome, às atrocidades e às sucessivas guerras.

É uma cidade que pela sua dimensão e impactos de toda a ordem, para quem vem de qualquer parte de Angola, esmaga, atrai e se impõe, tal é a desproporção.

Hoje Luanda com um terço da população de Angola, é o grande mal que impede Angola de se desenvolver harmoniosamente e se libertar das influências e das taras do passado da assimilação… fermentadas durante séculos em Luanda, e que continua a impedir Angola de se libertar das sequelas, hábitos e da cultura dominante impregnada pelos colonialistas portugueses… e das famílias crioulas criadas desde os tempos da escravatura, que durou até ao fim do século XIX… e posteriormente pela ideia concretizada do colonialismo português, criar uma pequena burguesia de origem africana, para manter o domínio no pós independência… uma solução neocolonial que mesmo na sequência do 25 de abril, ainda assim tentou impor para Angola.

Essa burguesia africana que foi criada no passado para servir Portugal colonialista, foi fortemente aumentada após as decisões impostas pela Tróika internacional a Angola em Bicesse-Portugal, e estão hoje relacionados com o poder político, económico e financeiro… e a grande corrupção.

A lógica da cidade de Luanda capital criada pelos colonizadores portugueses, estava associado ao contexto das capitanias hereditárias do rendoso negócio desumano da escravatura… tal como Benguela… foi por aqui que cerca de dez milhões de escravos foram parar ao Calunga… o mar desconhecido... o infinito.

Os portugueses depois das decisões da Conferência de Berlim -1884-1885, que está associado directamente com os interesses da Inglaterra, e relacionado com a revolução industrial e exigências de outras potências europeias que também exigiam colónias em África. Portugal sentiu também a necessidade de mudar a cidade capital de Angola, de Luanda para Nova Lisboa, que foi fundada em 1913, o actual Huambo… e admitiam até, poder vir a ser a capital económica de Portugal, nos princípios do século passado.

A cidade capital de Angola tem de ser num local radial que influencie o país em todas as direcções e além do mais, porque só mudando a capital, se pode dar uma machadada definitiva na corrupção concentrada pelos vários poderes… em Luanda, e que corrói e mata Angola, hoje sem saída e sem soluções.

Segundo a opinião de um estudioso de origem angolana, conhecedor da realidade angolana, o Martinho Junior, antigo guerrilheiro, nacionalista, oficial militar de patente superior e que é um estratega… de e sobre Angola, acha que a capital deveria ser no Bié, em Camacupa (Kamakupa) a, por razões estratégicas de futuro e se situar na região das grandes nascentes de Angola.

- Camacupa, onde se situa o centro geodésico de Angola, construído pelos primeiros aviadores que por ali passaram, foi homologado pelos serviços de cadastro em 1948, chegando à conclusão que de “Norte a Sul, Leste a Oeste” a sua distância era igual.

Assim, fora do poder dos assimilados de Luanda, Angola ganharia em todas as frentes, inclusive na saúde e educação para todos… que não existe.

Os filhos de Angola, nascidos e criados no ambiente materno das suas línguas… e que são a maioria, estão fora do sistema de ensino… apesar de Angola ter assinado o Programa das Nações Unidas em 2000… até ver nada se fez de importante por Angola e os angolanos.

*António Jorge editor e livreiro em Angola

Mapa: O BIÉ é o centro de Angola, fulcro físico-geográfico de toda a água interior do país (região central das grandes nascentes) e determinante para uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável a muito longo prazo, com implicações na identidade nacional em construção e na gestação duma imprescindível cultura de inteligência patriótica garante de paz, de independência, de soberania e de segurança vital!

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