Martinho Júnior, Luanda || António
Jorge * | Luanda
SEM A CAPITAL NO BIÉ:
1- AUMENTAM OS DESEQUILÍBRIOS E
AS ASSIMETRIAS EM TODO O ESPAÇO NACIONAL ANGOLANO;
2- HÁ IMENSA DIFICULDADE EM
ASSUMIR UMA GEOESTRATÉGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;
3- SERÁ MUITO DIFÍCIL FAZER
MEDRAR UMA CULTURA DE INTELIGÊNCIA PATRIÓTICA;
4- COMO COROLÁRIO DE TUDO O MAIS:
ESTÁ-SE A HIPOTECAR O QUE HÁ DE
MAIS SAUDÁVEL EM TERMOS DO FUTURO DE ANGOLA E DO PAPEL DE ANGOLA EM TODA A
REGIÃO CENTRAL E AUSTRAL DE ÁFRICA!...
ESTA GRATIFICANTE
SÍNTESE-ANALÍTICA DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE CONTRIBUI PARA UMA MELHOR
COMPREENSÃO!...
Martinho Júnior - Luanda, 9 de setembro de 2019
TEXTO DO CAMARADA ANTÓNIO JORGE*
ANGOLA E A GRANDE QUESTÃO!
O Azimute - Estratégico para o
desenvolvimento decisivo de Angola … e a única forma efectiva de se
pôr fim ao cancro do poder da corrupção de Luanda.
A cidade de Luanda, é um imenso
caldeirão que tritura e queima… todas as outras culturas de Angola desde os
tempos do Reino do Ndongo e do poder do colono.
Que aumentou de forma exponencial
e desordenadamente também, em consequência dos refugiados de todas as partes de
Angola, fugidos à fome, às atrocidades e às sucessivas guerras.
É uma cidade que pela sua
dimensão e impactos de toda a ordem, para quem vem de qualquer parte de Angola,
esmaga, atrai e se impõe, tal é a desproporção.
Hoje Luanda com um terço da
população de Angola, é o grande mal que impede Angola de se desenvolver
harmoniosamente e se libertar das influências e das taras do passado da
assimilação… fermentadas durante séculos em Luanda, e que continua a impedir
Angola de se libertar das sequelas, hábitos e da cultura dominante impregnada
pelos colonialistas portugueses… e das famílias crioulas criadas desde os
tempos da escravatura, que durou até ao fim do século XIX… e posteriormente
pela ideia concretizada do colonialismo português, criar uma pequena burguesia
de origem africana, para manter o domínio no pós independência… uma solução neocolonial
que mesmo na sequência do 25 de abril, ainda assim tentou impor para Angola.
Essa burguesia africana que foi
criada no passado para servir Portugal colonialista, foi fortemente aumentada
após as decisões impostas pela Tróika internacional a Angola em
Bicesse-Portugal, e estão hoje relacionados com o poder político, económico e
financeiro… e a grande corrupção.
A lógica da cidade de Luanda
capital criada pelos colonizadores portugueses, estava associado ao contexto
das capitanias hereditárias do rendoso negócio desumano da escravatura… tal
como Benguela… foi por aqui que cerca de dez milhões de escravos foram parar ao
Calunga… o mar desconhecido... o infinito.
Os portugueses depois das
decisões da Conferência de Berlim -1884-1885, que está associado directamente
com os interesses da Inglaterra, e relacionado com a revolução industrial e
exigências de outras potências europeias que também exigiam colónias em África.
Portugal sentiu também a necessidade de mudar a cidade capital de Angola, de Luanda
para Nova Lisboa, que foi fundada em 1913, o actual Huambo… e admitiam até,
poder vir a ser a capital económica de Portugal, nos princípios do século
passado.
A cidade capital de Angola tem de
ser num local radial que influencie o país em todas as direcções e além do
mais, porque só mudando a capital, se pode dar uma machadada definitiva na
corrupção concentrada pelos vários poderes… em Luanda, e que corrói e mata
Angola, hoje sem saída e sem soluções.
Segundo a opinião de um estudioso
de origem angolana, conhecedor da realidade angolana, o Martinho Junior, antigo
guerrilheiro, nacionalista, oficial militar de patente superior e que é um
estratega… de e sobre Angola, acha que a capital deveria ser no Bié, em
Camacupa (Kamakupa) a, por razões estratégicas de futuro e se situar na região
das grandes nascentes de Angola.
- Camacupa, onde se situa o
centro geodésico de Angola, construído pelos primeiros aviadores que por ali
passaram, foi homologado pelos serviços de cadastro em 1948, chegando à
conclusão que de “Norte a Sul, Leste a Oeste” a sua distância era igual.
Assim, fora do poder dos
assimilados de Luanda, Angola ganharia em todas as frentes, inclusive na saúde
e educação para todos… que não existe.
Os filhos de Angola, nascidos e
criados no ambiente materno das suas línguas… e que são a maioria, estão fora
do sistema de ensino… apesar de Angola ter assinado o Programa das Nações
Unidas em 2000… até ver nada se fez de importante por Angola e os angolanos.
*António Jorge editor e livreiro
em Angola
Mapa: O BIÉ é o centro de Angola,
fulcro físico-geográfico de toda a água interior do país (região central das
grandes nascentes) e determinante para uma geoestratégia para um
desenvolvimento sustentável a muito longo prazo, com implicações na identidade
nacional em construção e na gestação duma imprescindível cultura de
inteligência patriótica garante de paz, de independência, de soberania e de
segurança vital!
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