sábado, 14 de dezembro de 2019

Portugal | Movimento Zero também já navega na Marinha. Chega?


Tudo indica que encapotadamente Movimento Zero torna público nas redes sociais que chegou às forças armadas, pelo mais em baixo referido chegou à componente naval, a marinha. Como o descontentamento manifestado na polícia é agora a vez desse Zero se manifestar no encosto absorvente à direita fascista de um Ventura e outros que manifestam querer voltar aos tempos da outra senhora e de outros senhores de um Portugal capturado numa ditadura das modernas(?) - que como bem sabemos nada tem de semelhante ao que foi conquistado pelo povo e pelos militares em 25 de Abril de 1974. As liberdades. a democracia.

A conclusão da associação da Marinha de Portugal à direita, assim como da PSP e da GNR, mostra-nos a inspiração em laços comuns com os Andrés Venturas de Portugal e talvez das ramificações ao fascismo que vai cada vez mais despontando nos vários continentes do planeta. Isso não faz os portugueses dormirem nada descansados mas sim em sobressalto. Principalmente aqueles que sabem historicamente onde movimentos deste conteúdo vão desembocar.

As suspeições e certezas residem no à-vontade do deputado Ventura do Chega a "comandar" a manifestação da PSP/GNR, aplaudido e mimado perante os presentes  manifestantes daquelas forças de segurança. Sem uma vaia, sem uma recusa de apoio do tenebroso (para a democracia) deputado. E agora eis que surge publicamente um Chega-Zero à Marinha de Portugal. Talvez, quem sabe(?), aos outros ramos das forças armadas.

Sabendo-se a identificação político-partidária desse tal Movimento Zero qual o nexo desta recém manifestação nas redes sociais adotar a definição de Zero Naval? Se nada tem em comum com o Movimento Zero do Chega - e semelhantes - porque elege identificar-se desse modo?

É mais que evidente que nos mais variados setores profissionais ocorrem injustiças salariais, que muito lentamente vêm sendo contempladas por via de alguns baixos aumentos salariais e/ou de condições de trabalho. Isso está a acontecer tão lentamente que quase não damos por isso. Mas está a acontecer. Nas forças de segurança e nas Forças Armadas ainda não. Essas razões são indesmentíveis e devem ser atentamente avaliadas pelos governantes atuais, assim como corrigidas nos valores possíveis. 

Porém, o grosso da coluna das perdas orçamentais dessas instituições e dos elementos constituintes das forças de segurança e das forças armadas não são de agora e agravaram-se ainda no "reinado" de José Sócrates, principalmente, no de Passos Coelho (com toda a força). Então, porque só agora, com Portugal a tentar recuperar da "crise" de todos esses anos, aparecem Zeros acirrados, subliminarmente em formato de ameaça? Será porque o terreno lhes é propício? O que é demonstrado é que a resposta é afirmativa.

No Expresso Vitor Marques aborda o tema, que podem ler e inteirarem-se a seguir. Que o Zero Naval é inspirado no Zero da PSP/GNR. lê-se... E o Chega do Ventura, é inspirado em quê?

Mário Motta | PG

Portugal | Chega de vergonha


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

O episódio protagonizado por Ferro Rodrigues, repreendendo André Ventura pela excessiva utilização das palavras "vergonha" e "vergonhoso" em plena Assembleia da República (AR), é um exemplo do que não deve ser feito para sinalizar maus comportamentos e desmascarar fraudes.

O processo de vitimização é uma alavanca de protagonismo para qualquer demagogo. O presidente da AR, com toda a sua elevação e experiência política, sabe-o. Até porque essa percepção decorre da natureza das suas funções e das razões que o levaram a ser eleito. Daí que tenha faltado a Ferro Rodrigues, naquele momento de visível irritação, a moderação que todos os democratas têm que apresentar como cartão de visita no combate aos populistas: inteligência, "timing" e alguma dose de contenção.

Não é fácil. Cada vez mais, uma das questões do debate em democracia passa por saber lidar com questões tão dramáticas como a demagogia extremista, o recrudescimento do fascismo, o negacionismo das alterações climáticas ou os crescentes episódios de racismo de cor ou de género. Para além da carta, é fundamental que atentemos ao envelope. A indústria de fake news ao serviço dos piores interesses da história não quer saber da condenação da humanidade. Pelo contrário, alimenta-se e multiplica-se pela desinformação, mentira e sentimento de pertença das futuras vítimas. A incapacidade do sistema em cuidar das suas franjas, ostracizando-as para uma periferia política onde não encontram respostas senão no discurso populista da "vergonha", não pode ser potenciada pela vontade de repreender moralmente um mentiroso. Não há moral que se ensine a um demagogo.

Brasil | Radicalização cresce com volta de Lula à cena política


Fábio Zanini*

Petista joga combustível na polarização do país e dá pistas do que deve ser 2020.

Habemus oposição. A expressão que apresenta ao mundo um novo papa poderia ter sido adaptada para resumir a sensação no mundo político com a saída de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da prisão, em 8 de novembro.

O petista não perdeu tempo em jogar combustível no já polarizado ambiente do país, com discursos fortes contra o governo de Jair Bolsonaro e a Lava Jato, que deram a senha do que deve ser 2020. Depois de três anos de sucessivas derrotas, a esquerda voltou a ter na figura do ex-presidente alguém que possa brigar de igual para igual com a máquina do bolsonarismo.

*Plataforma | Imagem: Sebastião Moreira / EPA

Leia mais em Folha de S. Paulo

Brasil | Quem deu a ordem de censurar sites?


Você provavelmente ainda não se deu conta disso, mas a gente vai te falar: a sua provedora de internet – aquela para a qual você paga seus boletos todo mês – está controlando que tipo de sites você vai ou não ver. E não estamos falando de sites com conteúdo flagrantemente criminoso ou ilegal. 

Estamos falando de sites com informações públicas sobre direitos reprodutivos e sobre como fazer um aborto seguro. Ao sonegarem esse tipo de informação, as empresas contribuem para a estatística: em 2016, foi registrada uma morte a cada duas tentativas de aborto.

Tente acessar este site agora: https://www.womenonwaves.org/pt/


Nesta semana, mostramos aqui no Intercept que a Vivo e a NET/Claro, as duas maiores provedoras de internet banda larga do país, fazem exatamente isso: elas bloqueiam o acesso de seus clientes ao site Women on Waves, que fornece assistência e informações sobre aborto seguro. Para você ter uma ideia, só outros quatro países fazem o mesmo tipo de bloqueio: Arábia Saudita, Irã, Turquia e Coreia do Sul.

Argentina | O que esperar de Fernández e Cristina


Pobreza, estagnação e divida: eles herdam os escombros do pesadelo neoliberal. Precisam liderar a busca de alternativas, para a Argentina e região. Direita prepara sabotagem, e não descarta golpismo. Novo cenário abre-se na América do Sul

Aram Aharonian | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

O primeiro tema que o novo governo argentino, encabeçado pelo advogado Alberto Fernández, de 60 anos, precisará enfrentar é o da governabilidade – a situação interna, condicionada por uma dívida externa monumental e pelo crescimento constante da fome e da pobreza nos últimos quatro anos.

Por isso, talvez, sua insistência na necessidade de um pacto social que, espera-se, crie condições para a decolagem, ao invés de ser causado pelo medo do que virá. Diferentemente do seu antecessor, o neoliberal Mauricio Macri, Fernández terá um país com paz social, o Congresso ao seu lado e algum tempo, antes que se apresentem os vencimentos da dívida.

Onde estamos na América Latina

Pouco antes de assumir, Fernández expôs sua posição sobre o que se passa na região, numa entrevista televisiva com o analista Pedro Brieger: “Para nós, a Bolívia não tem governo até que os bolivianos votem democraticamente. Um governo de fato não é um governo”, assinalou. E foi adiante: “Estou muito seguro de que o que está acontecendo na América Latina e de como estamos. E estou muito tranquilo”. Em seguida, explicou: “Nós não estamos sozinhos no continente. Estamos mais acompanhados do que nunca, pois o que se observa no Chile, Equador, Colômbia são movimentos populares que reclamam o fim das políticas conservadoras e, portanto, são povos que pensam como nós. Sim, chocam-se com governos que pensam diferente de nós”, disse Fernández.

“Os movimentos que se viu no Chile, na Colômbia, no Equador são impressionantes, de gente que reclama a instituição de políticas como as que nós propomos para a Argentina. Os que estão sozinhos são esses governos que perderam a sintonia popular e vivem crises”, assegurou.

As garras da China na América Latina


Em cúpula no Panamá, Pequim consolida presença na região. Enquanto economias latino-americanas parecem ter aprendido a tirar proveito disso, elas se tornam cada vez mais dependentes do comércio com o país asiático.

A cúpula comercial China-América Latina e Caribe ocorre desde 2007, e a edição de 2019 acaba de terminar na Cidade do Panamá. Com esse misto de feira de negócios e reunião de cúpula, a China quer promover a cooperação econômica com os países da América Latina e do Caribe. As edições anteriores ocorreram no Chile, Colômbia, Peru, Costa Rica, México e Uruguai e testemunharam o forte interesse da China pela América Latina.

Recentemente, Nayib Bukele, presidente de El Salvador, foi recebido em Pequim como "chefe de Estado de importância internacional" e ficou satisfeito por receber apoio financeiro para projetos de infraestrutura – sem obrigação de reembolsá-los. Durante a visita de Estado, Bukele disse que seu país usará o presente do presidente Xi Jinping "para construir um novo estádio de futebol, uma nova biblioteca nacional e uma estação de tratamento de água, entre outras coias".

"Não é novo que a China tenha boas relações comerciais com quase todos os países da região. Mas tem laços particularmente estreitos com países que exportam matérias-primas para a China, como Chile, Equador, Peru, Brasil e Argentina", afirma Margaret Myers, especialista em relações Ásia-América Latina do think tank Diálogo Interamericano, com sede em Washington.

Hungria dá mais um passo em direção à ditadura


Parlamento húngaro aprova uma série de leis antidemocráticas visando calar e limitar ainda mais a oposição. É preciso não se iludir a respeito de Viktor Orbán, opina o correspondente da DW Keno Verseck.

Há pouco, talvez nada, que seja mais importante para o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, do que ser o real número um no poder e no Estado. Por isso, ele considera as derrotas eleitorais como algo muito pessoal. Após a eleição de 2002, em que perdeu surpreendentemente, Orbán disse uma de suas frases mais famosas: "A pátria não pode estar na oposição!"

Pátria, nesse caso, significava seu partido, seus eleitores e acima de tudo, ele próprio. Em seus círculos mais próximos, diz-se que a derrota o atingiu traumaticamente, mergulhando-o numa crise pessoal. Consta também que ele jurou a si próprio fazer todo o possível para, caso se tornasse novamente chefe de governo, impossibilitar a própria saída do poder.

Agora isso aconteceu novamente: pela primeira vez em 13 anos, Orbán sofreu uma derrota eleitoral. Em outubro, o partido Fidesz de Orbán perdeu as eleições locais de forma inesperada e sensível. Embora tenha conseguido manter sua base eleitoral genérica e tenha se saído bem principalmente nas áreas rurais, a perda de votos em muitas das principais cidades do país, incluindo Budapeste, foi de grande importância simbólica. Pois o sistema Orbán, com seus numerosos e pequenos mecanismos para paralisar a oposição, era considerado praticamente impossível de derrotar. Pôde-se perceber o quanto a derrota doeu no premiê, que antes da eleição desdenhara bastante da oposição, tachando-a de "chorona".

Derrota do Reino Unido


É sinal dos tempos que as mentiras triunfem. Os britânicos, novamente, decidiram dar um voto de apoio à saída do país da União Europeia. Isso definirá o futuro papel do Reino Unido no mundo. Uma transformação histórica.

Robert Mudge (rpr) | opinião

Bem, todo mundo sabia que isso ia acontecer, não?

Só para pôr em perspectiva: a última vez em que os conservadores obtiveram uma vitória tão esmagadora no Reino Unido foi em 1987, com Margeret Thatcher. Ela, que tão alegremente empunhava a sua bolsa contra a UE, proferindo frases como "queremos o nosso dinheiro de volta".

Desta vez, tudo se resumiu às seguintes palavras: "Vamos concluir logo o Brexit." Só que isso não vai acontecer num futuro previsível.

É um sinal dos tempos em que vivemos que as mentiras, as promessas não cumpridas e o racismo mal dissimulado triunfem sobre o conteúdo e a política. Educação, crime, desabrigados e um serviço nacional de saúde moribundo – nada importa quando se atravessa uma parede com uma escavadeira ou se esconde em uma geladeira, como Johnson fez. Isso é muito mais atraente para o eleitorado.

Brexit | O voto vítima de violência


Inês Cardoso *| Jornal de Notícias | opinião

Descrita numa das muitas reportagens sobre os resultados das eleições britânicas, a imagem da mulher vítima de violência doméstica é uma das mais eficazes para ajudar a interpretar o que aconteceu.

A exaustão levou a melhor, como quando uma mulher agredida prefere acreditar que o marido vai mudar, apenas para ter um pouco de paz. Três anos e meio de impasse em relação ao processo de saída da UE deixaram o Reino Unido profundamente dividido e tomado pela frustração. Um sentimento a que Boris Johnson respondeu com um slogan de extrema eficácia: "Get Brexit done".

O Brexit, contudo, não explica tudo e é essencial analisar a responsabilidade pessoal de Jeremy Corbyn. Pela falta de clareza em relação ao processo e ao prometido segundo referendo, pela conotação que lhe foi colada de posicionamento "muito à esquerda", pela pobreza da imagem e do discurso mesmo quando poderia ter capitalizado as fragilidades de um governo altamente disfuncional.

A votação dos trabalhistas, a pior desde 1935, é tão importante para ler os resultados como a vitória sonora dos conservadores, a maior desde a terceira vitória de Margaret Thatcher, em 1987. Os britânicos votaram contra o que não gostaram, mais do que por uma agenda positiva. O que merece reflexão e ajuda a explicar o crescimento de fenómenos que frequentemente minimizamos ou temos dificuldade em compreender.

Agora entramos no tempo de descobrir se Boris Johnson é, como mostra ser, muito mais inteligente e capaz de liderar do que Donald Trump. Já se percebeu o quando, fica a faltar o como do Brexit. E os termos da negociação fazem toda a diferença, sobretudo no plano comercial, numa altura em que Trump lhe acena com um acordo com os EUA. Há ainda outro risco, o da desunião interna. Mas esse, no fundo, tem sido o estado de alma do Reino Unido.

*Diretora-adjunta

O Brexit vem mesmo aí. O que é que isso significa para os portugueses?


São cerca de 400 mil os portugueses que vivem no Reino Unido e têm, pelo menos, até ao final de 2020 para pedir o estatuto de residente. Se o Acordo de Saída for aprovado, como se espera, não há motivo para dramas, afirmam os governantes.

Uma das primeiras reações portuguesas à vitória do conservador Boris Johnson nas eleições britânicas de quinta-feira foi a do primeiro-ministro António Costa que, à saída do primeiro dia de trabalhos do Conselho Europeu, em Bruxelas, já de madrugada, sublinhava que a vitória clara de Johnson irá permitir "assegurar algo que era fundamental: é que, havendo Brexit, que seja um Brexit ordenado, devidamente acordado, e, portanto, que todos os cenários negativos que se tinham perspetivado de um Brexit caótico possam ser evitados". De outra forma, "as consequências, quer para os direitos dos cidadãos, quer para as empresas seriam extremamente negativas", disse, pelo que a aprovação do Acordo de Saída "obviamente é uma boa notícia".

Essa é também a convicção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considera que este resultado "vai permitir um acordo para uma saída ordenada do nosso aliado de tantos séculos da União Europeia", o que permitirá proteger os interesses dos portugueses residentes no Reino Unido, assim como dos cidadãos britânicos que residem em Portugal, e também as empresas dos dois países e da União Europeia, "para um futuro relacionamento profícuo e no interesse comum".

"Obrigado pela confiança que depositaram em nós", diz Boris Johnson


Os Conservadores ganharam as eleições com maioria absoluta. Boris Johnson foi investido novamente como primeiro-ministro.

“Esta manhã fui ao Palácio de Buckingham e vou formar um novo governo. Na segunda-feira, os deputados vão chegar a Westminster para formar um novo parlamento. Estou orgulhoso por dizer que os membros do nosso novo governo de uma nação, governo do povo, vêm de círculos eleitorais que nunca tiveram um deputado conservador por 100 anos. Claro, vão ter um mandato desta eleição para concretizar o Brexit e vamos honrar esse mandato até 31 de janeiro”, começou por dizer Boris Johnson no primeiro discurso após ser investido como primeiro-ministro.

"Quero falar diretamente com aqueles que tornaram isto possível e com todos aqueles que votaram em nós pela primeira vez. Aqueles que ouviram as vozes dos pais e dos avós. Obrigado pela confiança que depositaram em nós e em mim pessoalmente", frisou. À porta de Downing Street, o governante garantiu que "essa confiança vai ser paga e vou conseguir compensar-vos pelo vosso voto de confiança".

Portugal | Quando se retiram argumentos a quem eles já faltavam!


Jorge Rocha* | opinião

O fim da suborçamentação do Serviço Nacional de Saúde, mediante o reforço de 800 milhões de euros no próximo ano e a contratação de mais 8400 profissionais, constituiu a boa notícia de ontem, embora se revele ingrata para os que, à custa do setor, porfiam nas críticas ao governo e para quem faz dele um negócio, já que verá prejudicadas as previsões de rentabilidade das suas clínicas e unidades hospitalares.

Será bastante para resolver de vez todos os problemas anunciados nos últimos anos? De modo algum, porque os cortes aplicados pelo governo de Passos Coelho não se sentiram com a expectável gravidade logo a seguir, mas revelaram a virulência no prazo bastante para todas as responsabilidades serem transferidas dos autores da malfeitoria para os que nada tinham tido a ver com ela e a tentaram esforçadamente contrariar. Quem conhece as leis da mecânica ou as da natureza sabe bem como existe um hiato significativo entre a causa, que produz um mal e o momento em que ele mais se agudiza. Daí que este orçamento de 2020 seja o que, verdadeiramente, começará a demonstrar os benefícios das políticas implementadas desde 2016 para recuperar o combalido SNS.

É natural que João Miguel Tavares seja um dos que não goste desta notícia e por isso escolha outra para o persistente exercício de maldizer sobre o governo. Desta feita pega na questão da delação premiada, badalada nos últimos dias como hipótese de alteração da legislação sobre as áreas da Justiça, e faz um desesperado lamento sobre a impossibilidade de se tornar possível entre nós essa prática oficial da bufaria nos tribunais. Nele se verifica mais uma eloquente demonstração da incapacidade do escorpião em iludir a natureza tornando-se diferente do que é. E este Tavares não consegue reprimir as saudades do tempo em que a delação era ameaça persistente para quem incorria no sério risco de se sujeitar às torturas dos pides na Rua António Maria Cardoso. Que cómodo seria pagar a dois tunantes, que afiançassem ter ocorrido uma qualquer vilania por parte de um político socialista para logo receberem crédito de algum Carlos Alexandre e assim, sem outras provas, enfiá-lo na prisão de Évora?

O que Tavares quer ostensivamente ignorar é ter sido durante o período em que António Costa foi ministro da Justiça, que se produziu a única legislação consistente e coerente destinada a combater a corrupção em Portugal. Nenhum outro político - mormente os que ele gostaria de ver novamente no poder - tem tais provas dadas contra algo que, enganadoramente, quer assacar a uma suposta «cultura socialista», mas tem-se mostrado particularmente proveitosa para os Dias Loureiros, os Paulos Portas, e outros que tais, relativamente a quem o mesmo Tavares não se tem mostrado nada obcecado.

Portugal | Professores consideram "uma verdadeira provocação" o aumento de 0,3%


A Federação Nacional de Professores (Fenprof) considerou hoje "inaceitável" e uma "verdadeira provocação" a proposta de aumentos salariais de 0,3% para 2020, acusando o Governo de "desvalorizar o trabalho" e "desrespeitar os trabalhadores".

O aumento "não é ridículo, nem absurdo, é uma verdadeira provocação", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em conferência de imprensa realizada em Lisboa, enquanto decorriam as negociações com o Governo sobre as medidas a incluir no próximo Orçamento do Estado (OE).

"Dizer que, depois destes 10 anos, vão ter um aumento de três décimas é brincar com as pessoas, é desvalorizar o trabalho. É de um governo que desrespeita quem trabalha e os seus salários", criticou Mário Nogueira, para quem o aumento proposto é algo "absolutamente inaceitável".

O secretário-geral da Fenprof lembrou que, na última década, os professores tiveram os "salários congelados", o que se traduziu numa "redução do poder de compra".

No caso dos educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, houve uma diminuição líquida do poder de conta de 18,2%, segundo números avançados hoje por Mário Nogueira.

Portugal | PS lidera intenções de voto e Livre perde quase metade da votação


O PS lidera as intenções de voto com 37,1% e um avanço de 10,2 pontos percentuais sobre o PSD numa sondagem em que o Livre surge com metade da votação alcançada nas legislativas em outubro.

Num estudo efetuado pela Eurosondagem para o jornal Sol e o Porto Canal, os socialistas seguem na frente com mais 0,7 pontos percentuais (p.p.) do que o resultado alcançado nas legislativas de outubro passado.

O PSD obtém 26,9% das intenções de voto, menos 0,9 p.p. do que o 'score' conquistado nas eleições de outubro, ficando a 10,2 p.p. de distância do PS.

Exatamente com o resultado das legislativas, 9,5%, surge o BE, enquanto a CDU, que junta PCP e PEV, obtém 7,1%, mais 0,8 p.p. do que em outubro.

Mais lidas da semana