sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

EIXO DO MAL, QUEM?


Elenira Vilela (*), de Florianópolis, no Facebok

Existe um país no mundo que está sempre em guerra desde a sua própria unificação. Que nessas guerras desrespeita tratados internacionais. Que usa armas químicas, biológicas e usou inclusive armas nucleares (o único país do mundo a detonar bombas nucleares sobre cidades).

Essas armas mataram milhões de civis, destruíram o meio ambiente (por décadas e as vezes séculos pela contaminação) e impuseram que milhões de pessoas - antes saudáveis - desenvolvessem câncer e outras doenças e gerassem filhos com as mais diversas más-formações, incluindo seus próprios soldados.

Esse país tortura prisioneiros de guerra. Usa o estupro como arma sistemática e coordenada para "quebrar a moral do inimigo". Joga bombas em hospitais e escolas com o mesmo intuito.

Promove e financia manobras políticas, golpes de Estado e o crescimento e armamento de grupos terroristas contra governos democraticamente eleitos que não seguem sua cartilha à risca.

Esse país tem uma enorme indústria bélica que manda no governo (supostamente democrático, mas em que várias vezes o mais votado não é o eleito).

Esse país manda na ONU e se acha no direito de impor sanções económicas aos países que ironicamente apelida de "Eixo do Mal" na maior fake news (em bom português: mentira deslavada e consciente) da história da humanidade. Ataca e invade quando as sanções económicas não são suficientes para esses países se dobrarem a seus interesses.


Sempre que impõe essas sanções e ataca esses países, conta com grande apoio de países chamados de civilizados e desenvolvidos. Por exemplo, a tão cordial Inglaterra apoiou a invasão do Iraque com a desculpa mentirosa de que existiam armas químicas nunca encontradas.

França, Canadá, Bélgica, Japão, Turquia entre muitos outros apoiam, dão suporte, participam ativamente de muitas dessa ações, sejam económicas, mediáticas, políticas, boicotes e de ações de guerra propriamente ditas.

Esse país foi derrotado algumas vezes. A mais emblemática é a derrota para o Vietname depois de tentar massacrar esse povo por duas décadas (uma financiando a França e outra diretamente na guerra).

Mas o perigo são os outros, as ditaduras são as outras, a preocupação internacional é com os outros países. Por coincidência #sqn as ações mais contundentes atingem mais diretamente os países que têm ou descobrem novas reservas de petróleo.

Dou um doce para quem adivinhar de que país estou falando...

Não há dúvidas de que esse país em crise económica e política mais uma vez busca a saída para seus problemas no genocídio em massa.

O que aconteceu nesta sexta-feira (3) não é uma surpresa e esse país não tem o menor problema de mundializar esse conflito. Isso vai encher as burras de dinheiro e unificar o país cujo governo está sob ameaça de impeachment.

A guerra do Iraque unificou o país e segurou Clinton na presidência. A guerra ao Afeganistão reunificou e segurou o Bush filho na presidência. Esse país se alimenta de morte. Os capitalistas precisam da morte, do fascismo, da mentira, da destruição para permanecer acumulando capital.

Não será a primeira vez que a resposta para a crise será a guerra. Aliás essa tem sido uma resposta sistemática. Além das duas guerras mundiais, o capitalismo mantém ininterruptamente guerras em curso na África, na Ásia (especialmente no Oriente Médio) e mesmo na Europa (guerras recentes na Crimeia e na antiga Jugoslávia nas décadas de 1990 e 2000).

É pela paz que eu não quero seguir admitindo.

Abaixo o imperialismo
Socialismo ou barbárie

(*) Professora, sindicalista e feminista

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