A Polícia da República de
Moçambique promoveu, em dezembro, dois dos cinco agentes acusados do
assassinato do observador eleitoral Anastácio Matavel, em outurbro. A
informação foi avançada pelo semanário Savana.
Despachos assinados pelo
comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino
Rafael, e datados de 27 de dezembro, mostram que Edson Silica foi promovido a
subinspetor da polícia e Agapito Matavele a sargento.
Os despachos foram publicados
pelo semanário Savana, na edição desta sexta-feira (24.01), e fonte do
Comando-Geral da PRM confirmou à agência de notícias Lusa a autenticidade dos
documentos.
A mesma fonte avançou que os
nomes dos dois agentes fazem parte de uma lista com vários nomes de polícias
promovidos na província de Gaza, no âmbito de promoções levadas a cabo em todo
o país.
A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir
o comando-geral da PRM.
Edson Silica e Agapito Matavele
foram acusados pela Procuradoria Provincial de Gaza de participação no
assassinato de Anastácio Matavel, representante da Sala da Paz, uma coligação
de Organizações Não Governamentais (ONG) ligadas à observação eleitoral em
Moçambique.
Matavel
foi baleado na via pública, em pleno dia, uma semana antes das eleições
gerais, em outubro. Em novembro, a Procuradoria Provincial de Gaza, sul de
Moçambique, acusou oito
arguidos pelo crime, incluindo cinco agentes.
No comunicado, a procuradoria
provincial imputa às oito pessoas os crimes de homicídio qualificado, dano
culposo e falsificação praticada por servidor público no exercício das suas
funções.
O homicídio de Anastácio Matavel
provocou repúdio e condenação em Moçambique e fora do país, por se tratar de um
ativista da sociedade civil envolvido na observação eleitoral e que morreu
durante a campanha para as eleições, numa província conhecida pela intolerância
política contra opositores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO),
partido no poder.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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