segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Polícia promove acusados da morte de observador eleitoral em Moçambique


A Polícia da República de Moçambique promoveu, em dezembro, dois dos cinco agentes acusados do assassinato do observador eleitoral Anastácio Matavel, em outurbro. A informação foi avançada pelo semanário Savana.

Despachos assinados pelo comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, e datados de 27 de dezembro, mostram que Edson Silica foi promovido a subinspetor da polícia e Agapito Matavele a sargento.

Os despachos foram publicados pelo semanário Savana, na edição desta sexta-feira (24.01), e fonte do Comando-Geral da PRM confirmou à agência de notícias Lusa a autenticidade dos documentos. 

A mesma fonte avançou que os nomes dos dois agentes fazem parte de uma lista com vários nomes de polícias promovidos na província de Gaza, no âmbito de promoções levadas a cabo em todo o país.

A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir o comando-geral da PRM.

Participação na morte do observador eleitoral

Edson Silica e Agapito Matavele foram acusados pela Procuradoria Provincial de Gaza de participação no assassinato de Anastácio Matavel, representante da Sala da Paz, uma coligação de Organizações Não Governamentais (ONG) ligadas à observação eleitoral em Moçambique.

Matavel foi baleado na via pública, em pleno dia, uma semana antes das eleições gerais, em outubro. Em novembro, a Procuradoria Provincial de Gaza, sul de Moçambique, acusou oito arguidos pelo crime, incluindo cinco agentes.

No comunicado, a procuradoria provincial imputa às oito pessoas os crimes de homicídio qualificado, dano culposo e falsificação praticada por servidor público no exercício das suas funções.

O homicídio de Anastácio Matavel provocou repúdio e condenação em Moçambique e fora do país, por se tratar de um ativista da sociedade civil envolvido na observação eleitoral e que morreu durante a campanha para as eleições, numa província conhecida pela intolerância política contra opositores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder.

Deutsche Welle | Agência Lusa

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