A Liga Guineense dos Direitos
Humanos condenou hoje as "tentativas de subversão da ordem
constitucional", apelando aos políticos para agirem de acordo com a lei da
Guiné-Bissau e aos militares para se manterem afastados das disputas políticas.
Num comunicado, divulgado à
imprensa, a organização não-governamental apela à "classe política em
geral e em particular aos candidatos às presidenciais para adequarem as respetivas condutas
aos ditames da lei".
A Liga condena também "sem
reserva todas as tentativas de subversão da ordem constitucional por via da
força" e exorta às duas candidaturas às presidenciais a terem "maior
contenção" e a aguardarem pela conclusão do processo eleitoral, conforme
as leis do país.
No comunicado, a organização
apela às "forças de defesa e segurança para se manterem equidistantes das
disputas político-partidárias" e a circunscrever a sua ação à
"defesa da integridade territorial e da ordem democrática
instituída".
A Liga Guineense dos Direitos
Humanos pede também à comunidade internacional, em especial à Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para ter uma
"postura mais proativa face ao cenário de deterioração da
atmosfera política" no país.
A Guiné-Bissau vive mais um
momento de especial tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló ter
demitido na sexta-feira Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado
Nuno Nabian, que tomou hoje posse.
Umaro Sissoco Embaló,
dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela
Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente
guineense na quinta-feira, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça
ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura
de Domingos Simões Pereira, que alega a existência de graves irregularidades no
processo.
Após estas decisões,
registaram-se movimentações militares, com os militares a ocuparem várias
instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os
funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas.
Entretanto, também na
sexta-feira, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá,
tomou posse como Presidente da República interino, com base no artigo da
Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na
chefia do Estado.
Notícias ao Minuto | Lusa
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