segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Portugal | O RACISMO ESTÁ PROFUNDAMENTE ENRAIZADO EM NÓS

António Jorge* | opinião

Não basta criticar e criminalizar quando o racismo se assume como besta e ataca. É preciso ir profundamente ao fundo do problema, que subsiste, enquanto não se fizer a pedagogia da humanidade pela verdade sincera de combate ao racismo e ao pré-conceito racial.

As diferenças étnicas, tem uma explicação cientifica, são consequência em primeiro lugar da geografia e da relação de cada Continente ou lugar em que cada um de nós nasceu ou é originário, e das razões das adaptações genéticas humanas ao meio ambiente de onde é natural.

Se eu for originário do norte do Hemisfério, tenho um nariz mais estreito para melhor resistir ao frio... se for originário do hemisfério sul, tenho um nariz mais aberto, para respirar melhor na relação com o calor dos trópicos.

O ser-se de etnia, branca, morena, castanha ou negra... vem das mesmas razões.

O resto é uma história secular da submissão de uns pelos outros... os do sul pelos do norte... e que também se relaciona com a geografia... os povos do Hemisfério norte, tiveram de ser mais operativos para se adaptarem e transformarem o meio ambiente em que nasceram, adaptando-o para nele viverem e conseguirem resistir ao frio dos invernos.

É isso que explica até... porque desde há alguns séculos se processou a mudança dos principais centros do saber da humanidade que surgiram na bacia do mediterrâneo, a sul e a norte, tivessem sido substituídas pelas sociedades europeias que antes eram conhecidas e habitadas pelos povos designados, como bárbaros no centro e norte da Europa.

Como é sabido... a história que nos é contada é feita em função dos vencedores, e o racismo também é consequência disso.

Fomos habituados pela escravatura e o colonialismo a desvalorizar e discriminar os africanos, confundindo a submissão pela força, com a ausência de igualdade do género humano.

O poder político tem algumas culpas pela manutenção da força do racismo entre nós - Portugal e os portugueses tem uma experiência da África e dos africanos de mais de meio milhar de anos... apesar disso, o problema continua por resolver, porque onde o racismo desde logo deve ser combatido, é no berço... na escola, pela educação e o seu enquadramento histórico e compreensão nos manuais escolares.

O racismo não se combate só pela criminalização... dos que ousam assumir-se como racistas, é preciso persistência e pedagogia e sobretudo - CORTAR O MAL PELA RAÍZ!

*António Jorge - editor e livreiro em Angola

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