Giuseppe Conte sugere negligência
de autoridades no norte italiano. País tem mais de 280 casos e reporta primeira
infecção ao sul de Roma. Áustria e Croácia registram casos, e Espanha põe hotel
em quarentena.
Autoridades italianas informaram
nesta terça-feira (25/02) que foram diagnosticados casos do
novo coronavírus na Sicília, o primeiro caso ao sul de Roma, e na Toscana,
enquanto o país luta para impedir que o surto se espalhe desde sua
origem, nas regiões da Lombardia e Vêneto, no norte.
O governador regional da Sicília,
Nello Musumeci, disse que uma turista de Bergamo, na Lombardia, havia sido
hospitalizada na capital da ilha, Palermo, após ser diagnosticada com a doença
e que todos os que viajavam com ela estavam em quarentena. A Toscana reportou
seus dois primeiros casos, incluindo um na turística cidade de Florença.
O número de casos na Itália, o
país da Europa mais afetado, já passa de 280. Na segunda-feira, eram 229 casos.
Quarenta novos casos foram reportados na Lombardia, e nove, no Vêneto. O número
de mortes no país permaneceu inalterado: sete.
Na noite de segunda-feira, o
primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, criticou as autoridades da
Lombardia, sugerindo que negligência em um hospital na região pode ter dado
impulso ao surto.
Conte acusou um hospital,
que ele não nomeou, de não seguir o protocolo correto disse que "isso
contribuiu para a propagação", acrescentando que ele pode considerar
retirar alguns dos poderes de governos regionais sobre a política de saúde.
Um hospital do povoado de
Codogno, que está sob quarentena, tratou um paciente de 38 anos infectado com o
vírus, o qual teria contaminado outros pacientes, enfermeiros e médicos. A
região da Lombardia acusou o governo italiano de ter fracassado no combate ao
surto.
Várias cidades ao sul de
Milão estão completamente isoladas. De acordo com a agência de
notícias Ansa, o número de postos de controle foram aumentados na região, e
militares estão ajudando na vigilância.
O partido nacionalista de direita
Liga, que governa tanto a Lombardia como o Vêneto, e que é de oposição ao
governo federal, reagiu com irritação ao comentário de Conte. O líder do
partido na Câmara dos Deputados, Riccardo Molinari, acusou a fala de Conte de
ser "quase fascista".
O governador da Lombardia,
Attilio Fontana, acusou Conte de usar uma "estratégia de desespero,
provavelmente tentando atacar outras pessoas para distrair a atenção (de si
mesmo)".
Em Milão, capital da Lombardia, a
famosa catedral da cidade foi fechada para visitantes, e em Veneza, o Carnaval
foi encerrado mais cedo pela primeira vez em décadas. Companhias aéreas
começaram a restringir voos para a Itália.
Funcionários da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e da União Europeia (UE) tem agendado em Roma um
encontro nesta terça-feira para discutir a crise, que começou na China e agora
se espalhou para cerca de 29 outros países e territórios.
A Áustria confirmou nesta
terça-feira os primeiros dois casos de Covid-19 no país. A informação foi
divulgada pelo governador da província do Tirol, Günther Platter, que afirmou
que uma das infecções tem conexões com a vizinha Itália. Os pacientes estão
isolados numa clínica em Innsbruck.
A Croácia também reportou o
primeiro caso do coronavírus no país nesta terça-feira. Segundo o governo
croata, um paciente, que viajou a Milão, está isolado num hospital da capital
Zagreb.
Na Alemanha, um casos suspeito de
uma pessoa que viajou à Lombardia havia sido reportado em Colônia, mas as
autoridades disseram nesta terça-feira que não se trata de Covid-19. Até o
momento, 16 casos foram confirmados no país.
Um hotel da ilha espanhola de
Tenerife com mil hóspedes foi colocado sob quarentena depois da confirmação de
um caso da doença, de acordo com a TV espanhola. A polícia está de guarda em
frente ao hotel Adeje, no sudoeste dessa que é a maior das Ilhas Canárias, até
que todos sejam testados, de acordo com o jornal El Mundo.
Anteriormente, um hóspede vindo
da Lombardia, na Itália, tinha sido testado positivo para o vírus, segundo o
Ministério da Saúde da Espanha.
No Irã, na luta contra a
propagação do vírus, o governo do país pediu aos cidadãos que fiquem em
casa. Nas últimas 24 horas, foram registradas 34 novas infecções, 16 delas
somente na cidade de Kom. Segundo a agência de notícias Irna, as autoridades
confirmaram também duas novas mortes. Um total de 16 pessoas morreram pela
doença no Irã, e 95 estão infectadas.
A Coreia do Sul anunciou exames
em massa para detectar o vírus. Mais de 200 mil membros de uma seita,
considerada um foco do surto no país, devem ser examinados. Com cerca de
mil infecções, o país asiático registra o maior número de casos fora da China.
Na China, mais de 80 mil
infecções e mais de 2.600 mortes já foram confirmadas.
Deutsche Welle | MD/dpa/rtr/ap
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