Trata-se de um cidadão
moçambicano, com mais de 75 anos, que recentemente esteve no Reino Unido.
Anúncio foi feito há pouco pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, em Maputo.
País tem poucos ventiladores mecânicos.
O ministro da Saúde de
Moçambique, Armindo Tiago, anunciou este domingo (22.03) o primeiro caso de
infeção pelo novo coronavírus no país confirmado pelas autoridades.
Trata-se de "um moçambicano,
com mais de 75 anos, que voltou de uma viagem ao Reino Unidos em meados deste
mês", referiu, em conferência de imprensa, em Maputo.
"Trata-se de um caso
importado", realçou.
A infeção foi confirmada no
laboratório do Instituto Nacional de Saúde (INS) nas últimas 24 horas.
O doente tem sintomas ligeiros,
está em isolamento domiciliário e sob acompanhamento clínico pelas autoridades
de saúde do país, realçou o ministro.
"Como mandam as regras da
Organização Mundial de Saúde (OMS), decorre um rastreio de contatos"
mantidos pelo portador do vírus, para "monitorização e avaliação de
eventuais cadeias de transmissão do vírus".
Até este domingo (22.03), único
caso confirmado de covid-19 relacionado a Moçambique era o do médico
moçambicano residente em Espanha e que se encontra em tratamento no hospital do país europeu.
Moçambique tem 34 ventiladores
funcionais no sistema público de saúde, disse no sábado o ministro do setor,
Armindo Tiago.
A população moçambicana deverá
chegar este ano aos 30 milhões de habitantes, segundo o Instituto Nacional de
Estatística (INE).
"Em termos de ventiladores,
o país usa neste momento, nos diferentes hospitais, cerca de 24 ventiladores
que estão funcionais no sistema público", referiu, ao ser questionado
pelos jornalistas sobre os meios disponíveis para atender a eventuais casos
severos de doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
"[Na sexta-feira (20.03)]
conseguimos tirar do porto de Maputo dez ventiladores adicionais que vão ser
distribuídos pelos hospitais que não têm", acrescentou.
O ministro da Saúde fez ainda
referência a uma parceria já estabelecida com o setor privado, em que
"existem ventiladores que na eventualidade de eclosão [da covid-19] também
poderão ser usados para salvar vidas".
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que 5% das pessoas que foram infetadas com covid-19
"necessitarão de terapia intensiva" e a maioria destas
"necessitará de ventilação mecânica", sendo que "o diagnóstico
mais comum em pacientes com covid-19 severa é pneumonia grave".
Diagnóstico e isolamento
Armindo Tiago disse que "o
diagnóstico do novo coronavírus está disponível em todas as unidades sanitárias
do país" e que há condições para o isolamento nas capitais provinciais e
nalguns distritos.
Referiu ainda que, no caso de
sintomas gripais, existem em Moçambique quantidade suficiente de medicamentos
para tratar 3.000 doentes.
O ministro da Saúde anunciou na
última semana em entrevista ao jornal O País que o país dispõe de 2.000 'kits'
para diagnosticar o novo coronavírus, acrescentando que "a capacidade e
preparação para a covid-19 vai aumentando, de forma progressiva, em função do
plano de contingência" do Estado.
Covid-19 confirmada em três
países dos PALOP
A confirmação de uma infeção em
Moçambique soma-se aos dois casos registados em Angola e três registados em
Cabo Verde - na ilha da Boa Vista, que se encontra em quarentena.
Assim, três dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) têm casos registados da covid-19.
Apenas a Guiné-Bissau e São Tomé
e Príncipe ainda não confirmaram infetados pelo coronavírus em seus
territórios.
Casos mais recentes em África
O primeiro caso da covid-19 no
Uganda foi anunciado, este domingo (22.03), pela ministra da saúde, Jane Ruth
Aceng. No sábado (21.03), o Zimbabué confirmou o segundo caso de
covid-19. Também a Eritreia confirmou, no final do sábado, o primeiro caso da
doença.
A República Democrática do Congo
(RDC) anunciou, no sábado (21.03), a primeira morte devido ao novo coronavírus
em Kinshasa.
Burkina Faso, Gabão e
Maurícias também já registaram mortes devido à doença.
Entretanto, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) , advertiu que
os números oficiais provavelmente não refletem o quadro real no continente
africano.
Deutsche Welle | Agência Lusa, cvt
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