quarta-feira, 4 de março de 2020

Portugal | Inspetores da ASAE detidos por suspeitas de corrupção


Cinco inspectores da ASAE detidos por suspeitas de passarem informações a estabelecimentos de restauração

São elementos da delegação Sul da ASAE. Os alegados actos de corrupção passiva estão relacionados com acções de fiscalização.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira cinco inspectores por suspeita do crime de corrupção passiva. Fonte ligada ao processo avançou à agência Lusa que os detidos são cinco inspectores da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e que os actos de corrupção estão relacionados com acções de fiscalização.

Segundo a mesma fonte, a operação da PJ incidiu sobre a actuação de elementos da delegação Sul da ASAE.

Na tarde desta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária enviaram uma nota às redacções onde referem que “a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e no contexto da realização da operação Iceberg, procedeu à detenção de cinco arguidos, todos do sexo masculino, os quais estão fortemente indiciados pela prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, designadamente, de corrupção passiva para acto ilícito, no âmbito de dois inquéritos dirigidos pelo DIAP Regional de Lisboa – 1.ª Secção”.

A operação, realizada esta terça-feira, “visou ainda a execução de sete mandados de busca domiciliária e não domiciliária, e permitiu a recolha de vastos elementos probatórios relacionados com a prática criminosa sob investigação”. Em causa está a “suspeita de transmissão de informações privilegiadas a proprietários e trabalhadores de estabelecimentos comerciais, designadamente de restauração, recebendo contrapartidas monetárias e outros tipos de gratificações”, acrescenta a nota.

A acção da PJ foi levada a cabo em Lisboa, Vila Franca de Xira, Amadora, Cacém e Fernão Ferro. Na operação estiveram envolvidos cerca de 40 inspectores e peritos da Polícia Judiciária.

Os arguidos serão presentes, esta quarta-feira, à autoridade judiciária titular do inquérito, no DIAP Regional de Lisboa – 1.ª Secção, “visando a promoção de realização de primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos”. A investigação encontra-se agora em segredo de justiça e prosseguirá “no sentido de apurar a dimensão cabal das situações de benefício ilícito e das respectivas contrapartidas desta prática criminosa e, bem assim, da existência de outros comparticipantes”, nota o comunicado.

Filipa Almeida Mendes e Lusa | Público | Imagem: Paulo Pimenta

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