Foram notificados mais 235
infetados, nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da
Direção-Geral da Saúde, desta sexta-feira.
Portugal já tem 1020 casos de
infeção pelo novo coronavírus. 235 deles foram confirmados nas últimas 24
horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta
sexta-feira (20 de março). Há cinco pessoas recuperadas e 6 mortes.
Estão internadas em hospitais 126
doentes, sendo que destes 26 encontram-se nos cuidados intensivos (mais seis do
que na quinta-feira). A maioria dos doentes apresentam sintomas ligeiros, por
isso, estão a ser acompanhados a partir de casa pelo seu médico de família ou
por equipas de hospitalização domiciliária.
Há ainda 850 pessoas a aguardar o
resultado das análises laboratoriais e 9008 contactos em vigilância pelas
autoridades de saúde. Estão ativas 24 cadeias de transmissão no país, tal
como ontem, a maioria com ligações ao estrangeiro.
Todos os dias o número de
infetados com o novo coronavírus em Portugal tem desenhado uma curva de subida
exponencial. Mas esta quinta-feira - se analisarmos a última semana - o crescimento
percentual foi mais baixo: 22%, quando tem andado na ordem dos 40% nos
restantes dias.
De acordo com o que
epidemiologista Henrique Barros explicou ao DN ainda é cedo para tirar
conclusões. Podem ser todos estes fatores em conjunto ou apenas circunstancial. Certo para este especialista, presidente do Instituto de Saúde Pública da
Universidade do Porto, é que só um crescimento menor de infetados durante três,
quatro ou cinco dias, permitirá chegar a uma conclusão. Também o matemático
Jorge Buescu, que tem estudado o alastrar da pandemia do novo coronavírus,
aponta nesse sentido: "Um ponto não serve para marcar uma tendência. Para
se avaliar de uma forma consistente tem que se registar durante três, quatro
dias."
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as
00:00 de quinta-feira até às 23:59 de 2 de abril, segundo o decreto publicado
na quarta-feira em Diário da República, que prevê a possibilidade de
confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à
circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.
Polícias nas ruas com
altifalantes e drones
A partir da entrada em vigor do
estado de emergência de combate ao coronavírus - com todas as medidas
restritivas de circulação e reunião - são as polícias que vão estar nas ruas a controlar o seu
cumprimento. Na PSP, força de segurança presente nas grandes cidades do
país, o plano operacional já tinha começado a ser preparado antes mesmo da
decisão do Presidente da República, pois está em causa uma mobilização sem
precedentes de milhares de agentes com uma missão nunca feita em democracia:
obrigar as pessoas a ir para suas casas e impedir que se juntem nas ruas.
Mais de 10 mil mortos em todo o
mundo
A pandemia de covid-19 já fez
mais de 10 mil mortos em todo o mundo, uma marca alcançada esta sexta-feira.
Segundo os dados oficiais, Itália é o país mais afetado, com 3 405 mortes (em
41 035 casos), tendo ultrapassado esta quinta-feira a China, que regista 3 248
óbitos (em 80 967 casos).
Neste ranking, os países que se
seguem são o Irão (1 284 mortes em 18 407 casos), Espanha (831 mortes em 18 077
casos), França (372 mortes em 10 995 casos), Estados Unidos (217 mortes em 14
366 casos) e Reino Unido (144 mortes em 3 269 casos), os únicos que registam
mais de 100 mortes até ao início da manhã desta sexta-feira. A Alemanha, que
tem 15 320 casos, não foi ainda além das 44 mortes.
Recomendações da DGS
Para que seja possível conter ao
máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar
os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas
que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as
mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos
animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave
novamente as mãos).
Em caso de apresentar sintomas
coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as
autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar
para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
David Pereira, Rita Rato Nunes |
Diário de Notícias
Com Graça Henriques, Valentina
Marcelino
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