Vitor Matos, no Expresso Curto, salienta a boa notícia, que o PR não padece de coronavírus. Teste negativo, assim afiança. O mesmo não podem dizer cerca de 40 portugueses, assim como oficialmente mais de 300 aguardam o positivo ou negativo dos testes que fizeram. A incógnita é como uma espada de dâmocles a pairar sobre as suas cabeças.
E o autor vai por aí no seu texto corrido. Abordagens não faltam, do país e do estrangeiro. Leia a seguir. Por aqui não vamos adiantar mais nada. Por agora chega... Agora por chega: Portugal tem, pelo menos, um deputado fascista, racista, xenófobo e aldrabão, alapado num lugar do parlamento. Quem o elegeu tem toda a responsabilidade naquela presença na casa da democracia. Cuidado, portugueses, tal presença é como um perigoso vírus que em contágio ativo - se ocorrer - matará as liberdades e o aperfeiçoamento da democracia que pós 25 de Abril de 1974 temos procurado tornar realidade. Que em algumas vertentes temos conseguido. Urge defender o que de positivo foi obtido.
Desça para o Curto de hoje. Por hoje chega.
MM | PG
Bom dia, este é o seu Expresso
Curto
O segundo teste negativo da vida
de Marcelo
Vítor Matos | Expresso
Bom dia!
Marcelo Rebelo de Sousa passou dias a fazer de conta que a epidemia não merecia alarme excessivo. Se o primeiro-ministro dizia que era preciso distanciamento social, o Presidente continuava com a proximidade do costume: beijos, abraços e fazia piadas sobre o incumprimento das recomendações das autoridades sanitárias. Até que apareceram as suspeitas de coronavírus numa visita ao Palácio de Belém, e Marcelo teve de recolher à casa de Cascais e de ser testado. Não estava contaminado, mas o teste negativo é político (consta que no liceu só teve uma negativa na vida, a Matemática, e há quem diga que nesse dia chorou). O Presidente da República foi imprudente e tardou em ter o comportamento público que se lhe exigia.
"A classe política anda a ver se acerta na gestão do Covid-19 e Marcelo é o campeão dos avanços e recuos", escreveu a Ângela Silva neste texto. Mas Marcelo sabe como ninguém manter-se no centro das atenções e apesar de isolado manteve-se em contacto com o país, fosse a falar a partir do terraço fosse a falar às televisões e a fazer declarações como esta: "Vou estar sozinho, não entra nem sai ninguém. Só entraram três pessoas para fazer o teste. Além do trabalho normal, uma pessoa tem que tratar da casa. Lavo a loiça, ponho a roupa a lavar e faço as refeições". Se não é campanha, serve.
Mas não é certo que o Presidente não repita o teste, caso lhe apareçam sintomas. E por estar assintomático mas vigilante vai continuar em quarentena, no que considera ser também "um exemplo reforçado de prevenção", disse à SIC.
Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, reúne-se esta manhã com sete ministros para fazer um ponto de situação da resposta de Portugal ao surto do novo coronavírus, que já infetou 39 pessoas em território nacional. O Governo português já suspendeu eventos com mais de 5.000 pessoas e voos para Itália.
O Executivo sugere também que não se realizem casamentos e celebração de missas com mais de 150 pessoas nos municípios de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto - as duas zonas mais afetadas pelo surto do novo coronavírus em Portugal
Portugal está a esforçar-se por conter a epidemia de modo a não acontecer o mesmo que em Itália, onde todo o país está de quarentena. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro italiano, que justificou a decisão com o facto de o contágio estar a aumentar rapidamente. É bom que o Governo tome medidas, porque nem tudo funciona: um hospital “de referência” para o Covid-19, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa não recebeu formação.
Neste momento, já há mais de 4.000 mortos em todo o mundo (e quase 65.000 pessoas curadas). Pode seguir aqui, ao longo do dia, o direto do Expresso sobre a crise do Covid-19.
Marcelo Rebelo de Sousa passou dias a fazer de conta que a epidemia não merecia alarme excessivo. Se o primeiro-ministro dizia que era preciso distanciamento social, o Presidente continuava com a proximidade do costume: beijos, abraços e fazia piadas sobre o incumprimento das recomendações das autoridades sanitárias. Até que apareceram as suspeitas de coronavírus numa visita ao Palácio de Belém, e Marcelo teve de recolher à casa de Cascais e de ser testado. Não estava contaminado, mas o teste negativo é político (consta que no liceu só teve uma negativa na vida, a Matemática, e há quem diga que nesse dia chorou). O Presidente da República foi imprudente e tardou em ter o comportamento público que se lhe exigia.
"A classe política anda a ver se acerta na gestão do Covid-19 e Marcelo é o campeão dos avanços e recuos", escreveu a Ângela Silva neste texto. Mas Marcelo sabe como ninguém manter-se no centro das atenções e apesar de isolado manteve-se em contacto com o país, fosse a falar a partir do terraço fosse a falar às televisões e a fazer declarações como esta: "Vou estar sozinho, não entra nem sai ninguém. Só entraram três pessoas para fazer o teste. Além do trabalho normal, uma pessoa tem que tratar da casa. Lavo a loiça, ponho a roupa a lavar e faço as refeições". Se não é campanha, serve.
Mas não é certo que o Presidente não repita o teste, caso lhe apareçam sintomas. E por estar assintomático mas vigilante vai continuar em quarentena, no que considera ser também "um exemplo reforçado de prevenção", disse à SIC.
Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, reúne-se esta manhã com sete ministros para fazer um ponto de situação da resposta de Portugal ao surto do novo coronavírus, que já infetou 39 pessoas em território nacional. O Governo português já suspendeu eventos com mais de 5.000 pessoas e voos para Itália.
O Executivo sugere também que não se realizem casamentos e celebração de missas com mais de 150 pessoas nos municípios de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto - as duas zonas mais afetadas pelo surto do novo coronavírus em Portugal
Portugal está a esforçar-se por conter a epidemia de modo a não acontecer o mesmo que em Itália, onde todo o país está de quarentena. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro italiano, que justificou a decisão com o facto de o contágio estar a aumentar rapidamente. É bom que o Governo tome medidas, porque nem tudo funciona: um hospital “de referência” para o Covid-19, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa não recebeu formação.
Neste momento, já há mais de 4.000 mortos em todo o mundo (e quase 65.000 pessoas curadas). Pode seguir aqui, ao longo do dia, o direto do Expresso sobre a crise do Covid-19.
OUTRAS NOTÍCIAS
Segunda-feira negra - O crash bolsista de ontem derreteu €5 biliões, e podia ter sido este o texto de abertura deste Curto, tal é a gravidade da situação nos mercados bolsistas por causa da guerra do petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia (e com os efeitos do Coronavírus à mistura). Foi um rombo na capitalização bolsista à escala mundial, com o índice MSCI global a perder 7% numa só sessão. Em nova Iorque, este foi a maior quebra de sempre, como explica o Jorge Nascimento Rodrigues. Apesar de tudo, Lisboa reabriu a subir 1,40%.
Ligações dos governantes a empresas - Dezanove elementos do Governo têm ligações empresariais, avança o "Público". Algumas não foram declaradas nos registos de interesses. Nuno Artur Silva, para além de ser dono direto de uma parte das Produções Fictícias, foi, até há pouco tempo, proprietário do resto da produtora através de uma SGPS unipessoal chamada Seems.
Cuidadores informais - Os
cuidadores informais terão direito a um subsídio de apoio que irá dos 248,20€
até aos 343,50€, avança o “Jornal de Notícias”.
Este valores constam de uma portaria publicada hoje em Diário da República, que
permite que os projetos-piloto comecem a 1 de abril em 30 concelhos do país.
Direita procura líder - hoje e amanhã, decorre o segundo congresso do Movimento Europa e Liberdade, que junta todas as sensibilidades da direita portuguesa. Os organizadores querem refundar a direita e influenciar os partidos numa alternativa ao “socialismo radical”. Mas falta-lhes um chefe...
Jogos à porta fechada - Mais um efeito do Covid-19. A liga está em suspenso: ou se adia ou se joga à porta fechada. O anúncio da ministra da Saúde Marta Temido dá a tónica: qualquer evento ao ar livre com mais de cinco mil pessoas tem de ser adiado, suspenso ou cancelado. A Liga Portugal, que organiza os campeonatos profissionais de futebol, irá tomar uma decisão em breve.
A história de Giannis - O Expresso tem publicado desde a semana passada um conjunto de artigos sobre aquilo a que os Médicos Sem Fronteiras chamaram “um novo desastre humanitário”. A Turquia, país com quase quatro milhões de refugiados, abriu as suas fronteiras e muitos desses refugiados começaram a passar. Sobretudo rumo à Grécia, onde o Governo local chamou “invasão” ao que está a acontecer. Este é o capítulo VI desta história: onde há um jovem desesperado e um lugar destruído.
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O QUE ANDO A LER
Pouco, o que é raro. Por vezes a
vida não nos permite, e as últimas semanas não têm deixado que pusesse as
leituras em dia, para além das revistas e jornais obrigatórios. Sugiro, no
entanto, um conjunto de artigos publicados no Courrier Internacional de março
sobre as "Mentiras que ameaçam a democracia". O artigo principal, do
israelita Haaretz, merece uma leitura atenta, pelo que representa esta nova
tendência nas democracias, em que as pessoas desvalorizam a verdade. "A
nossa época é marcada por um recuo sem precedentes de um dos principais legados
do iluminismo: a verdade como pilar moral e político. As consequências estão à
vista: a mentira deixou de ser punida, as teorias da conspiração ganham maior
influência e, no fim, é a democracia que fica mais ameaçada", escreve a
autora, Eva Illouz. A ler para pensar.
Por hoje despeço-me, tenho um excelente dia, tome as precauções devidas em relação à gripe, e acompanhe a atualidade no Expresso, na Tribuna e na Blitz.
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