segunda-feira, 6 de abril de 2020

Oposição na Guiné Equatorial diz que pandemia é "ameaça existencial"


Confirmados 15 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus

As organizações não governamentais críticas do governo da Guiné Equatorial consideraram hoje que a pandemia da Covid-19 é "uma ameaça existencial para todos" e que o Executivo deve aumentar o apoio aos cidadãos mais vulneráveis.

"A gravidade do momento pede que o Governo da Guiné Equatorial seja comedido e completamente transparente, e que as autoridades tomem todos os passos para garantir que todos os equato-guineenses, os pobres, vulneráveis, prisioneiros e desempregados tenham acesso a alimentação e cuidados médicos gratuitos", lê-se num comunicado assinado pela Comissão de Juristas Equato-guineenses e pelo Centro de Iniciativas de Estudos e Desenvolvimento, cujo título é 'Covid-19, uma ameaça existencial para todos nós'.

"É crítico que a garantia da obrigação de cumprimento dos direitos económicos e sociais aconteça simultaneamente com a obrigação de respeitar as liberdades políticas e civis que incluem os detidos ainda não processados", alerta-se no comunicado.

Os hospitais públicos e privados e as clínicas devem ser equipados adequadamente, e os cidadãos têm de ter acesso a água limpa para lavarem as mãos, pede-se no comunicado, muito crítico da política orçamental do Governo liderado pelo Presidente Teodoro Obiang.


O comunicado pede ainda que o Governo seja transparente na apresentação dos números, lembrando que no dia 21 de março o Governo aprovou um decreto presidencial contemplando 8,2 milhões de dólares para um fundo de combate à covid-19, e que nos dias seguintes anunciou 15 casos, apesar de "o treinador da seleção nacional de futebol, citando o médico da equipa que também trabalha para o hospital nacional, ter colocado o número de casos acima de 100".

Para o diretor executivo da ONG EG Justice, Tutu Alicante, "o Presidente Obiang esbanjou a riqueza da nação em projetos de elefante branco em vez de construir clínicas de saúde, escolas e projetos sociais, como aqueles que permitiriam água potável para lavar as mãos, e que teriam um impacto positivo e melhorar as condições as condições de vida da população".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.

O número de mortes em África subiu para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença naquele continente.

Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, estão confirmados 15 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © iStoc

Sem comentários:

Mais lidas da semana