Confirmados 15 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus
As organizações não
governamentais críticas do governo da Guiné Equatorial consideraram hoje que a
pandemia da Covid-19 é "uma ameaça existencial para todos" e que o
Executivo deve aumentar o apoio aos cidadãos mais vulneráveis.
"A gravidade do momento pede
que o Governo da Guiné Equatorial seja comedido e completamente transparente, e
que as autoridades tomem todos os passos para garantir que todos os equato-guineenses,
os pobres, vulneráveis, prisioneiros e desempregados tenham acesso a
alimentação e cuidados médicos gratuitos", lê-se num comunicado assinado
pela Comissão de Juristas Equato-guineenses e pelo Centro de Iniciativas
de Estudos e Desenvolvimento, cujo título é 'Covid-19, uma ameaça existencial
para todos nós'.
"É crítico que a garantia da
obrigação de cumprimento dos direitos económicos e sociais aconteça
simultaneamente com a obrigação de respeitar as liberdades políticas e civis
que incluem os detidos ainda não processados", alerta-se no comunicado.
Os hospitais públicos e privados
e as clínicas devem ser equipados adequadamente, e os cidadãos têm de ter
acesso a água limpa para lavarem as mãos, pede-se no comunicado,
muito crítico da política orçamental do Governo liderado pelo Presidente
Teodoro Obiang.
O comunicado pede ainda que o
Governo seja transparente na apresentação dos números, lembrando que no dia 21
de março o Governo aprovou um decreto presidencial contemplando 8,2
milhões de dólares para um fundo de combate à covid-19, e que nos dias
seguintes anunciou 15 casos, apesar de "o treinador da seleção nacional
de futebol, citando o médico da equipa que também trabalha para o hospital
nacional, ter colocado o número de casos acima de 100".
Para o diretor executivo
da ONG EG Justice, Tutu Alicante, "o Presidente Obiang esbanjou
a riqueza da nação em projetos de elefante branco em vez de construir
clínicas de saúde, escolas e projetos sociais, como aqueles que
permitiriam água potável para lavar as mãos, e que teriam um impacto
positivo e melhorar as condições as condições de vida da população".
O novo coronavírus,
responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais
de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infeção, cerca
de 190.000 são considerados curados.
O número de mortes em África subiu
para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 49 países,
de acordo com as estatísticas sobre a doença naquele continente.
Na Guiné Equatorial, que integra
a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, estão confirmados 15 casos
positivos de infeção pelo novo coronavírus.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © iStoc
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