O Pentágono tomou a rara decisão
de ordenar ao Exército que colocasse unidades da polícia militar dos EUA em
alerta, prontas para agir em Minneapolis, onde o homicídio do afro-americano
George Floyd pela polícia provocou protestos generalizados.
Os soldados de Fort Bragg, na
Carolina do Norte, e Fort Drum, em Nova Iorque , receberam ordens para estarem
prontos para serem enviados dentro de quatro horas, se chamados, disseram à
agência de notícias Associated Press três fontes com conhecimento direto dos
pedidos e que pediram para não serem identificadas.
Os soldados em Fort Carson , no
Colorado, e Fort Riley, no Kansas, devem estar prontos dentro de 24 horas.
As ordens de preparação foram
enviadas verbalmente na sexta-feira, depois do Presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, pedir ao secretário de Defesa Mark Esper opções
militares para ajudar a conter a agitação em Minneapolis, após os saques e
incêndios registados em algumas partes da cidade.
Trump fez o pedido por telefone a
partir da Sala Oval na noite de quinta-feira.
Milhares de pessoas concentraram-se,
ao início da noite de sexta-feira, em várias cidades norte-americanas em
protesto pela morte do afro-americano George Floyd, às mãos da polícia, na
passada segunda-feira.
No centro de Atlanta, no sudeste
do país, perto da sede da cadeia de televisão CNN, grupos de manifestantes
destruíram lojas e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo, de
acordo com imagens difundidas pelas televisões.
Alguns manifestantes atiraram
pedras contra o edifício da CNN e vários veículos da polícia em
estacionamentos foram atingidos por pedras e outros objetos contundentes.
Pelo menos um foi incendiado.
Na área metropolitana
de Minneapolis e de Saint Paul, cidades separadas pelo rio Mississippi,
centenas de manifestantes cortaram uma ponte, onde se concentraram em protesto
contra o recolher obrigatório imposto a partir do anoitecer na sexta-feira e
durante todo o fim de semana.
Nos últimos três dias, estas
manifestações de protestos resultaram em pilhagens, incêndios de veículos
policiais e confrontos com agentes.
Na origem dos protestos está a
morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, às mãos da polícia, depois de
ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares
(18 euros) num supermercado de Minneapolis.
Nos vídeos feitos por transeuntes
e difundidos 'online', um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem
um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante minutos.
Os quatro foram já despedidos da
força policial e o agente Derek Chauvin foi acusado de assassínio e
homicídio involuntário. A mulher já anunciou o divórcio após os acontecimentos.
Em comunicado, a família de Floyd
saudou a detenção do agente, apesar "de tardia" e insuficiente:
"queremos uma acusação de homicídio voluntário premeditado e queremos que
os restantes agentes sejam detidos".
As autoridades de Minneapolis e
do estado do Minnesota fizeram já vários apelos à calma, mas o governador do
estado, o democrata Tim Walz, ativou na quinta-feira a Guarda
Nacional norte-americana para garantir a segurança de estabelecimentos
comerciais e de edifícios na área metropolitana.
Também em Washington, um protesto
pacífico resultou em confrontos entre manifestantes e a polícia e agentes dos
Serviços Secretos, na sequência da detenção de pelo menos duas pessoas. Os
manifestantes também atiraram garrafas de plástico contra as forças de
segurança.
A imprensa norte-americana
registou incidentes durante protestos em Brooklyn (Nova Iorque), em Charlotte
(Carolina do Sul) em Houston (Texas), entre outras cidades.
Notícias ao Minuto | Lusa
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