segunda-feira, 11 de maio de 2020

Portugal | MÁ FÉ


Pena Preta * | opinião

A celebração do 1º de Maio da CGTP foi um êxito. Compreendem-se por isso as condenações de que foi objecto por parte de um agressivo e despeitado coro de reaccionários, e também de alguns patetas que se julgam “de esquerda”. O que os indigna é transparente: falhou o desejo de ver o movimento sindical confinado e manietado por uma “emergência” concentracionária. Um sonho que integraria o “novo normal” de que falam. Nos media onde reinam poderão esconder os trabalhadores. Mas não será tão fácil retirá-los das ruas.

Ao ouvir no telejornal de domingo da RTP as afirmações bacocas de dois irmãos siameses de ideias num comentário dito pluralista, que a UGT, ao contrário da CGTP tinha feito bem em celebrar virtualmente o primeiro de Maio, lembrei-me de M Esteves Cardoso que num certeiro artigo sobre a festa do Avante afirmou que as criticas e comentários à Festa tinham por detrás, a dor de cotovelo, a raiva de não conseguirem realizar uma Festa como aquela.

Mas mais do que a raiva há também o ódio de classe.

O Presidente da Câmara de Cascais publicou uma fotografia do 1º de Maio do ano passado, outros nas redes sociais publicam fotografias falsas para tentarem mostrar que a CGTP, não cumpriu as regras definidas.

Marques Mendes, a voz de Marcelo, fala em excepções incompreensivas ocultando a votação da Assembleia da Republica e o voto favorável do PSD. Diz que é um mau exemplo.

Pessoal com mascara em espaço aberto, devidamente distanciado é um mau exemplo? Se ele saísse do seu gabinete em ambiente de planta de estufa e fosse às fábricas, transportes públicos ou ver a recolha do lixo lá encontrava muitos dos que estiveram na Alameda. Os que lá estavam estão na frente de trabalho menino Marques Mendes.

Marcelo procurando lavar as mãos diz que esperava uma celebração mais simbólica. Talvez uma selfie com a Isabel Camarinha.

Raquel Abecassis dirigente do CDS escreveu, num artigo que Vítor Malheiros considera uma vergonha para o Público, sobre a dualidade de critérios entre a CGTP e a Igreja Católica, sabendo que todas as decisões foram tomadas em diálogo e que a Igreja fez a sua opção. Um padre na missa diz que a Geringonça manda no país, um representante na terra do Cónego Mello e totalmente distante do Papa Francisco que sabe como tudo foi decidido, mas que com má fé não deixa de lançar o veneno.

Na SIC Rodrigues Guedes de Carvalho mostrou a sua “objectividade” e “isenção”, numa despudorada entrevista à Ministra da Saúde e a sua sanha contra a CGTP. A inefável “estoriadora” Helena Matos, no “Observador” do dinheiro afirmava que a CGTP iria pagar caro, muito caro a celebração do primeiro de Maio. Estes alguns exemplos de gente preconceituosa e desonesta.

Não tenho dúvidas que para uns lhes faz falta uma PIDE, ou a Santa inquisição para meter na “ordem” os trabalhadores e a sua Central.

A todos estes lembrar Camus, o seu herói o Dr. Rieux, e a “Honestidade”: ” é uma ideia que pode fazer rir, mas a única maneira de lutar contra a peste, é a honestidade.”

Fonte: https://foicebook.blogspot.com/2020/05/ma-fe.html

Sem comentários:

Mais lidas da semana