A Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa vai reunir-se em Lisboa a 18 de junho para analisar o cenário
político guineense. Timor-Leste quer apoiar a Guiné-Bissau com a sua
experiência na resolução de conflitos.
O Conselho de Concertação
Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai reunir-se
em Lisboa no dia 18 de junho para analisar a situação política na Guiné-Bissau.
O secretário-executivo da organização, Francisco Ribeiro Telles, fez este
anúncio esta segunda-feira (08.06), quando questionado pela DW África sobre o
posicionamento da CPLP no tocante à crise política guineense.
"A situação na Guiné-Bissau
continua a ser preocupante. Nós vamos ter proximamente uma reunião aqui em
Lisboa, a nível de embaixadores, onde certamente esta matéria será
abordada", afirmou.
"A própria CPLP tem estado
em Bissau a acompanhar também, de uma forma bastante ativa, tudo aquilo que a
comunidade internacional tem estado a realizar no que diz respeito à evolução
da situação na Guiné-Bissau. É o que lhe posso dizer neste momento, na certeza
de que estamos todos muito atentos a aquilo que se está a passar",
acrescentou.
Num comunicado divulgado a 24 de
abril, a CPLP exortou "todos os atores políticos e institucionais a darem
a sua contribuição para que, através do diálogo, a Guiné-Bissau alcance e
consolide a estabilidade, a paz e o desenvolvimento almejados por todos".
"Tem havido reuniões em
Bissau do chamado P5 [grupo de cinco organizações internacionais envolvidas no
processo de consolidação da paz na Guiné-Bissau]. Temos tido posições em
conjunto da comunidade internacional que expressamos junto das autoridades da
Guiné-Bissau", afirmou Francisco Ribeiro Telles.
Apoio de Timor-Leste
Na manhã desta segunda-feira
(08.06), o secretário-executivo da CPLP recebeu na sede da organização as cartas
credenciais da nova representante permanente de Timor-Leste, Isabel Amaral
Guterres, com quem analisou várias matérias, entre as quais a agenda da CPLP
para os próximos meses. O país asiático está aberto a oferecer à Guiné-Bissau a
sua experiência na resolução de conflitos, afirmou a diplomata timorense.
"Sabemos que o nosso Governo
também tem apoiado a Guiné-Bissau nas eleições, se não me engano, em 2018. E
dentro dos negócios estrangeiros também temos o pessoal que toma conta,
[acompanha e apoia] a Guiné-Bissau", sublinhou.
A este propósito, o Timor-Leste
foi um dos grandes apoiantes financeiros do esforço para a estabilidade
guineense, tendo recordado a missão desempenhada no passado por José Ramos
Horta, na qualidade de representante especial do secretário geral das Nações Unidas.
"É um país que tem tentado contribuir para uma estabilização e pacificação
da situação na Guiné-Bissau", acrescentou Ribeiro Telles.
O embaixador português sublinhou
que "continua a existir da parte da comunidade internacional uma posição
comum sobre os assuntos que dizem respeito à Guiné-Bissau". "É
importante mantermos essa posição e é importante fazermos todas as pressões
junto das autoridades para que sejam encontradas soluções que viabilizem a
Guiné-Bissau", disse.
Em abril passado, a Presidência
do Conselho de Ministros da CPLP registou com apreço a deliberação da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de reconhecer o
candidato Umaro Sissoco Embaló como candidato vencedor das eleições
presidenciais de 29 de dezembro.
Na altura, a organização lusófona
sublinhou, em comunicado, "a urgência na investidura formal e efetiva do
Presidente eleito, bem como da nomeação de um primeiro-ministro e de um novo
Governo, com respeito pela Constituição e demais leis da República, e tendo
sempre em consideração os resultados das eleições legislativas de 10 de março
de 2019".
João Carlos (Lisboa) | Deutsche
Welle
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