Portugal
O
Ministério Público (MP) assegura que Agostinho Branquinho recebeu 225 mil euros
em contrapartida pela intervenção que teve junto de Fernando Melo,
ex-presidente de Câmara de Valongo, dos ex-vereadores Carlos Teixeira e Maria
Trindade do Vale, além de técnicos, todos também acusados, no âmbito do caso de
tráfico de influências e prevaricação em torno da construção e instalação do
Hospital de São Martinho (privado) de Valongo. O valor terá sido pago por
Joaquim Teixeira, administrador da empresa PMV, dona do hospital, também
arguido.
De
acordo com a acusação, os 225 mil euros foram entregues em maio de 2007,
através de transferência bancária. O dinheiro - refere o MP - destinou-se a
"pagar os serviços já prestados e a prestar pelo arguido Agostinho
Branquinho, pela influência movida juntos dos decisores políticos nos processos
de licenciamento referentes ao Hospital de S. Martinho, e junto
da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte na pessoa do seu
presidente, Alcino Barbosa (não é arguido), entidade responsável pela
decisão de candidatura da PMV à Rede Nacional de Cuidados
Continuados".
Branquinho é
acusado de ter conseguido, através da obtenção fraudulenta do estatuto de
interesse público municipal, contornar as regras do PDM para aumentar
de quatro para sete pisos o edifício do hospital. A influência terá também
permitido obter uma poupança de 36 mil euros em taxas municipais e ainda obter
para a administração do hospital 424 mil euros, através de um protocolo com
a ARS, ao tornar a unidade de saúde integrante da Rede de Cuidados
Continuados.
O
MP calcula que o imóvel obteve com os crimes uma valorização de 1,3 milhões de
euros. O MP reclama 2,3 milhões aos arguidos, por vantagens dos ilícitos.v
Nega
crimes
A
mulher do ex-deputado e atual administrador do Hospital da
Prelada disse à Lusa que "tudo irá fazer para repor a verdade",
negando ilegalidades.
Câmara
assistente
A Câmara de Valongo, liderada por José Manuel Ribeiro, vai constituir-se assistente e reclamar indemnização por prejuízos associados à violação do PDM.
Alexandre Panda | Jornal de Notícias | Imagem: Adelino Meireles / Global Imagens
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