Líder
da RENAMO manifesta preocupação com deslocados em Cabo Delgado ,
distancia-se das ações da autoproclamada "Junta Militar" e critica
condução da crise gerada pela Covid-19 em Moçambique.
Numa
comunicação à nação, esta quinta-feira (23.07) em Maputo, o líder da
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, manifestou
preocupação com o prolongamento e o agravamento da situação militar em Cabo Delgado , assim
como com a lentidão na assistência humanitária às populações.
"Somente
a conivência de certas autoridades pode explicar a falta de esclarecimento
sobre a natureza do conflito e a sua resolução, volvidos mais de dois
anos", criticou.
Na
quarta-feira (22.07), a Comissão Política da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO, no poder) exortou a população no sentido de permanecer vigilante
e colaborar com as autoridades na denúncia da ação dos homens armados, no
centro e norte do país.
As
autoridades têm atribuído a autoria dos ataques na província nortenha de Cabo
Delgado a grupos de terroristas, e, no centro do país, a dissidentes da RENAMO
filiados à autoproclamada "Junta Militar".
O
líder do partido da perdiz voltou a distanciar-se da "Junta
Militar" e apelou aos seus membros a aderirem ao processo de Desarmamento,
Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da RENAMO.
Este
processo foi retomado há 45 dias, tendo sido desmobilizados até aqui 500 antigos
guerrilheiros da RENAMO e encerradas duas bases, informou Ossufo Momade.
"Registamos, com satisfação, que a implementação do DDR acontece a um
ritmo encorajador", afirmou.
"Continuamos
expectantes no sentido de que continue de forma célere, condigna e humanizada."
O
líder da RENAMO falou também do impacto da Covid-19 no país, tendo defendido a
distribuição de uma cesta básica às populações mais carenciadas e a
disponibilização, sem burocracias, de recursos ao setor empresarial.
"As
Nações Unidas, a União Europeia e outros parceiros têm estado a disponibilizar
recursos que, infelizmente, teimam em não chegar atempadamente aos
necessitados, pelo que exigimos que haja maior transparência na gestão dos
recursos disponíveis", declarou.
Momade
defendeu ainda a regionalização e localização das medidas preventivas e de
testagem assim como o aumento do número de testes disponíveis.
"Exigimos
ao Governo do dia a instituição imediata de corredores sanitários por forma a
limitar o movimento de pessoas de e para as áreas de infeção comunitária, bem
como a tomada de medidas preventivas nas províncias
vizinhas", disparou ainda o líder da RENAMO.
Ossufo
Momade não poupou, igualmente, críticas ao Governo pela recente subida do preço
do pão, afirmando que a medida vem sufocar o cidadão tratando-se de um alimento
básico das populações de baixa renda.
Leonel
Matias (Maputo) | Deutsche Welle
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