Várias
centenas de pessoas manifestaram-se sábado no centro de Madrid para exigir o
modelo republicano de Estado contra uma monarquia "corrupta".
O coletivo Coordinadora 25S,
promotor das chamadas 'Marchas da Dignidade', apelou à mobilização, que teve
lugar entre as praças de Atocha e Tirso de Molina, com o 'slogan'
"Face à monarquia corrupta e as misérias do sistema, a República
Popular".
Usando
numerosas bandeiras republicanas e das comunidades, os participantes no
protesto deixaram Atocha usando máscaras e mantendo a sua distância de
segurança, marchando em colunas, para impedir a propagação do novo coronavírus.
Levavam
faixas com mensagens como "Ninguém é mais do que ninguém", ou
"Bourbons fora!".
A
manifestação contra a continuidade da monarquia constitucional em Espanha
acontece em plena controvérsia sobre os alegados negócios ocultos do rei
emérito, Juan Carlos I, que estão a ser investigados pelo Ministério Público e
pelo Supremo Tribunal espanhol.
Uma
série de fugas de informação levantaram a suspeita de que o pai do atual rei,
Felipe VI, poderia ter iludido o fisco, depois de ter depositado milhões de
euros em contas bancárias em paraísos fiscais.
Os
procuradores no Supremo Tribunal do país estão a averiguar se há matéria para
investigar o rei emérito por, alegadamente, ter recebido comissões da Arábia
Saudita, possivelmente como subornos pela construção de um projeto ferroviário,
a linha de comboio de alta velocidade entre Medina e Meca.
Juan
Carlos I, que abdicou em nome do seu filho em 2014 por causa de uma outra
polémica ligada a uma caçada que fez em África, ainda não deu explicações
sobre as suspeitas, o que leva a uma onda de especulações sobre o seu
envolvimento.
A
situação criada levou Felipe VI a anunciar, em 15 de março último,
que renunciava a qualquer futura herança a que tenha direito do seu pai e
também retirava a Juan Carlos I as ajudas de custo anuais que este recebia da
coroa.
Notícias
ao Minuto | Lusa
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