Para o chefe do Estado
moçambicano, o plano quinquenal do Governo de Moçambique não está a ser
cumprido por causa dos ataques armados no centro e norte do país. Filipe Nyusi
deslocou-se à província de Inhambane.
De visita à província de
Inhambane, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse esta sexta-feira
(24.07) que o plano quinquenal para a sua governação está a ser sabotado pelos
homens armados que aterrorizam as regiões centro e norte do país.
"Hoje estamos perante
ameaças imediatas na implementação do plano quinquenal do Governo. A primeira
ameaça é os ataques terroristas na província de Cabo Delgado. Há muita
explicação de guerra religiosa, por causa da riqueza, etnia, assimetria e
desemprego, mas não há nenhuma razão para que as pessoas se matem neste país,
sobretudo acompanhadas de forças externas."
O plano quinquenal prevê a
criação de empregos para os jovens, a redução das desigualdades sociais e uma
taxa de crescimento médio da economia de 5,5% até 2024. Mas a pandemia da
Covid-19 está a dificultar a concretização desses objetivos, tal como os ataques
incessantes.
"Junta Militar" da
RENAMO acusada
A segunda ameaça, segundo o
Presidente Filipe Nyusi, são os ataques armados na região centro, nas
províncias de Manica e Sofala, de homens da autointitulada "Junta
Militar" da RENAMO.
"Esta é uma tentativa de
burlar a paz mais uma vez e não pode haver esforço neste sentido, porque não há
condições", afirmou Nyusi durante uma conferência de imprensa.
Esta semana, o líder da
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo
Momade, voltou a distanciar-se dos ataques da autoproclamada
"Junta Militar". Apelou ainda aos homens do seu partido a aderirem ao
processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso.
Na província de Inhambane, ainda
há bases da RENAMO que não foram desativadas. Por isso, o Presidente Filipe
Nyusi apelou também esta sexta-feira à adesão ao processo de DDR: "O DDR
está a acontecer […] Nesta província ainda existem bases, pela lista que nos
foi dada. É melhor tratar de regressar à vida normal."
Luciano da Conceição (Inhambane)
| Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário