O ex-presidente do Banco Espírito
Santo (BES) Ricardo Salgado foi na terça-feira acusado de 65 crimes, incluindo
associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada,
branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.
egundo a acusação, que a agência
Lusa teve acesso, Ricardo Salgado foi acusado de um crime de associação
criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo os antigos
administradores do BES Amílcar Pires e Isabel Almeida.
Está também acusado da autoria de
12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29
crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre
os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.
O Ministério Público acusou ainda
o ex-líder do BES de infidelidade, manipulação de mercado, sete
crimes de branqueamento de capitais e oito de falsificação.
O arguido José Manuel Espírito
Santo Silva, antigo administrador do BES e primo de Ricardo Salgado,
está acusado de vários crimes de burla qualificada, e infidelidade, em coautoria.
O ex-administrador e diretor financeiro
do BES Amílcar Pires foi igualmente acusado neste megaprocesso de
um crime de associação criminosa em coautoria com outros arguidos,
corrupção passiva no setor privado, burla qualificada, branqueamento
de capitais, manipulação de mercado, falsificação de documento e infidelidade.
A antiga administradora do BES Isabel
Almeida foi também acusada por um crime de associação criminosa, em coautoria,
corrupção passiva no setor privado, burla qualificada, branqueamento
de capitais, manipulação de mercado, falsificação de documento e infidelidade.
São ainda arguidos neste processo
Manuel Espírito Santo Silva, Francisco Machado da Cruz, António Soares,
Alexandre Cadosch, Michel Creton, Cláudia Boal Faria, Pedro
Cohen Serra, Paulo Carrageta Ferreira, Pedro de Almeida e Costa, Nuno
Escudeiro e Paulo Nacif Jorge, entre outros.
As sete empresas acusadas são a
Espírito Santo Internacional, Rioforte Investments, Eurofin Private
Investment, Espírito Santo irmãos -- Sociedade Gestora de
Participações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito Santo Resources Limited e ES
Resources (Portugal) por crimes que vão desde burla qualificada a corrupção
passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
Numa súmula divulgada na
terça-feira pela Procuradoria Geral da República refere-se que o processo
principal BES/GES agrega 242 inquéritos, abrangendo queixas de mais
de 300 pessoas residentes em Portugal e no estrangeiro, e que teve por objeto a
investigação de dados patrimoniais de um conjunto de empresas do grupo,
incluindo unidades com licenças públicas para o exercício de atividade bancária
e de intermediação financeira.
Na nota é referido que, devido à
dispersão territorial dos factos investigados, foram excluídos os instrumentos
de dívida e de capital da ESFG, holding financeira de topo do grupo, com
participações em várias unidades bancárias, tendo sido extraídas certidões para
que a investigação prossiga, em inquéritos autónomos, para apurar infrações tributárias
e crimes relativos a titulares de cargo político estrangeiros.
Também foi extraída certidão para
investigação autónoma quanto a um cidadão estrangeiro (cuja identidade não é
revelada), tal como para o processo do aumento de capital do BES, em junho de
2014.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Global Imagens
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