Situação
foi denunciada esta madrugada pelo PAN, partido que já apresentou queixa no
Ministério Público por, alegadamente, ter sido impedido o resgate de duas
centenas de animais, que acabaram por morrer carbonizados no incêndio de Santo
Tirso. Mais de 30 mil pessoas já assinaram entretanto uma petição a pedir
justiça.
A morte
de animais no incêndio de Santo Tirso, na madrugada deste domingo, está a gerar
uma onda de indignação que levou à criação de uma petição pública onde se pede "justiça pela
falta de auxílio aos animais" do canil consumido pelas
chamas.
A
situação denunciada pelo PAN esta madrugada, alertando para o facto de o
incêndio em Santo Tirso
ter atingido dois abrigos de animais, referindo que "dezenas de
animais já morreram carbonizados". O partido fez entretanto saber que já
apresentou queixa no Ministério Público por crime contra animais de
companhia.
Segundo
a deputada Bebiana Cunha, que acompanha a situação, "cidadãos, ONG's e
associações de proteção animal" disponibilizaram-se para
auxiliar na retirada dos animais em questão, mas que todas as tentativas foram "barradas
tanto pela Câmara Municipal e respetivo Veterinário Municipal,
como pelas proprietárias dos abrigos".
Petição
Na petição, entretanto criada, pede-se "justiça"
pelos "maus tratos a animais do Canil Cantinho 4 patas na Serra da Agrela em Santo Tirso , que foi
consumido pelas chamas esta madrugada". Os peticionários referem
que estiveram presentes no local agentes da GNR, assim como a proprietária
do terreno e que estes "impediram o salvamento dos animais, negando
auxílio enquanto ainda se podiam salvar os animais".
"Viviam
lá cerca de 150 animais de companhia. Esta situação não pode ficar impune.Visto
os animais terem os seus direitos, e uma situação de maus tratos, negação de
auxílio há vida", acusam, lamentando que a autoridade e a
proprietária nada tenham feito "para salvar estas vidas" e que,
inclusive, não tenham deixado socorrer quem lá, nomeadamente membros da PAN e
pessoas civis. "Ficando indiferentes ao sofrimento das vidas que ali
sofriam queimadas e alguns ainda vivos queimados em sofrimento", pode
ler-se no texto da petição que, à hora da publicação deste artigo, reunia mais
de 30 mil assinaturas.
A
acompanhar o desenrolar dos trabalhos no local, a deputada do PAN, pelas
15h30, relatou que terão morrido mais de uma centena de animais. "Neste
momento foram retirados quinze animais para o canil municipal de Santo Tirso.
Os restantes serão retirados, espera-se que ainda hoje, estando a ser definidos
os locais". Bebiana Cunha referiu ainda que outros dois animais
foram resgatados por pessoas que se deslocaram ao local. "São tantas as
pessoas que vêm procurar ajudar e infelizmente essa possibilidade foi-lhes
sempre negada", lamentou.
André
Silva recorda, no Facebook, que "estão agendados para 3.ª feira o
debate e a votação do projecto de lei do PAN, na 1a Comissão, que visa
precisamente reforçar os direitos dos animais de companhia e criminalizar
condutas que continuam na total impunidade". "Será que é desta
que os outros partidos elevam a consciência e acompanham o PAN no caminho de
uma sociedade mais humanizada?", questiona.
GNR diz
que morte de animais em
Santo Tirso se deveu à dimensão do fogo
A GNR esclareceu
hoje que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se
deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão
do fogo e à quantidade de animais.
"É
importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram
qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local
por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi
possível salvar", explica a GNR, em comunicado.
Na
sua página oficial da rede social Facebook, o partido refere que está a
acompanhar a situação no local e acusa as autoridades de estarem a dificultar a
retirada dos animais ainda com vida dos abrigos, "alegando tratar-se de
propriedade privada", e informa que "foi já solicitada, com caráter de
urgência, a emissão de mandado judicial que permita o acesso aos abrigos e a
apreensão cautelar dos animais".
A GNR afirma
no comunicado que, na sequência do incêndio que se iniciou no sábado, numa zona
florestal da freguesia de Sobrado, concelho de Valongo, e que se propagou para
a freguesia de Agrela, no concelho de Santo Tirso, "foi consumido
parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com
cães".
"Enquanto
o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde [de sábado], a ação da GNR foi
essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte
dos cães. Lamentavelmente, a dimensão do fogo e a grande concentração de
animais naquele local, impediram que tivesse sido possível resgatar todos os
animais com vida, tendo sido recuperados alguns já sem vida", lê-se na
nota.
O
comunicado acrescenta que "os bombeiros combateram o incêndio, conseguindo
evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes
animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo
retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário
municipal".
Mais
tarde, segundo a GNR, já na fase de rescaldo do incêndio, "durante a
madrugada, diversos populares pretenderam aceder ao terreno, situação para a
qual a Guarda foi alertada pela proprietária do terreno". "Pelo facto
de, àquela hora, já não existir urgência, uma vez que a situação
estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de
propriedade privada, os militares da Guarda impediram os populares de aceder ao
espaço", justifica esta força de segurança.
A GNR termina
o comunicado dizendo que, "neste momento, está a ser efetuada uma inspeção ao
local pelo veterinário municipal".
Melissa
Lopes | Notícias ao Minuto
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