Pelo menos 18 pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas num ataque, no sábado à noite, na aldeia de Nguetchéwé, no extremo norte dos Camarões, próximo da fronteira com a Nigéria.
Um
grupo de homens armados, alegadamente do grupo fundamentalista islâmico Boko
Haram, chegou à comunidade por volta das 21h00 locais, segundo contou este
domingo (02.08) à agência de notícias espanhola EFE um morador de Nguetchéwé,
Basir Adamou.
Os
homens atacaram os grupos de autodefesa da zona e depois a população civil,
deixando 18 pessoas mortas, confirmou uma fonte militar que solicitou o
anonimato. Entre as vítimas mortais, há mulheres e crianças.
"Após
o ataque, os agressores voltaram à zona da fronteira com a Nigéria", disse
esta testemunha do ataque, citada pela EFE. A aldeia de Nguetchéwé situa-se no
distrito de Mozogo, junto à fronteira com a Nigéria.
Segundo
o autarca do distrito de Mozogo, Medjeweh Boukar, citado pela agência de
notícias Reuters, os atacantes atiraram uma granada contra um grupo que dormia
num campo de deslocados na aldeia de Nguetchéwé, que acolhe cerca de 800
pessoas.
No último mês, registaram-se vinte incursões e ataques de alegados extremistas islâmicos na região, segundo Boukar.
Insurgência enfraquecida?
O
Boko Haram luta há anos para impor um Estado islâmico na Nigéria e
pretende transformar a área do Lago Chade - que também inclui territórios do
Níger, Chade e norte dos Camarões -- no seu novo bastião.
Uma
força multinacional conjunta composta pela Nigéria, o Níger, Camarões e Chade
enfraqueceu consideravelmente a insurgência do Boko Haram, embora os
'jihadistas' ainda lancem ataques indiscriminados em áreas sensíveis.
Apesar
dos esforços, o Boko Haram ainda realiza ataques e, segundo informações
recentes, terá matado, em dezembro passado, 50 pescadores da área.
Segundo
a Amnistia Internacional, os radicais islâmicos mataram pelo menos 275 pessoas
no extremo norte dos Camarões entre janeiro e novembro do ano passado, 80% das
quais eram civis.
Desde 2014, o número de mortos nos Camarões causado por ataques terroristas ascende a mais de 2.000 pessoas.
Deutsche Welle | mjp, com agências
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