A Alemanha, que exerce atualmente
a presidência da União Europeia (UE), ameaçou hoje ampliar as sanções europeias
impostas a responsáveis da Bielorrússia, depois da violência contra
manifestantes que exigem o afastamento de Alexander Lukashenko.
"Admitimos a possibilidade
de estender as sanções a outros responsáveis" bielorrussos se a
situação não melhorar, disse à imprensa o porta-voz da chanceler Angela Merkel,
Steffen Seibert.
O porta-voz exortou as
autoridades bielorrussas a não recorrerem à violência contra
manifestantes, a libertarem "imediatamente e sem condições" os
manifestantes detidos e a iniciarem um "diálogo nacional entre o governo,
a oposição e a sociedade civil [...] para ultrapassar a situação".
Seibert defendeu ainda que a
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pode ter "um
papel importante", enviando uma missão de mediação ao país para verificar
os resultados da contestada reeleição de Lukashenko, no poder desde 1994.
A OSCE informou
anteriormente que não enviou uma missão de observação às eleições de 09 de agosto na Bielorrússia por
não ter recebido um convite de Minsk em tempo útil, o procedimento definido nos
estatutos da organização.
As manifestações realizadas
durante o fim de semana na capital, Minsk, e noutras cidades bielorrussas,
são "impressionantes" e "emocionantes", considerou o
porta-voz de Merkel, sublinhando que os manifestantes "devem saber
que a Europa está ao seu lado".
O Conselho Europeu, constituído
pelos chefes de Estado e de Governo da UE, vai reunir-se na quarta-feira, por
videoconferência, para discutir as tensões sociais e políticas na Bielorrússia.
O presidente do Conselho, Charles
Michel, convocou hoje essa reunião extraordinária, sublinhando que "o povo
da Bielorrússia tem o direito de decidir sobre o seu futuro e eleger
livremente o seu líder" e que "a violência contra os manifestantes é
inaceitável e não pode ser permitida".
Desde há uma semana que a Bielorrússia é
palco de protestos maciços contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko,
que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.
Em resposta ao agravamento da
crise, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE acordaram na sexta-feira
impor sanções contra as autoridades bielorrussas ligadas à fraude
eleitoral e à repressão violenta das manifestações.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Reuters
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