domingo, 9 de agosto de 2020

Bielorrússia/Eleições | “Tudo vai ficar sob controlo. Não tenham dúvidas”


O chefe de Estado cessante da Bielorrússia, Alexandre Lukashenko, prometeu este domingo não perder o controlo da situação, após votar nas eleições presidenciais

O chefe de Estado cessante da Bielorrússia, Alexandre Lukashenko, prometeu este domingo não perder o controlo da situação, após votar nas eleições presidenciais, que às 12:00 locais (10:00 em Lisboa) contavam com uma participação de 50,3%.

"Ninguém permitirá uma perda de controlo. Tudo vai ficar sob controlo, garanto-vos (...) Não tenham dúvidas", afirmou Lukashenko aos jornalistas, segundo imagens divulgadas pela emissora pública Belarus 1.

O escrutínio está a decorrer desde as 8h e até às 20 horas locais. Quase sete milhões de bielorrussos foram chamados às urnas, embora mais de um terço dos eleitores tenha podido exercer antecipadamente o seu direito de voto desde 04 de agosto. A votação antecipada foi denunciada pela oposição como favorecendo as fraudes.

As autoridades indicaram que a participação até às 12 horas foi de 50,3%, numas eleições em que o autoritário Alexandre Lukashenko enfrenta uma inesperada jovem candidata, Svetlana Tikhanovskaia, que mobilizou muitos descontentes apesar da repressão.

O poder bielorrusso não se tem poupado a esforços para conter a ascensão de Svetlana Tikhanovskaia e ainda no sábado deteve a sua diretora de campanha, Maria Moroz, o que ocorreu pela segunda vez após uma breve interpelação na quinta-feira.

Também uma destacada aliada da principal candidata da oposição às presidenciais, Maria Kolesnikova, foi detida pela polícia na noite de sábado.

Lukashenko, que está no poder desde 1994 e que alterou a constituição várias vezes para poder concorrer à reeleição sem limites, procura um sexto mandato.

Os resultados das últimas quatro eleições presidenciais não foram reconhecidos como justos pelos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que denunciaram fraudes e pressões sobre a oposição.

Pela primeira vez desde 2001, e por não ter recebido um convite oficial a tempo, a OSCE não está presente hoje na votação.

João Miguel Salvador | Expresso, com Lusa

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