A Frente de Libertação do Estado
de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) acusou hoje as forças
angolanas de matarem três jovens suspeitos de pertencer ao movimento
independentista, denunciando a "escalada repressiva" contra civis no
território.
Num comunicado assinado pelo
secretário-geral, Jacinto António Télica, a FLEC-FAC relata os jovens civis
foram mortos na terça-feira por uma patrulha mista de militares das Forças
Armadas Angolanas (FAA) e da polícia na aldeia de Binga-Grande, na região de Buco-Zau, por suspeitas de
pertencerem às FAC.
Quatro dias antes, acrescentam,
terá sido morto pela polícia angolana na mesma aldeia um jovem garimpeiro.
"A FLEC-FAC denuncia
vigorosamente essa escalada repressiva em relação apopulação civil de
Cabinda e apela à reação da comunidade internacional", sublinha o
documento, num alerta ao governo angolano "sobre as suas práticas
contrárias à todos os valores humanos".
Os independentistas destacam que
a "população cabindesa sofre as consequências de uma violência que muitas
vezes não diferencia entre civis e soldados da FAC".
A província angolana de Cabinda,
onde se concentra a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é
contígua ao restante território e, desde há muitos anos, que líderes locais
defendem a independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda.
A FLEC, através do seu
"braço armado", as FAC, luta pela independência daquela província,
alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou
estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte
integrante do território angolano.
Cabinda é delimitada a norte pela
República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a
oeste pelo Oceano Atlântico.
RCR // PJA | Lusa
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