Bloco de Esquerda diz que
auditoria da Deloitte ao Novo Banco não tem credibilidade, considerando que
está "ferida de morte" e não garante "seriedade, rigor e
independência" devido ao "conflito de interesses" da Deloitte,
apelando ao Presidente da República e ao Governo que a considerem nula.
Adeputada do Bloco de Esquerda
Mariana Mortágua denunciou, esta sexta-feira, o facto de a Delloite não
ter referido, na auditoria externa ao Novo Banco, que assessorou a
entidade bancária na venda da GNB Vida, negócio no qual terá perdido
107 milhões de euros.
"A auditoria da Deloitte,
que certamente agradou ao Fundo de Resolução, aliás foi festejada pelo
administrador do Novo Banco, menciona um negócio. Apesar de a auditoria acabar
em 2018, no seu âmbito, menciona a venda em 2019. A auditoria
aponta falhas ao BES na forma como geriu a GNB Vida, mas
refere o comprador Apax Partners, nunca fazendo referência às
ligações entre este comprador e Lindberg, o corrupto condenado. Refere a
venda, mas nunca refere que a venda foi feita com uma perda de 107 milhões face àquilo que
tinha sido a primeira operação, em outubro de 2018", explicou a
parlamentar durante uma conferência de imprensa dada a partir da sede do
partido, em Lisboa.
A bloquista revela
ainda que receberam uma denúncia, que entretanto confirmaram, sobre vários
pontos "essenciais" que a auditoria da Deloitte ao Novo
Banco não refere.
"Para além de não referir as
perdas associadas à venda da GNB Partners, para além de não referir
as associações do comprador a um corrupto condenado, a Deloitte também
não refere [no relatório da auditoria] que foi assessora do Novo Banco para
venda da GNB Partners", garante, acrescentando que este facto,
"coloca em causa a auditoria".
Assim sendo, para Mariana Mortágua,
esta auditoria "não tem credibilidade", visto que "o consultor
de uma venda não pode auditar de forma independente essa mesma
venda".
"Cada ato de gestão do Novo
Banco custa milhões a todos os contribuintes. Já custou milhões a todos os contribuintes
e pode vir a custar novamente milhões a todos os contribuintes. Cada ato de
gestão do Novo Banco deve, por isso, ser analisado ao pormenor, com rigor,
seriedade, independência e sentido de defesa intransigente do interesse
público e esta auditoria não garante seriedade, rigor, independência, nem
a defesa do interesse público", concluiu.
Notícias ao Minuto | Imagem: ©
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