Novo Banco: Créditos a Sogema, Ongoing e Prebuild são responsáveis pela maioria das perdas
A notícia é avançada pelo “Jornal Económico”, com base na auditoria realizada pela Deloitte, que acrescenta ainda à lista o Grupo Tiner, o Grupo Tricos e o Fundo de Investimento Tavira. Relatório da auditoria será tornado público em breve
A auditoria independente feita pela Deloitte ao Novo Banco (NB) detetou que os créditos incobráveis de três empresas - Sogema, Ongoing e Prebuild - são responsáveis pela maioria das imparidades nas contas da instituição. Na lista constam ainda créditos que provocaram perdas do Grupo Tiner, do Grupo Tricos e do Fundo de Investimento Tavira. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo "Jornal Económico". As perdas com créditos representam 57% dos cerca de quatro mil milhões de euros de prejuízos totais para o banco entre 4 de agosto de 2014 e 31 de dezembro de 2018, o período em análise pela Deloitte.
Na apresentação anual de resultados de 2019, António Ramalho, presidente do NB, já tinha apontado para 550 milhões em créditos incobráveis da Sogema, 350 milhões mais 240 milhões da Ongoing, que tinham sido retiradas do portefólio Nata II a pedido do Fundo de Resolução.
Além disso, fonte próximo do processo revelou ao "Jornal Económico" (JE) que 63% dos 1.602 milhões de euros de perdas do BES/NB associadas ao Mecanismo de Capital Contingente (CCA) tem como principais responsáveis apenas 20 grandes grupos económicos, que estavam em situação de incumprimento, e ocorreram em 2017 e 2018. O JE indica ainda que o relatório da auditoria da Deloitte será tornado público brevemente.
VENDA DE ATIVOS COM DESCONTO A FUNDOS COM PROPRIETÁRIOS DESCONHECIDOS
No que toca à venda de ativos do NB a fundos institucionais, em alguns casos com descontos de 80%, o “Público” notícia que a auditoria da Deloitte não conseguiu identificar os últimos proprietários que compraram esses ativos.
A Deloitte ressalva que as operações cumpriram as regras de mercado, dado que as sociedades gestoras só são obrigadas a revelar detalhes sobre os seus investidores (como os nomes) caso estes controlem participações acima de 25%, algo que o Novo Banco declarou. No entanto, explica o “Público”, na teoria, embora esses participantes de um fundo possam não ter mais de 25%, podem estar a operar de forma relacionada sem isso ser conhecido.
“Um fundo com sede em Londres tem investidores que operam através do Luxemburgo, e estes, por sua vez, são detidos por veículos do Panamá e das Bahamas, que são controlados por sociedades de Delaware”, explicou uma fonte do “Público”, para justificar a forma de atuação destas sociedades de private equity.
Expresso | Imagem: José Fernandes
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