Díli, 15 set 20202 (Lusa) - A
bancada do segundo partido timorense, CNRT, abandonou hoje a sessão solene de
abertura da nova sessão legislativa no Parlamento Nacional, em protesto pelo
televisão pública não ter transmitido parte da sua intervenção.
"Saímos porque os primeiros
cinco minutos da intervenção da bancada não foram transmitidos pela RTTL. Dizem
que houve um corte de energia", afirmou à Lusa o deputado do Congresso
Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) Adérito Hugo da Costa.
"É uma tentativa de calar o
CNRT, um tipo de governação de ditadura", acusou.
Ainda que o discurso tenha sido
transmitido na integra pela rádio do Parlamento Nacional, o sinal da Rádio e Televisão
de Timor-Leste (RTTL), que está a transmitir em direto do Parlamento, foi
interrompido na primeira parte do discurso do deputado Patrocínio Fernandes dos
Reis.
Assim que o deputado terminou de
falar, durante a fase de intervenções das bancadas parlamentares, os restantes membros
do partido liderado por Xanana Gusmão levantaram-se e abandonaram a sessão
plenária de hoje, onde está presente o Presidente timorense, Francisco Guterres
Lu-Olo.
O deputado proferiu um discurso
sobre a situação política no país e o que ocorreu nos últimos anos, reiterando
as críticas a Lu-Olo por não dar posse a membros do CNRT no VIII Governo e por
recusar depois a nova coligação liderada pelo líder partidário e antigo
Presidente timorense e antigo primeiro-ministro Xanana Gusmão.
Deixou também críticas ao
processo de eleição do atual presidente do Parlamento Nacional, numa sessão
marcada por incidentes sem precedentes na assembleia, com agressões entre
deputados, mesas derrubadas, gritos, empurrões e a intervenção de agentes
policiais.
Referindo-se ao risco de
"uma ditadura de partido único", o deputado criticou o que disse ser
uma "ação de 'buldozer' que tem ocorrido nos Ministérios, com a limpeza a
funcionários contratados, sem testes por mérito".
Patrocínio dos Reis considerou
ainda que foi feita uma tentativa de alterar o sistema semipresidencial, no
país, por um "sistema presidencial".
ASP // EJ
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