A IIIª GUERRA MUNDIAL, DO IMPÉRIO CONTRA O SUL GLOBAL, VAI-SE INTENSIFICAR EM ÁFRICA
Martinho Júnior, Luanda
Em África os prognósticos são, para toda a década de 20 do século XXI, cada vez mais reservados…
A entrada da administração democrata de turno no poder dos Estados Unidos tendo Joe Biden à cabeça, vai alterar a agenda do império da hegemonia unipolar para com África, particularmente na ênfase dos contraditórios geridos sobretudo pelo amplo espectro que se reflete e esbate no AFRICOM.
Em África as tensões contraditórias entre as culturas de nomadização e as sedentárias têm-se vindo a agravar em função por um lado dos fenómenos do aquecimento global, por outro em função do crescimento populacional exponencial, por fim, por que os fenómenos sendo identificados pelo poder dominante, permitem agora tornar-se mais enfáticos que antes, por que tiram partido de algumas “metas” já alcançadas ou em vias de consolidação, influenciando sobremodo toda a década de 20 deste corrente século.
As correntes culturais islamizadas no continente obedecem duma forma ou de outra ao conjunto de fenómenos globais do espectro das culturas anglo-saxónicas que têm tanto a ver com o 1% dominante.
A partir do pendor dominante que tutela a globalização segundo os cânones do império da hegemonia unipolar, que nada têm a ver com democracia mas sim com fascismo, as “disfuncionais” correntes culturais islamizadas operam aos níveis regionais e locais que lhe são favoráveis, com seu leque de opções que são concorrenciais entre si e concorrenciais com as velhas dinâmicas coloniais e neocoloniais que atingem África, sob a égide dos interesses do ultrapoderoso cartel da aristocracia financeira mundial que condensa 1% da humanidade.
Gerir esse contraditório abarca conexões para dentro dos sistemas (wahabita, neo otomano e shiita), algo que os democratas sob a supervisão de Obama (Joe Biden fez parte dessa equipa que perfez dois mandatos) se tornaram “mestres”, inclusive na opacidade que isso implica no que toca às linhas de conduta… na política de relacionamentos internacionais, os democratas aplicam à letra a recomendação que é cultivada nos negócios apontados para os grandes lucros (quantas vezes grandes roubos): o segredo, por que “o segredo é a alma do negócio”!
Continua a ser um êxito para os interesses dominantes as penetrações nos sistemas wahabita e neo otomano, se observarmos quão eles são tacitamente insubstituíveis nos seus papeis… já em relação aos shiitas, a penetração é muito mais difícil, mas o posicionamento a que está remetido o Irão serve para continuar a alimentar a fogueira…
Com os democratas, assumir interesses, conveniências e projectar manipulações, foi sempre pior que com os republicanos em relação a África (recordem-se os acontecimentos da era Clinton e depois os da era Obama).
Enquanto os democratas consolidam os lóbis inerentes às indústrias, particularmente as indústrias mineiras extractivas (“do Cabo ao Cairo”, bem por dentro do miolo do continente), os republicanos garantem os lóbis da energia (sobretudo do petróleo e do gaz que se distendem particularmente nos litorais e “offshores”), assim como a do armamento e essa é em grande parte a causa profunda dos argumentos, interpretações, opções e decisões de uns e de outros quando assumem o caudal do domínio a que alguns entendidos atribuem com fundamento o rótulo de “estado profundo”!... (http://www.orientemidia.org/todos-os-candidatos-viaveis-em-todas-as-eleicoes-presidenciais-nos-eua-desde-a-invasao-do-iraque-foram-sao-favoraveis-a-guerra/; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/02/africa-pantano-neocolonial/).