Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião
Mas, para um punhado de gente, este foi um ano de festa. Conta o jornal britânico "The Guardian" que, entre março e novembro, dez dos homens mais ricos do Mundo acrescentaram ao seu património cerca de 450 milhares de milhões de dólares. Números para lá da nossa capacidade de entendimento. A Oxfam (organização não governamental que combate a desigualdade e a pobreza) usa referências mais terrenas: se as 651 pessoas mais ricas dos EUA entregassem agora três mil dólares a cada um dos 330 milhões de habitantes do seu país, para os ajudar a ultrapassar as dificuldades causadas pela pandemia, continuariam a ser mais ricas do que já eram em março passado. Podemos esperar sentados. Ou podemos exigir a quem nos governa (em Portugal e na União Europeia) que tome medidas que acabem com esta acumulação pornográfica.
2. Basta abrir a página da Unicef
Portugal para um pequeno vislumbre do que está do outro lado do espelho: 47
milhões de crianças já se encontravam gravemente subnutridas antes da pandemia,
outros 54 milhões vão somar-se a esta indignidade por causa da pandemia. No Iémen,
há dois milhões de crianças com menos de cinco anos que precisam de ajuda
humanitária urgente. Morre uma a cada 10 minutos devido à falta de comida e a
doenças que podiam ser evitadas.
*Diretor-adjunto
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