terça-feira, 17 de março de 2020

Chegam à Europa do vírus, os bombardeiros USA de ataque nuclear


Manlio Dinucci*

Devido ao Coronavírus, a American Airlines e outras companhias aéreas dos EUA cancelaram muitos voos para a Europa. No entanto, existe uma “companhia” USA que, vice-versa, os aumentou: a US Air Force.

Há poucos dias, “instalou, na Europa, uma task force de bombardeiros furtivos B-2 Spirit” Anuncia-o de Estugarda, o US European Command, o Comando Europeu dos Estados Unidos. Está, actualmente, sob as ordens do General Tod D. Wolters, da US Air Force, que é, ao mesmo tempo, o Chefe das Forças Armadas da NATO, como Comandante Supremo Aliado na Europa. O US European Command afirma que a task force, composta por um número desconhecido de bombardeiros provenientes da base de Whiteman, no Missouri, “chegou, em 9 de Março, ao Campo das Lajes nos Açores, em Portugal”.

O bombardeiro estratégico B-2 Spirit, o avião mais caro do mundo, cujo custo ultrapassa os 2 biliões de dolares, é o avião USA de ataque nuclear mais avançado. Cada um pode transportar 16 bombas termonucleares B-61 ou B-83, com uma potência máxima total equivalente a mais de 1.200 bombas de Hiroshima. Devido à conformação, revestimento e contramedidas electrónicas, o B-2 Spirit é difícil de detectar por radar (por esse motivo, é designado como “avião invisível”). Embora já tenha sido usado na guerra, por exemplo, contra a Líbia em 2011, com bombas não nucleares de alta potência, orientadas por satélite (pode transportar 80), foi projectado para penetrar nas defesas inimigas e efectuar um ataque nuclear de surpresa.

Estes bombardeiros, especifica o US European Command, “operarão a partir de várias instalações militares na área de responsabilidade do Comando Europeu dos Estados Unidos”. Esta área inclui toda a região europeia e toda a Rússia (incluindo a parte asiática). Isto significa que os bombardeiros USA mais avançados de ataque nuclear, operarão a partir das bases na Europa, perto da Rússia. Invertendo o cenário, é como se os bombardeiros russos mais avançados de ataque nuclear da Rússia, estivessem a manobrar a partir de bases em Cuba, perto dos Estados Unidos.

Torna-se claro o objectivo almejado por Washington: aumentar a tensão com a Rússia, usando a Europa como primeira linha do confronto. Isto permite a Washington fortalecer a sua liderança sobre os aliados europeus e orientar a política externa e militar da União Europeia, da qual 22 dos 27 membros pertencem à NATO, sob comando USA.


Isso é confirmado pelo facto de que eles transferem os seus bombardeiros mais avançados de ataque nuclear com o consentimento de todos os governos e parlamentos europeus e da própria União Europeia e com o silêncio cúmplice de todos os principais meios de comunicação europeus.

É altura de Portugal pedir ajuda à China -- Médicos de Língua Portuguesa de Macau


Macau, China, 17 mar 2020 (Lusa) -- O presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau (AMLPM) defendeu hoje à Lusa que esta é a altura de Portugal pedir ajuda à China para combater o surto de Covid-19.

"A Itália já pediu ajuda à China. Espanha já pediu ajuda à China. Portanto, eu penso que se calhar o Governo português, antes que seja tarde, vai precisar de equipamentos, que são insuficientes. Será uma altura apropriada também de pedir ajuda às autoridades chinesas", defendeu José Manuel Esteves.

"Porque a China está a ultrapassar este grande embate, que foi a epidemia no seu território. As fábricas estão a arrancar, estão a produzir os ventiladores, estão a produzir as máscaras, estão a produzir equipamentos de proteção aos milhões, mas a procura a nível mundial é muita e está na altura de Portugal se pôr na fila e tentar também ter acesso ao que é produzido" e que "vai fazer falta em Portugal dentro de uma semana ou dentro de duas semanas", salientou o cirurgião.

Uma das hipóteses poderá passar por utilizar o papel de Macau enquanto plataforma de cooperação sino-lusófona, mas a abordagem direta a Pequim poderá ser privilegiada.

"Se calhar utilizando a plataforma que é Macau ou se calhar abordando diretamente o Governo central da China. Obviamente penso que em Macau há uma predisposição da própria sociedade (...). Mas simultaneamente, parece que seria apropriado o próprio Governo de Portugal fazer um pedido de ajuda formal através dos canais diplomáticos à China para uma outra dimensão", explicou.

Afinal, frisou, o líder da AMLPM, Portugal pode vir a necessitar, mas, como disse, a concorrência para [garantir] essa ajuda vai ser enorme".

Timor-Leste | Díli: água a mais e cidadania e governação a menos


A cidade de Díli foi fustigada pelas chuvas. As ribeiras transbordaram e muitos bairros estão inundados. Ocorreram mortes e muitos prejuízos materiais.

M. Azancot deMenezes* | Jornal Tornado

Há défice de cidadania, má governação e esquece-se que as inundações mais frequentes no país são as cheias rápidas, perigosas pela sua velocidade e capacidade destruidora.

Num momento em que Timor-Leste atravessa mais uma crise política devido à falta de entendimento (quase permanente) entre a liderança, actualmente com um governo praticamente inoperante, como se não bastasse, no passado dia 13 de Março, as fortes chuvadas provocaram a morte de várias pessoas e o caos na cidade de Díli.

Há vários sucos (divisões administrativas que podem ser constituídas por uma ou mais aldeias) inundados, Taibessi, Bidau, Balide, Matadouro e outras zonas da cidade estão parcialmente inundadas.

A Escola portuguesa, por exemplo, foi fortemente afectada, com correntes de água provenientes da ribeira de Bidau (Leste da cidade de Díli) que derrubaram um dos muros  e obrigaram alunos e professores a subir para o 1º andar.

EUA: viveiro ideal do COVID-19


António Santos

Os Centros para o Controlo de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla inglesa) só pedem que todos os estado-unidenses façam três coisas para evitar a propagação do COVID-19:   1) lavar as mãos;   2) não ir trabalhar doente;   3) se os sintomas persistirem, ir ao médico. Nos EUA, metade da população só terá dinheiro para a primeira.

Comecemos pela segunda recomendação: não ir trabalhar doente. Nos EUA, 32 milhões de trabalhadores não têm qualquer tipo de baixa médica paga. Se tivermos em conta que 45 por cento dos estado-unidenses têm zero dólares nas poupanças e que outros 25 por cento têm menos de 1000 dólares para uma emergência, ficar em casa sem salário durante 14 dias, como sugerem os CDC, é uma impossibilidade financeira que não só pode significar ter de escolher entre pagar a renda da casa ou a alimentação, como pode querer dizer perder o posto de trabalho: não há qualquer legislação que impeça o patrão de despedir um trabalhador em quarentena voluntária.

A terceira recomendação não é menos problemática: nos EUA, 60 milhões de pessoas não têm acesso a cuidados de saúde porque não podem pagar um seguro de saúde. Para esses, um teste do COVID-19 custa em média 1000 dólares. Mesmo para os sortudos com seguro de saúde, o preço do teste varia entre os 200 e os 600 dólares. Milhares de estado-unidenses com sintomas suspeitos queixam-se de que os hospitais lhes estão a negar o teste. Até ao dia 1 de Março, menos de 500 pessoas tinham conseguido fazer o teste.

A pandemia e o fim do neoliberalismo pós-moderno


O pós-coronavírus será como sair de uma guerra: tudo estará em escombros. Ao propagar o medo do outro, o individualismo radical, a insolidariedade social, o “salve-se quem puder”, sistema nos tornou frágeis. Agora é buscar a volta por cima

Juan Antonio Molina | Outras Palavras | Tradução de Simone Paz

Chegou a hora de reduzir ao absurdo o capitalismo em sua versão neoliberal e a pós-modernidade como seu suporte metafísico. Esta crise do coronavírus questiona e põe o mundo todo em dúvida. Afeta gravemente a saúde dos cidadãos, a vida das empresas, o destino dos empresários, os trabalhadores, os precarizados e os pobres

Tudo junto e misturado porque temos, nas sociedades modernas, uma “comunidade de destino” que nos une uns aos outros num emaranhado só. Termos quebrado esse vínculo, inclusive emocionalmente, pela difusão do medo aos demais, o individualismo radical, a falta de solidariedade social, o “salve-se quem puder” que o neoliberalismo nos impõe, nos tornou mais frágeis hoje — produto da hegemonia cultural perversa que acaba sendo antagônica quando deveríamos nos unir para enfrentar o inimigo em comum, do qual ninguém consegue escapar sozinho.

O pós-coronavírus será como um período de pós-guerra. Só encontraremos ruínas. Então, qual sentido vão ter todos aqueles excessos neoliberais — que tanto esta crise como aquela de 2008 já demonstraram ser falácias sem fundamento para impor o implacável direito de uma minoria de explorar, marginalizar e empobrecer as maiorias sociais? Ainda mais quando o coronavírus nos obriga a repensar o significado de nossas vidas, nossa forma de estar juntos, os perigos da globalização; sendo possível que ele nos devolva uma normalidade transformada, um renascer diferente, incluindo as regras financeiras internacionais. O problema é que perdemos o sentido do equilíbrio entre os diversos componentes da nossa sociedade.

Itália | “Não estávamos à espera de algo tão repentino e devastador”


Além de nos descrever a situação em Itália, o cientista italiano Francesco Galassi diz que, em breve, toda a Europa vai enfrentar problemas semelhantes ao seu país.

ENTREVISTA

Normalmente, o cientista e médico italiano Francesco Galassi investiga as doenças que afectaram os humanos no passado. Mas, nos últimos tempos, tem-se dedicado ao presente: tanto a combater as fake news sobre a covid-19 como a dar informação correcta sobre o que está a acontecer em Itália. “Fornecer informações correctas ao público é um dever moral de todos os médicos e académicos”, considera. O professor da Universidade de Flinders, na Austrália, descreve-nos a situação em Itália, alerta-nos para os riscos em Portugal e leva-nos numa viagem pelas pandemias ao longo da história. Neste momento, também ele tem trabalhado sobretudo em casa, na Sicília, onde dirige o Centro de Investigação FAPAB, que se dedica à paleopatologia, bioarqueologia e antropologia forense. 

Como está a situação em Itália, actualmente? 

A situação ainda é muito grave. Já contamos com mais de 24 mil casos e mais de 2100 mortes. Estamos sobretudo preocupados com os espaços reduzidos nos hospitais e com a rápida disseminação da doença. O Norte industrialmente produtivo está de rastos e o resto do país está a seguir essa tendência. 

O sistema de saúde italiano estava preparado para esta pandemia?

O sistema de saúde italiano é um dos melhores do mundo. Contudo, não estávamos à espera de algo tão repentino e devastador como a situação trazida pelo novo vírus. O principal problema está relacionado com o facto de muitas pessoas terem sido internadas nas unidades de cuidados intensivos e de os hospitais ficarem sem camas. E está a acontecer precisamente numa altura de maior afluência por causa da gripe sazonal e de doenças como o AVC. Isto é um choque para o sistema e para todo o país. Reduzi-lo a um “problema italiano”, como aconteceu com outras doenças ao longo da história, é errado. Em breve, toda a Europa enfrentará problemas semelhantes. 

É verdade que os médicos italianos têm de escolher pôr ventiladores entre doentes mais jovens e mais velhos?

Infelizmente, é verdade. Decisões difíceis devem ser tomadas devido ao aumento dos casos de insuficiência respiratória, o que causará um desequilíbrio entre as necessidades dos doentes e os recursos hospitalares disponíveis. A Sociedade Italiana de Anestesia, Analgesia, Reanimação e Cuidados Intensivos publicou orientações específicas sobre como se deve enfrentar este cenário. Os tratamentos nos cuidados intensivos têm de ser garantidos para doentes com mais probabilidade de sucesso terapêutico. Portanto, a “maior esperança de vida” deve ser favorecida. Isto seria impensável há umas semanas. 

Pandemia de coronavírus pode durar até dois anos, diz agência alemã


Instituto Robert Koch diz que duração depende, entre outros fatores, de quando haverá vacina para o coronavírus disponível. Agência eleva risco à saúde da população do país de "moderado" para "alto".

Amedidas restritivas adotadas por diversos países para combater a disseminação do coronavírus Sars-Cov-2, causador da doença respiratória covid-19, podem ter de vigorar por dois anos "em caso extremo", disse nesta terça-feira Lothar Wieler, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), responsável pela prevenção e controle de doenças na Alemanha.

Para Wieler, a pandemia do coronavírus pode durar "até dois anos", e, por isso, a situação precisa ser constantemente reavaliada. O diretor-geral do RKI também lembrou que pandemias costumam ocorrer em "ondas", mas que não se sabe exatamente com que velocidade essas ondas se propagam. Por isso, poderá demorar anos até que as infecções atinjam o nível esperado de entre 60% e 70% da população.

A duração da pandemia, segundo Wieler, também depende de quando haverá uma vacina disponível – o que poderia acontecer no ano que vem.

Covid-19. A mudança de estratégia do Reino Unido influenciada por previsões alarmistas


Na segunda-feira à noite, Boris Johnson pediu à população que evitasse o contacto social, entre outras medidas. Uma mudança de planos, até aqui sem a tomada de medidas mais restritivas, que coincide com a divulgação de um estudo que aponta para mais de 250 mil mortes no Reino Unido, caso persistisse a estratégia tomada até agora.

As medidas preconizadas pelo primeiro-ministro Boris Johnson vão no sentido da população evitar qualquer contacto e deslocação “não essencial” e recomendou às pessoas idosas que se isolem durante três meses.

São medidas menos radicais que as adotadas pelos países vizinhos, não prevendo o encerramento de escolas, restaurantes ou salas de espetáculos, nem mesmo a interdição de eventos. São, no entanto, uma mudança face ao comportamento controverso adotado até aqui, dizem os analistas. Até aqui, a estratégia era de isolar quem apresentava sintomas ou que vinha de zonas de risco para aligeirar a pressão sobre os serviços e favorecendo a emergência de uma “imunidade coletiva”.

De acordo com a imprensa britânica, a mudança prende-se em partiular com um relatório do Imperial College of London, apresentado também esta segunda-feira.

Os dados são dramáticos. No cenário de nada ser feito, estimava-se que até agosto o vírus infetasse 81% da população e provocaria 510.000 mortos.

França restringe circulação de pessoas para conter coronavírus


'Nós estamos em guerra, em guerra sanitária, não contra um Exército, mas o inimigo está lá e requer uma mobilização geral', afirmou presidente; franceses poderão sair de casa apenas para trajetos estritamente necessários

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na segunda-feira (16/03) a imposição de restrições drásticas na circulação de pessoas para tentar controlar a propagação do novo coronavírus. Pelos próximos 15 dias, os franceses poderão deixar suas casas apenas para ir ao trabalho, supermercado e realizar viagens estritamente necessárias.

"Nós estamos em guerra, em guerra sanitária, não contra um Exército, mas o inimigo está lá e requer uma mobilização geral", afirmou Macron, durante um pronunciamento na televisão.

Espanha estatiza hospitais privados para combater coronavírus


'Os recursos sanitários, públicos e privados, das comunidades estarão sob as ordens dos Conselhos de Saúde de cada território', informou o governo

O governo de Espanha deu permissão para que as autoridades de saúde estatais do país assumam o controle de hospitais privados para atender e hospitalizar casos de coronavírus.

A decisão, divulgada na tarde de segunda-feira (16/03), vem após a Espanha se tornar o segundo país europeu mais afetado pela pandemia do Covid-19, atrás apenas da Itália.

Segundo disposição do Ministério da Saúde espanhol comunicada no Diário Oficial, "as autoridades sanitárias competentes [...] poderão habilitar espaços para uso sanitário em locais públicos ou privados, que reúnam as condições necessárias para prestar atendimento".

"Os recursos sanitários, públicos e privados, das comunidades estarão sob as ordens dos Conselhos de Saúde de cada território", informou o governo.

O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, justificou a medida afirmando que o país precisa ter "todos os meios para proteger a saúde e o interesse público".

"[A medida] visa garantir a coesão do sistema de saúde e que todos os cidadãos possam ser atendidos em condições de igualdade", disse o ministro.

Portugal tem 448 casos confirmados de Covid-19. 117 nas últimas 24 horas


"Estamos na fase de aceleração do contágio", segundo António Lacerda Sales, secretário de estado da Saúde. Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 117 infetados pelo novo coronavirus, em Portugal, segundo o boletim diário da DGS, desta terça-feira, um dia depois de ter morrido o primeiro doente com covid-19 no país.

Os cálculos matemáticos estimam que o pico da pandemia provocada pelo novo coronavírus, em Portugal, só aconteça no final de abril, início de maio. E os novos casos revelados todos os dias têm confirmado esta expectativa, superando entre os 30% a 50% o dia anterior. Nas últimas 24 horas, foram notificados mais 117 casos de covid-19 no país, elevando assim a contagem total para 448 infetados e uma morte, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta terça-feira (17 de março).

Há ainda 323 pessoas a aguardar o resultado das análises laboratoriais, três recuperados e 6852 em vigilância pelas autoridades de saúde. Embora Portugal tenha notificado o primeiro caso de covid-19 no dia 2 de março, desde o primeiro dia do ano houve 4030 suspeitos.

Este é também o dia em que o surto chega a quase todo o território nacional. Só no Alentejo ainda não há casos. No arquipélago da Madeira, uma cidadã holandesa, que aterrou no aeroporto a 12 de março (antes das medidas de proteção estarem em vigor), testou positivo para o novo coronavírus, anunciou o presidente do Governo regional, Miguel Albuquerque, esta terça-feira, em conferência de imprensa. Esta caso ainda não se encontra registado no boletim da DGS.

A região mais afetada do país é o Porto (196 casos), depois Lisboa (180). Foi na capital, no Hospital de Santa Maria, que morreu, esta segunda-feira, a primeira vitima do covid-19, em Portugal, um enfermeiro e massagista do Estrela da Amadora. Nas regiões com maior número de casos, seguem-se o centro (51) e o Algarve (14). Nos Açores, há apenas um caso. Estão também a ser acompanhados no país seis cidadãos estrangeiros.

19 cadeias de transmissão

Já existe em Portugal transmissão local e há 19 cadeias de contágio, mais uma do que esta segunda-feira. "Estamos na fase de aceleração do contágio", admitiu António Lacerda Sales, secretário de estado da Saúde, em conferência de imprensa, no final desta manhã.

A maior parte destas cadeias têm origem em casos importados. Há 18 doentes notificados com ligações a Espanha, 17 a Itália, 13 a França, 8 à Suíça, e um da Alemanha e Áustria, Andorra, Bélgica, Países Baixas e Reino Unido.

Costa: "Mesmo sem estado de emergência é possível impor restrições"

Em vésperas do Conselho de Estado - que acontece quarta-feira às 15:00 e onde deverá ser decidido se o país avança com o estado de emergência - o primeiro-ministro lembrou que o quadro jurídico permite ir escalando as medidas. António Costa sublinhou que a pandemia não durará apenas duas semanas, pelo que poderá obrigar o Governo a tomar medidas inversas, como a requisição civil de trabalhadores e de equipamentos a empresas. "Mesmo sem estado de emergência é possível impor restrições", disse o primeiro-ministro, esta segunda-feira à noite, em entrevista à SIC.

António Costa está a colocar nas mãos de Marcelo a declaração de um estado de emergência no país - estado de exceção que só pode ser acionado em casos de grave ameaça ou perturbação da ordem democrática ou de calamidade pública. Neste cenário, há direitos fundamentais que nunca podem ser colocados em causa, nomeadamente, os direitos à vida ou à integridade pessoal. Esta declaração tem de passar pelos três órgãos de soberania, tendo de ser decretado pelo Presidente da República, depois de uma audição do Governo e de uma autorização da Assembleia da República. A ser declarado, será a primeira vez que este estado vigorará desde o 25 de abril de 1974.

Repostas fronteiras entre Portugal e Espanha

A luta para combater o novo coronavírus levou também à reposição, desde as 23:00 de segunda-feira, das fronteiras com Espanha - uma medida que, não sendo inédita, só é usada em casos muito especiais.

Até dia 15 de abril, os dois países ibéricos voltam a ter fronteiras terrestres, aéreas e marítimas. Foram suspensos os voos entre os aeroportos nacionais e os espanhóis, bem com as ligações ferroviárias e as duas ligações fluviais que existem no Minho e no Algarve.

A reposição das nove fronteiras terrestres obriga a uma maior mobilização de meios, através da GNR e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Espanha é, neste momento, o quarto país do mundo com o maior número de infetados (11 178). Já morreram 491 (149 nas últimas 24 horas). Só está atrás do China - país onde o surto começou, mas que o conseguiu controlar com sucesso nas últimas semanas -, da Itália - o novo epicentro do vírus no mundo - e do Irão.

O covid-19 infetou 186 676 pessoas em todo o mundo. Destas, 80 338 já recuperam. Morreram 7 471 cidadãos.

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

Que tristeza. Eis uma amostra da bestialidade…


Bom dia. Eis o Curto do Expresso, por Martim Silva, diretor-adjunto lá do burgo Balsemão Bilderberg Impresa… e outras nas ilhargas. Hoje não estamos para levar por diante grande prosa, considerações e opinião em antecipação ao Curto.

Imagens em jornais e televisão mostram-nos a estupidez natural de imensos portugueses  e prováveis estrangeiros que não seguem à risca as restrições, medidas de segurança e integridade dos próprios e dos outros seus concidadãos. Vimos, por exemplo, no aeroporto de Lisboa (AQUI) as pessoas juntinhas com pressa de chegar à frente nas filas em que - queiram ou não – têm de esperar pela sua vez. Umas bestas que quase não merecem consideração ao demonstrarem que não a nutrem pelos outros - que estão nas suas proximidades. E isso aborrece, e isso entristece os que afinal se esquecem que a humanidade é ela própria a causadora da construção da estrada que a leva à extinção. Porque vai acontecer, mais século ou menos século, mais milénio ou menos milénio. Pessimismo, dirão alguns. Oxalá. Certo é que não é só o exemplo referido acerca do aeroporto. São todos, os muito mais que vimos e ouvimos, milhentos. E isso é real. É a desumanidade que temos, a ignorância eivada de ganância, arrogância e afins. A bestialidade.

Tristes espectáculos. Não devíamos ter nascido para isto. Tristes espectáculos.

Siga o Curto pela lavra de Martim. Bom dia, se conseguirem.

PG | © Imagem cedida ao Notícias ao Minuto

RESPONDER AO MEDO


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

Nunca nenhum de nós imaginou viver uma pandemia com estas proporções. Nunca nos passou pela cabeça ficar em casa por tempo indeterminado, restringir os nossos contactos sociais ao mínimo, ou aplaudir da janela os profissionais no SNS.

Talvez mesmo porque tudo nos parece novo, incerto e instável, há garantias que nos confortam.

A primeira é que a maioria das pessoas compreendeu o tamanho da sua responsabilidade, seguiu as recomendações oficiais, respeitou as medidas sanitárias e isolou-se. As exceções têm estado sobretudo relacionadas com os trabalhadores que não puderam ficar em casa. Em alguns casos, como nos centros comerciais ou nos call centers, são as empresas que estão a violar a sua responsabilidade social. Nestas situações, deve ser garantido que a presença nos locais de trabalho é reduzida ao mínimo e feita em segurança. Mas há também muitas pessoas que saem para assegurar o funcionamento dos serviços essenciais, e que por isso não podem parar. São, entre outros, os profissionais de saúde, da recolha de resíduos, das forças de segurança, dos supermercados, dos transportes, da Segurança Social, de algumas escolas, dos postos de combustível, etc. A todos ficamos em dívida - o que nos obriga a, no final, mudar de vez a forma como são tratados estes serviços e os seus profissionais.

Remuneração paga por EDP a António Mexia foi de 2,1 milhões de euros


O presidente executivo da EDP, António Mexia, recebeu o ano passado 2,17 milhões de euros e este ano pode ganhar mais 800 mil euros fixos, a que acrescerá a remuneração variável, segundo documentos da assembleia-geral de abril.

A EDP convocou hoje a assembleia-geral de acionistas para 16 de abril, pelas 15:00, em Lisboa, um encontro que terá oito pontos na ordem de trabalhos, destacando-se a deliberação sobre contas de 2019 (lucros consolidados de 512 milhões de euros, menos 1% do que em 2018), a proposta de aplicação de resultados (incluindo dividendo de 19 cêntimos por ação), poderes para o Conselho de Administração aumentar o capital social até ao limite de 10% do capital social atual e política de remuneração dos administradores e restantes membros dos órgãos sociais.

Segundo o relatório e contas de 2019, hoje divulgado, a empresa pagou o ano passado 11 milhões de euros (brutos) ao conselho de administração executivo, dos quais 1,015 milhões de euros a António Mexia de remuneração fixa (incluindo montantes relativos a Plano Poupança Reforma) e 325 mil de remuneração variável referente a 2018.

Ainda em 2019, a empresa pagou remuneração variável plurianual relativa à avaliação de desempenho do período 2015-2017.

Neste caso, foi pago o valor relativo ao ano 2016, tendo António Mexia recebido mais 826 mil euros.

Fronteiras encerradas até dia 15. Conheça os nove pontos de passagem


As fronteiras entre Portugal e Espanha estão fechadas e apenas é possível passar em nove pontos controlados. Saiba quais são.

A fronteira entre Portugal e Espanha está fechada a turismo e lazer até dia 15 de abril. A decisão foi tornada pública esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e surge no âmbito do controlo da propagação da pandemia de Covid-19 que já matou mais de sete mil pessoas.

Há apenas quatro pontos em que é possível passar para o país vizinho. A Guarda Nacional Republicana (GNR) divulgou-os e explica quem está autorizado a cruzar a fronteira. 

"Na sequência da pandemia de COVID-19 e, para segurança de todos, as fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha fecham a partir das 23h00 horas desta segunda-feira até ao dia 15 de abril", começa por explicar a força de segurança numa publicação colocada no Facebook. 

Ficam disponíveis nove pontos de passagem autorizados, designadamente:

Valença (Viana do Castelo) - Tuy;
Vila Verde da Raia (Chaves) - Verín;
Quintanilha (Bragança) - San Vitero;
Vilar Formoso (Guarda) - Fuentes de Oñoro;
Termas de Monfortinho (Castelo Branco) - Cilleros;
 Marvão (Portalegre) - Valência de Alcântara;
Caia-Elvas (Portalegre) - Badajoz;
Vila Verde de Ficalho (Beja) - Rosal de la Frontera;
Vila Real de Santo António (Faro) - Ayamonte.

E quem está autorizado a atravessar a fronteira entre Portugal e Espanha? Só quem reúna uma destas quatro 'justificações': "Transporte internacional de mercadorias e transporte de trabalhadores transfronteiriço", "entrada de cidadãos nacionais e dos titulares de autorização de residência nos respetivos países", "saída dos cidadãos residentes noutro país" ou "cônjuges ou equiparados e familiares até ao 1.º grau na linha reta, a título excecional, para efeitos de reunião familiar".

É ainda importante ter em mente, informa a GNR, "que as embarcações de recreio não poderão atracar nas marinas portuguesas" e o "tráfego aéreo entre os dois países também será suspenso, bem como a ligação ferroviária e as duas ligações fluviais existentes - uma no Minho e outra no Algarve".


Fique ainda com o mapa que mostra os nove pontos de fronteira controlados: 


Catarina Correia Rocha | Notícias ao Minuto | Imagem: © Global Imagens

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