Toda a verdade tem três etapas
A primeira, é ignorada.
A segunda, é amplamente
ridicularizada.
A terceira, é aceite como
evidente por si mesma.
Com o COVID-19, entramos agora na
etapa 2. Inicialmente, a comunicação mediática ignorou as alegações e as
análises de que o vírus poderia ter sido originado nos EUA. Mas a
propagação de informações e as reestruturações de provas de todos os lados,
inclusive nos EUA, tornou-se demasiado intensa e agora as reivindicações estão
a ser abertamente ridicularizadas pela comunicação mediática ocidental.
Resumidamente, os virologistas
chineses descobriram, taxativamente, que a fonte original do vírus não
era a China, nem Wuhan, nem o mercado de marisco, mas tinha sido localizada nos
EUA, sendo um cenário possível, que o vírus possa ter sido
originado no
Laboratório
de Armas Biológicas das Forças Armadas dos EUA, em Fort Detrick (que
foi fechado pelo CDC em Julho, devido a surtos) e levado para a China durante
os Jogos Militares Mundiais, em Outubro de 2019.
Além do mais, os virologistas
japoneses e taiwaneses chegaram independentemente à conclusão de que o vírus
poderia ter sido originado nos EUA.
Os americanos fizeram o seu
melhor desde o início para evitar a culpabilidade, criando histórias de
morcegos, cobras, pangolins, o mercado de marisco, a
Universidade Wuhan como sendo uma instalação de
armas biológicas (que não é) e o conto da CIA espalhado através da VOA
(Voice of America) e da Radio Free Asia, de que o vírus vazou daquela
universidade. Eles declararam (documentadamente) que, pesquisadores chineses
haviam participado (há 7 anos) em pesquisas semelhantes sobre o vírus,
financiadas peloS
NIH dos
EUA, insinuando, até certo ponto, a culpabilidade chinesa e ignorando que a
pesquisa anterior era insignificante para os acontecimentos actuais.
Devo dizer que os americanos
provaram ser muito hábeis ao pegar no microfone primeiro, a fim de criar uma
narrativa “oficial” de um acontecimento actual enquanto inundavam a comunicação
mediática com o dedo apontado o bastante, a fim de impedir que um
público crédulo tivesse tempo de juntar as peças de maneira lógica.
Eles desprezaram o facto muito
real de que poucas nações iriam criar ou libertar uma arma biológica que
atacaria, em primeiro lugar, a sua própria nação. Também descartaram a
probabilidade geopolítica de um “end game” – que um vírus é uma poderosa arma
de guerra económica, capaz de provocar à economia da China o que uma guerra
comercial não poderia fazer.
Os leitores ocasionais tendem a
ignorar o facto de que, na mentalidade americana, existem muitas razões
geopolíticas sólidas para atacar a China, o Irão e a Itália e que os países
restantes são, apenas, danos colaterais que tiveram azar.
Muitos artigos sobre o vírus, que
contêm estas e outras informações semelhantes, foram publicados em sites de
notícias de segunda linha, na Internet, alguns obtendo um enorme número de
leitores com centenas de milhares de downloads e novas publicações dos mesmos.
Muitos desses artigos foram traduzidos em 6 ou 7 línguas e publicados em sites
em todo o mundo. Simultaneamente, foram feitas muitas postagens nas redes
sociais chinesas, especulando sobre as circunstâncias estranhas e sobre a longa
cadeia de coincidências fora do comum, que conduziram ao surto do vírus em
Wuhan.
Um dos artigos mencionados acima
foi traduzido e publicado numa rede social chinesa e reuniu 76.000 comentários,
nas primeiras 8 horas. Por fim, os principais meios de comunicação mediática
chineses fizeram as mesmas considerações – que o vírus poderia ter se originado
nos EUA e que os americanos estavam envolvidos num grande acobertamento desse
facto.
Depois, Zhao LiJian, porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, oficializou esta narrativa,
através de várias publicações nas redes sociais dos EUA. Um artigo importante
da comunicação mediática, no New York Times, referiu que “as observações
de Zhao foram espalhadas na plataforma da rede social mais destacada da China,
o Weibo. . . [e] foram vistas mais de 160 milhões de vezes, junto com as
imagens das publicações originais no Twitter.
Aparentemente, as postagens de
LiJian no Twitter, sendo essencialmente uma fonte oficial que não pode ser
facilmente ignorada, a alegar que o vírus foi trazido para a China dos EUA
durante os Jogos Militares e exigindo uma explicação dos EUA, estavam a receber
demasiada atenção do público para serem ignoradas. Tudo o que foi acima
mencionado, criou pressão política suficiente para forçar a comunicação
mediática ocidental a responder. E, claro, eles responderam ignorando os factos
da mensagem e destruindo o mensageiro.
Em 12 de Março, o Guardian,
do Reino Unido, publicou um artigo alegando que a China estava “a pressionar
propaganda” sobre o vírus, vindo dos EUA. (1) Em 13 de Março, o New York
Times publicou um texto semelhante de uma “conspiração do coronavírus da
China”, de falsas alegações sobre a origem do vírus. (2) Depois, em 14 de
Março, a ABC News publicou uma matéria intitulada “Falsas alegações
sobre as origens do coronavírus provocam fricções entre os EUA e a China”, na
qual ridicularizavam a China e as reivindicações de um vírus americano. (3)
O Seattle Times publicou
uma versão da história, afirmando: “A China está a lançar uma nova teoria sobre
as origens do coronavírus: É uma doença americana. . . introduzida por membros
do Exército dos EUA que visitaram Wuhan, em Outubro. Não há um pingo de
evidência a apoiá-la, mas este parecer recebeu a aprovação oficial do
Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, cujo porta-voz acusou as autoridades
americanas de não manifestarem o que sabem sobre a doença.” (4) O UK
Independent publicou a sua própria versão da “teoria da conspiração da
China” (5), assim como a CNN (6).
O artigo do ABC afirmava que “o
Secretário Adjunto, David Stilwell, deu ao Embaixador [chinês] Cui Tiankai, uma
“exposição muito firme dos factos”, alegando que Cui estava “muito na defesa”
diante desse ataque “oficial” americano. O Departamento de Estado dos EUA é
citado como tendo dito: “Queríamos avisar o governo [chinês] de que não
toleraremos [teorias da conspiração] para o bem do povo chinês e do
mundo”.
A seguir, o Washington Post,
a Bloomberg e meia dúzia de outros meios de comunicação mediática
entraram em contacto com este autor para entrevistas, ansiosos por uma
oportunidade de descartar esta ‘teoria da conspiração’, na sua origem. A
Embaixada dos EUA em Pequim também “procurou” o autor “para falar sobre este
assunto”.
Se a campanha de informação
pública e a pressão política resultante puderem continuar, entraremos na fase
três, onde a comunicação mediática começará a admitir: primeiro a
possibilidade, depois a probabilidade, e a seguir, o facto dos EUA serem a
origem do vírus da “China”.
Larry Romanoff
Artigo original em inglês :
Notas:
“Larry Romanoff, consultor
de administração e empresário aposentado. Ocupou cargos executivos
especializados em empresas de consultoria internacionais e possuía uma empresa
internacional de importação e exportação. Professor Visitante da Universidade
Fudan de Shangai, apresenta estudos de casos em assuntos internacionais a
executivos especializados. Romanoff reside em Shangai e, actualmente,
está a escrever uma série de dez livros, de um modo geral, relacionados com a
China e com o Ocidente. Pode ser contactado através do email: 2186604556@qq.com”.