O país caribenho censurou a
administração norte-americana por sua campanha contra médicos cubanos, que
estão em muitos países afetados pela COVID-19, bem como seus contínuos ataques
ao governo venezuelano.
Na quarta-feira (25), o
Departamento de Estado dos EUA publicou no Twitter uma mensagem criticando o
relacionamento dos médicos de Cuba com seu governo.
O governo de Cuba mantém a maior
parte do salário que seus médicos e enfermeiros ganham enquanto servem em suas
missões médicas internacionais, ao mesmo tempo que os expõe a condições de
trabalho egrégias. Os países anfitriões que procuram a ajuda de Cuba para
COVID-19 devem examinar os acordos e acabar com os abusos trabalhistas.
A mensagem refere-se às missões
médicas cubanas na Bolívia, Brasil e Equador, que foram suspensas sob pressão
de Washington, de acordo com as autoridades do país do Caribe.
O presidente Miguel Díaz-Canel
chamou a campanha lançada pelo governo norte-americano para desacreditar a
cooperação médica cubana em todo o mundo de "mentiras e insultos" e
destacou a declaração feita pelo Ministério das Relações Exteriores do país
sobre o assunto, em resposta às recentes declarações "particularmente
ofensivas" do Departamento de Estado estadunidense.
"Chega de mentiras e
insultos, a cooperação médica cubana tem uma elevada moral, que é suficiente
para esmagar os insultos do império vulgar, cruel, assassino e
prepotente."
Por sua vez, a declaração do
Ministério das Relações Exteriores cubano afirma que "a campanha de
descrédito do governo dos Estados Unidos é imoral em qualquer
circunstância".
"É particularmente ofensiva para Cuba e para o resto do mundo, em
momentos de uma pandemia que nos ameaça a todos, e quando todos deveríamos
estar nos esforçando para promover a solidariedade e a ajuda aos
necessitados", acrescenta o documento divulgado por Juan Antonio
Fernández, subdiretor da Direção Geral de Imprensa, Comunicação e Imagem do
Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
A nota recorda que a comunidade
internacional exige a partir da ONU unidade e cooperação, o fim das guerras e
conflitos, a cessação e suspensão dos bloqueios e das medidas coercivas
unilaterais.
"Deixemos de lado a
mesquinhez e a hostilidade. A saúde é um direito humano. Isso é o que Cuba
entende e faz", enfatiza a declaração da chancelaria.
Segundo os dados fornecidos pelo
Ministério da Saúde Pública, dos 59 países onde existem brigadas médicas
cubanas, o novo coronavírus tem presença registrada em 37 deles.
Brigadas médicas cubanas no
Caribe
Três brigadas médicas cubanas
partiram na quinta-feira (26) para as ilhas caribenhas de São Vicente e
Granadinas, Dominica e Antígua e Barbuda para ajudar a lidar com a nova
pandemia do coronavírus, que causa a doença COVID-19.
Os profissionais de saúde que estão partindo para
estas três nações caribenhas receberam uma preparação abrangente para lidar com
a pandemia, à que se soma a experiência de vários membros na participação de
missões humanitárias de saúde anteriores, incluindo a luta contra o ebola na
África, disse a doutora Danixia Novoa, chefe das brigadas, ao serviço de
notícias da televisão cubana.
Os médicos e enfermeiros cubanos
que vão às Caraíbas para ajudar a combater o novo coronavírus SARS-CoV-2 fazem
parte do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de
Desastre e Epidemias Graves "Henry Reeve".
Desde há vários dias, brigadas
médicas da ilha que fazem parte do Contingente "Henry Reeve" têm
viajado para a China, Venezuela, Nicarágua, Suriname, Jamaica, Granada e Itália para enfrentar a nova pandemia do coronavírus
SARS-CoV-2.
Estas brigadas são constituídas
por especialistas em clínica geral integrada, médicos clínicos, intensivistas,
virologistas e epidemiologistas, muitos dos quais têm experiência no tratamento
de doenças transmissíveis, e incluem alguns que participaram da luta contra a
epidemia de ebola na África.
Conflito EUA–Venezuela
Na quinta-feira (26), o
Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou Maduro e altos funcionários
do seu governo de estarem envolvidos em um esquema de tráfico de droga.
"O Departamento de Justiça
está anunciando a apresentação de uma acusação no Distrito Sul de Nova York
contra quatro suspeitos, incluindo Nicolás Maduro, bem como o atual presidente
da Assembleia Constituinte [da Venezuela, Diosdado Cabello], o ex-diretor da
inteligência militar e um ex-general de alto escalão por seu envolvimento em
narcoterrorismo", disse o procurador-geral estadunidense William Barr.
O ministro das Relações
Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, rejeitou as acusações de narcotráfico feitas pelo Departamento
de Justiça dos EUA contra o chefe de Estado venezuelano.
"Condeno a imoral acusação
dos EUA contra o presidente Nicolás Maduro e a Venezuela por narcoterrorismo. É
baseada em mentiras sem vergonha. Mesmo na época da COVID-19, o governo dos EUA
mostra que é a principal ameaça à paz e tranquilidade da nossa América".
Rodríguez, entretanto, disse que
a acusação se baseia em "mentiras sem vergonha" e assegurou que mesmo
em meio à pandemia mundial do novo coronavírus, que causa a COVID-19, os
Estados Unidos continuam sendo o maior perigo para a região.
"Mesmo em tempos de COVID-19, o governo norte-americano
mostra que constitui a principal ameaça à paz e tranquilidade da nossa
América", disse o ministro das Relações Exteriores cubano.
O sistema de Justiça dos EUA está
oferecendo US$ 15 milhões (R$ 75,9 milhões) em troca da captura do presidente
venezuelano.
O ministro das Relações
Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, garantiu que seu governo enfrentará
"as mentiras" vindas de Washington.
Sputnik | Imagens: © REUTERS /
Daniele Mascolo
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