quarta-feira, 13 de maio de 2020

EUA | A economia capitalista e a política da morte


Desafiando a oposição popular esmagadora, o governo Trump e a maioria dos governos estaduais, corporações multibilionárias e os interesses financeiros de Wall Street estão dando andamento aos planos para uma rápida reabertura da economia dos EUA.

David North | WSWS

A indústria automobilística está liderando as exigências de um retorno ao trabalho prematuro e mortal. Sucumbindo à enorme pressão política e econômica, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, sancionou a reabertura, a partir de hoje, das fornecedoras de autopeças e das indústrias de ferramentaria e usinagem. As grandes empresas automobilísticas pretendem retomar a produção no estado na próxima semana.

A Honda está retomando a produção hoje em todos os Estados Unidos e Canadá. Isso inclui fábricas em Ohio, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Indiana, Geórgia e Alabama.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, permitiu que as fábricas, juntamente com os depósitos e instalações logísticas, reabrissem desde da última sexta-feira.

Na Flórida, Texas e em vários outros estados, os serviços e o comércio, incluindo salões e barbearias, foram – ou serão em poucos dias – reabertos. O Missouri está sancionando a abertura de todos os negócios e permitirá a realização de shows ao grande público.

Na prática, os esforços para conter a propagação da pandemia nos Estados Unidos caíram por terra. O governo Trump está implementando uma política de "imunidade de rebanho" que resultará nos próximos meses em dezenas de milhares – e, potencialmente, centenas de milhares – de mortes que poderiam ser evitadas se medidas apropriadas fossem tomadas para conter a propagação da pandemia.

Mas o governo Trump, que já havia retirado totalmente o apoio dos EUA às operações da Organização Mundial da Saúde, está sabotando ativamente os esforços dos Centros de Controle de Doenças (CDC) de restringir, mesmo que moderadamente, as demandas das corporações de um retorno imediato ao trabalho.

Como beneficiam as grandes empresas desta crise?


Uma conjuntura adversa, onde os canais de distribuição se encontram restritos pelos mesmos do costume e não existem alternativas para contrabalançar as contas, afecta sobretudo os trabalhadores.

António Ribeiro | AbrilAbril | opinião

Ao longo do surto de Covid-19, várias foram as empresas que se mobilizaram em verdadeiras campanhas filantrópicas para auxiliar os mais diversos países e sectores. É certo que, numa primeira análise, poderíamos facilmente concordar que este tipo de iniciativas são verdadeiras e genuínas acções sociais e que, de facto, nesta altura todos devemos ajudar a combater o dito inimigo comum.

Na Europa e nos EUA, multinacionais como a Unilever ou a Nestlé anunciaram importantes medidas de ajuda a sectores como a hotelaria, restauração e cafés, disponibilizando várias centenas de milhões de euros para este efeito. Dado o estado geral da pandemia, estas medidas parecem quase contraproducentes, tendo em conta que estes são os sectores que terão mais dificuldades em voltar à normalidade, com uma taxa de recuperação bastante lenta em consequência do forte impacto que sofreram. Se retirarmos o carácter solidário, não parece haver mais nenhum motivo para estas multinacionais lançarem este tipo de campanhas.

Todo esta aparente solidariedade até nos faz esquecer que no ano passado, a Nestlé, por exemplo, anunciou nos EUA o lay-off de 4000 pessoas a ser realizado até Outubro, tendo como pretexto a reestruturação da sua estrutura logística. Na altura, a Covid-19 não era uma opção argumentativa para o efeito. Já este ano, e apesar das adversidades, a empresa anunciou recentemente um crescimento de 4,3% nos primeiros três meses de 2020, salientando que se tratou do crescimento mais acentuado nos últimos cinco anos na Europa e nos EUA. Tudo isto manifestou-se recentemente numa subida importante das acções da empresa em bolsa de 1,4%.

Covid-19: Sobe o número de mortos em África e a situação nos PALOP


O número de mortos por causa da Covid-19 em África subiu para os 2.406, com quase 70 mil infetados em 53 países, segundo estatísticas mais recentes sobre a pandemia. Dos PALOP, a Guiné-Bissau é o país com mais vítimas.  

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos por causa da Covid-19 subiu de 2.336 para 2.406, enquanto os infetados passaram de 66.373 para 69.578. O número total de doentes recuperados aumentou de 23.095 para 23.978.

O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença, com 1.297 mortos e 23.683 infetados pela Covid-19.

Na África Ocidental há 428 mortos e ultrapassou as 20 mil infeções (20.603), enquanto a África Austral contabiliza 225 mortos e regista 12.259 casos, quase todos concentrados num único país, a África do Sul (11.350).

Os mais afetados

A pandemia afeta 53 dos 55 países e territórios de África, com seis países -- África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos, Nigéria e Gana - a concentrarem cerca de metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

O Egito é o país com mais mortos (544) e ultrapassou esta quarta-feira (13.05.) os 10 mil casos (10.093), seguindo-se a Argélia, que tem 515 mortos e 6.067 infetados. 

A África do Sul tornou-se o terceiro com mais mortos (206), continuando a ser o país do continente com mais casos da covid-19, com 11.350 infetados.

Marrocos totaliza 188 vítimas mortais e 6.418 casos, a Nigéria tem 158 mortos e 4.787 casos, enquanto o Gana tem 22 mortos, mas ultrapassou esta quarta-feira (13.05.) os cinco mil casos (5.127). Apenas o Lesoto e a República Saarauí continuam sem notificar casos da Covid-19.

Os PALOP

Entre os países africanos de língua portuguesa, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, com 820 casos, e regista três mortos.

Cabo Verde tem 267 infeções e dois mortos e São Tomé e Príncipe regista 231 casos, tendo anunciado na terça-feira (12.05.) a sétima vítima mortal.

Moçambique conta com 104 doentes infetados e Angola tem 45 casos confirmados de Covid-19 e dois mortos

A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mantém há mais de uma semana 439 casos positivos de infeção e quatro mortos, segundo o África CDC.

Mundo

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. 

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Deutsche Welle | Lusa

Moçambique | Sobe o número de vítimas da violência armada em Cabo Delgado


Cerca de 162 mil pessoas foram afetadas pela violência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. Aproximadamente 500 pessoas morrem nos ataques perpetrados por insurgentes.

O governo de Cabo Delgado vai criar um centro de acolhimento para 1.027 pessoas afetadas pela violência armada no bairro de Paquitequete, cidade de Pemba, anunciou o governador daquela província do norte de Moçambique, Valige Tauabu. Segundo os levantamentos, o número de pessoas afetadas pela violência armada subiu de 152 mil para 162 mil, informou esta quarta-feira (13.05.) fonte oficial.

Segundo um documento do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), sobre a situação humanitária da província, "a maior parte dos afetados está localizada nos distritos de Macomia [29 mil], Mocímboa da Praia [26 mil] e Quissanga [15 mil]", estando os restantes distribuídos entre 14 outros distritos.

Angola reclama mais de 5 mil milhões de dólares a Isabel dos Santos


Após acusações da empresária, PGR de Angola afirma que há vários processos de natureza cível e criminal contra Isabel dos Santos, no âmbito do "Luanda Leaks". No total, o Estado reclama mais de 5 mil milhões de dólares.

O comunicado comunicado da Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) foi divulgado esta terça-feira (12.05), depois de a empresária alegar que a decisão de arrestar os seus bens teve como suporte um passaporte falsificado e que os Estados angolano e português arrestaram contas e bens num valor excessivo, superior a dois mil milhões de euros de ativos e empresas.

A PGR sustenta que o arresto de bens de Isabel dos Santos em Angola foi decretado no âmbito de uma providência cautelar, em processo cível, que corre atualmente no país.

Nesse processo cível "consta uma informação da Embaixada de Angola no Japão, dando nota de que a referida cópia de passaporte estava sob investigação junto ao Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), precisamente para aferir a sua autenticidade".

Isabel dos Santos acusa a Procuradoria angolana de fazer uma "utilização fraudulenta do sistema de justiça de Angola", para se apoderar do seu património empresarial, e apela à justiça portuguesa, que decidiu cooperar com Angola e executou vários arrestos em Portugal, para que, "à luz desta denúncia e de outras que se seguirão, reavaliar estas execuções 'às cegas'".

Angola | PGR refuta acusações de Isabel dos Santos


A Procuradoria-Geral da República esclareceu, ontem, que o arresto de bens decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda, em finais do ano passado, não teve como base qualquer documento de identificação, mas sim os documentos que atestavam o receio de dissipação do património.

A PGR reagia a um comunicado da empresária Isabel dos Santos, que acusa o Ministério Público de ter usado um passaporte falsificado como prova para fazer o arresto preventivo de bens. Numa nota, a PGR informa que correm, contra Isabel dos Santos, vários processos de natureza cível e criminal, em que o Estado reivindica valores superiores a USD 5.000.000.000,00 (cinco mil milhões de dólares norte-americanos).

O arresto de bens de Isabel dos Santos em Angola, acrescenta, foi decretado no âmbito de uma Providência Cautelar, em Processo Cível, registado sob o nº 3301/2019-C. Nesse Processo Cível, que corre em Angola, esclarece a nota, consta uma informação da Embaixada de Angola no Japão, dando nota de que a referida cópia de passaporte estava sob investigação junto ao Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), precisamente para aferir a sua autenticidade.

“O ‘periculum in mora’ (perigo de lesão do direito pela demora da decisão) provado no processo não teve como base qualquer documento de identificação, mas sim os documentos que atestavam o receio de dissipação do património”, sublinha a nota. Em relação ao pedido de arresto dos bens em Portugal, à luz da cooperação judiciária internacional, a PGR esclarece que a mesma teve por base uma decisão da Câmara Criminal do Tribunal Supremo de Angola, proferida no Processo nº 01/20, no qual não se fez junção de qualquer cópia de passaporte. A PGR lembra que as regras jurídico-processuais determinam que os incidentes, como a falsidade e outras questões processuais, devem ser levantados nos respectivos processos.

Covid-19: Mais sete doentes na Praia elevam total em Cabo Verde para 267


As autoridades de saúde de Cabo Verde anunciaram hoje mais sete pessoas infetadas com covid-19, todas na cidade da Praia, elevando para 267 o total acumulado de casos da doença no país.

Em comunicado citado pela Lusa, o Ministério de Saúde refere que foram analisadas, nas últimas 24 horas, 25 amostras, sete das quais deram resultado positivo para covid-19, todas no concelho da Praia.

O número de doentes recuperados em todo o país mantém-se em 58.

Desde o início da pandemia em Cabo Verde, duas pessoas acabaram por morrer. Outros dois turistas estrangeiros também infetados regressaram aos países de origem ainda em março, pelo que permanecem ativos em Cabo Verde 205 casos de covid-19, internados e em isolamento.

“Todos os casos ativos estão com evolução clínica favorável”, lê-se no comunicado do Ministério da Saúde.

No total, Cabo Verde já registou 267 casos de covid-19 desde que o primeiro doente foi diagnosticado, em 19 de março, distribuídos pelas ilhas de Santiago (208), Boa Vista (56) e São Vicente (03, todos recuperados), lembra a mesma fonte.

Esta precisa que a Praia (ilha de Santiago), com casos diários da doença, que totalizam já 204 diagnosticados em pelo menos 25 bairros da cidade, é o principal foco de preocupação das autoridades, por estar em situação de transmissão comunitária da covid-19.

As ilhas de Santiago e da Boa Vista, por concentrarem os casos de covid-19 em Cabo Verde, são as únicas que permanecem em estado de emergência, até às 24:00 de 14 de maio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 283mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Quase 1,4 milhões de doentes foram considerados curados, refere a Lusa.

A Semana (cv)

Guiné-Bissau | Revisão da Constituição descredibiliza Embaló


LGDH considera decreto presidencial que cria comissão para o efeito como "inconstitucional". Constitucionalista alerta que revisão da lei magna "compete aos deputados", não ao Presidente.

O constitucionalista guineense e professor da Faculdade de Direito de Bissau, José Carlos da Fonseca, considera como nulo o decreto do Presidente da Guiné-Bissau, publicado na segunda-feira (11.05), que instituiu a Comissão Técnica para a revisão constitucional.

Segundo o decreto presidencial n°14/2020 a que a DW África teve acesso, a comissão será constituída por cinco elementos e terá um prazo de três meses para apresentar ao Presidente da República um esboço do projeto de revisão da Constituição com a indicação dos artigos a rever e o sentido das modificações que nele se pretendam introduzir, assim como o projeto da própria Constituição revista, para posterior envio para a discussão e adoção pelos órgãos competentes.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) reagiu em comunicado com "bastante preocupação" ao teor do decreto presidencial que considera "manifestamente inconstitucional" e "uma afronta ao princípio da separação de poderes", que é a base do Estado de direito. A LGDH condena "sem reservas" esta deriva constitucional de Umaro Sissoco Embaló que acredita consubstanciar "um indício de propensão perigosa para o exercício arbitrário do poder". A Liga exige ainda aos titulares de órgão de soberania que atuem conforme a Constituição e a lei "sob pena de provocar roturas maiores no tecido social".

Em entrevista exclusiva à DW, José Carlos da Fonseca, mestre em ciências jurídico-políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, diz que o Presidente não tem competência para criar uma comissão e em pleno estado de emergência, que o próprio Umaro Sissoco decretou. A revisão constitucional não pode ser apresentada, debatida, ou votada na vigência do estado do sítio ou de emergência, defende o constitucionalista.

Guiné-Bissau precisa de máscaras e ventiladores, não de chá


A ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau, Magda Robalo, diz que o Governo deveria ter priorizado a busca por materiais de proteção ao invés do chá produzido em Madagáscar.

Primeira mulher a dirigir o departamento de luta contra doenças infeciosas e o programa de luta contra o paludismo (malária) na região africana da Organização Mundial da Saúde (OMS), Magda Robalo crítica o facto de a Guiné-Bissau ter recebido o chá de Madagáscar, sem que a eficácia do produto tenha sido comprovada cientificamente.  

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, enviou em abril um avião cargo a Madagáscar para buscar o chá, que foi distribuído a vários países da África Ocidental pela equipa de Sissoco. 

No entanto, parace que o produto não tem surtido efeito. O número de casos da Covid-19 na Guiné-Bissau aumentou nesta terça-feira (12.05) para 820, mantendo-se três mortos, de acordo com os dados divulgados pelo Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES).

Em entrevista à DW África, a antiga representante da OMS em países como a África do Sul, Gana, Namíbia e Zâmbia, diz que não faz sentido ir buscar o chá a Madagáscar, enquanto os médicos e o pessoal da saúde estão com falta de equipamentos. 

A médica epidemiologista guineense, que foi também ministra da Saúde Pública da Guiné-Bissau, diz que a estratégia de combate à doença não pode ser apenas "polícias a correr atrás das pessoas e médicos atrás do vírus". 

Libertar o Sahara | 10 de maio, nascimento da Frente POLISARIO



PUSL.- A Frente POLISARIO é um movimento de libertação nacional, não é um partido politico e não é um governo. É o legitimo representante do povo saharaui até que este alcance a sua independência. É necessário recordar este facto devido à sua importância. A Frente POLISARIO faz hoje 47 anos de existência. O desgaste da luta armada, mas ainda mais, o de um Paz que não é paz para os Saharauis, é um enorme fardo que a Frente POLISARIO tem conseguido suportar e superar.

As tentativas várias de Marrocos de denegrir a imagem da Frente POLISARIO tem um grande objectivo: deixar de ter um interlocutor legitimo na arena internacional.

Marrocos tenta por em causa a legtimidade da representação da Frente POLISARIO tanto a nivel internacional como com interferências internas e apoio a “dissidentes” e “vendidos”. Uma técnica antiga, mais antiga que o império Romano.

A união do povo saharaui, e o facto da Frente POLISARIO com todos os problemas derivados de um conflicto de quase 50 anos, continuar a ter o apoio do seu povo é uma pedra do tamanho de uma montanha no sapato de Marrocos.

Frente Polisario – Antecedentes históricos e fundação da Frente POLISARIO

Umdraiga.com.- As mudanças socioeconômicas que ocorreram no Sahara espanhol durante os anos 60 do século passado, levaram ao surgimento do nacionalismo moderno saharaui, com base na consciência nacional e não no tribalismo; com base em argumentos políticos e não sentimentos religiosos.

Nos primeiros anos da década, os nacionalistas formaram diversos agrupamentos políticos, mas nenhum deles teve influência decisiva sobre a população. Somente em 1967, um intelectual, Mohamed Sidi Ibrahim “Bassiri”, conseguiu reunir em torno dele um punhado de partidários da independência e, no ano seguinte, fundou o Movimento para a Libertação do Sahara (MLS).

Em suma, esta organização clandestina já contava com centenas de militantes e começou a influenciar a população saharaui.

O MLS liderado por Bassiri promoveu a demanda pacífica pela independência e conquistou o apoio de vários setores da sociedade: trabalhadores, funcionários da administração colonial, estudantes, oficiais não comissionados e soldados saharauis enquadrados no exército colonial, etc.

A atividade nacionalista começou a se manifestar através de greves de trabalhadores, mobilizações estudantis para o ensino da língua árabe e através de vários atos de repúdio da administração espanhola. Muito em breve o serviço de inteligência colonial detectou a existência do movimento. Em 1969, o governador geral do Sahara decretou o toque de recolher em todo o território. Seguiram-se muitas detenções de militantes e apoiantes do MLS, alguns dos quais foram expulsos para países vizinhos.

Morreram 12 pessoas em Portugal nas últimas 24 horas devido à Covid-19


Desde o último balanço, mais 12 pessoas conseguiram recuperar da doença.

Estão confirmadas 1175 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 12 do que nas últimas 24 horas.

O número de pessoas infetadas pela doença é agora de 28.132, mais 219 do que no último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Há 692 pessoas hospitalizadas devido à Covid-19, 113 das quais estão internadas em unidades de cuidados intensivos.

Até ao momento, 3182 pessoas conseguiram recuperar da doença, mais 169 do que no último balanço.

Há ainda 26.278 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde e 2686 aguardam resultado laboratorial para saber se estão infetadas.

Quanto ao número de óbitos, é na região Norte que se registam mais mortes (667), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (257), do Centro (221), dos Açores (15), do Algarve (14) e do Alentejo, que regista um único óbito, adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24h00 de terça-feira. A Região Autónoma da Madeira continua sem registar mortes por Covid-19.

Inês André Figueiredo | TSF

Portugal | O distanciamento


Henrique Monteiro | Henricartoon

Novo Banco “foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa”


Centeno passa da defesa ao ataque

O tema na agenda era o programa de estabilidade mas, no seu discurso inicial, Mário Centeno escolheu abordar o Novo Banco. Atirou-se ao PSD, a quem acusa de fazer intervenções para chamar a atenção de 10 segundos de telejornal

Um dia depois de ter dado uma entrevista à TSF onde explica o que falhou, entre o seu gabinete e do primeiro-ministro, na transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco, Mário Centeno partiu ao ataque. Esta manhã, no Parlamento, resolveu trazer à liça a responsabilidade do PSD no processo, dizendo que “todos conhecem o processo desde o início” e que, se o problema existe, é porque o Novo Banco foi mal resolvido – foi, aliás, “a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa”.

Durante a sua intervenção inicial, Mário Centeno começou por lembrar que “o Novo Banco não nasceu em 2019”. Se os empréstimo têm de ser feitos anualmente, argumenta o ministro, é porque, em 2014, aquando da separação do BES bom e do BES mau, “a seleção dos ativos foi mal feita, e incompetente. O banco que era novo e devia ser bom tinha ainda muito de mau”. Por causa da “resolução desordenada”, em 2016, o Estado pagou 1,5 mil milhões de euros em juros por causa do Novo Banco, argumentou ainda.

Por isso, a venda do Novo Banco e o acordo de transferências acabou por ser um mal menor, e tinha de ser feito, em nome da "estabilidade financeira", uma preocupação que "nem todos os governos no passado exerceram de forma competente no passado".

O PSD acusou o toque mas o deputado Afonso Oliveira ripostou que o discurso inicial “não foi para nós de certeza, foi para o sr. primeiro-ministro”, a quem o Ministério das Finanças se esqueceu de avisar da transferência.

O deputado quis saber o que o que motivou o desacerto entre António Costa e Mário Centeno, e se as Finanças fizeram a transferência à revelia do primeiro-ministro. Na resposta, o ministro das Finanças carregou ainda mais no tom: “Não, não foi à revelia do primero-ministro“. Não há nenhuma decisão do governo que seja feita à margem do Conselho de Ministros, diz Mário Centeno, que acusa o PSD de ter “assinado resoluções desastrosas na praia.”

Para Centeno, o PSD não tem presente a história, e "um decisor politico que não a conhece vive para os primeiros minutos do telejornal".

Insatisfeitos com a resposta o ministro, tanto o Bloco de Esquerda como o PCP voltaram à carga, para tentarem perceber, nomeadamente, como se justifica a desarticulação entre o gabinete do primeiro-ministro e o do ministro das Finanças.

Portugal | A fase adulta da pandemia


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

Já todos conhecíamos os riscos de um regresso a uma normalidade que nunca será normal. Por isso não vale a pena fingirmos que fomos apanhados desprevenidos.

Não será possível recuperar um pouco da vida que nos foi sequestrada sem que haja contactos, sem que haja proximidade. É essa a ameaça, sempre foi essa a ameaça. O distanciamento social não é uma bolha para onde entramos ao sair de casa de manhã e de onde saímos imaculados ao final do dia. Será inevitável estarmos próximos, ainda que não demasiado.

Esta é a fase adulta da pandemia. Em que, passado o susto e o confinamento musculado, terá de imperar o bom senso, o sentido cívico, a responsabilidade individual. A maturidade. Não queiramos prolongar esta "ditadura social" para além do necessário. Ninguém está a pedir libertinagem, mas, que diabo, precisamos de espaço, de uma perspetiva, uma frincha, um horizonte que nos devolva o equilíbrio (emocional, físico) perdido. E precisamos muito, mesmo muito, de um raio de luz económico que pulverize o rasto sombrio deixado pelo desemprego, pelo desespero, pela fome.

Nenhuma cartilha sanitária sobre comportamentos coletivos pode ter a pretensão de querer ser aplicada de forma cega. Jamais teria uma eficácia transversal. A realidade é moldada por milhões de pessoas irrepetíveis. Haverá excessos. O país é muito desigual na forma como se defende e, sobretudo, na forma como capta as mensagens. E porque podemos ter de voltar à casa de partida caso tudo corra mal, é fundamental não negligenciarmos os cuidados: com as máscaras, com a higienização das mãos, enfim, com aquilo que tem sido a nossa vida em 2020.

Das autoridades de saúde esperamos linhas orientadoras claras. Das autoridades policiais uma fiscalização proporcional, não demasiado branda, não excessivamente intrusiva. Dos portugueses, só podemos esperar que voltem a estar à altura nesta fase da batalha em que começamos a sair das trincheiras para lutar com as armas que temos. As únicas armas possíveis.

* Diretor-adjunto

Portugal | Suicídios aumentam nos lares de idosos. Visitas vão "trazer esperança de volta"


A falta de visitas de familiares pode estar a gerar situações dramáticas nos lares de idosos em Portugal. Regras nas instituições mudam a partir de segunda-feira.

As visitas aos lares de idosos estão proibidas já há quase dois meses (desde 16 de março), para combater a propagação do novo coronavírus entre este grupo de risco. A medida veio, no entanto, acentuar os sentimentos de solidão e abandono por parte dos utentes destas instituições.

Segundo o Jornal de Notícias , o número de suicídios nos lares tem aumentado nos últimos tempos, desde que foram impostas as novas regras de distanciamento social para responder à pandemia de Covid-19.

Em declarações à TSF, Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) confirma que lhe foram reportados alguns casos de suicídio ou tentativa de suicídio e diz compreender o desespero de alguns idosos.

"Lamento e compreendo que haja pessoas que já não aguentem mais, que estejam demasiado stressadas, e o desespero pode levar a uma opção dramática", declara.

América supera Europa em infetados e é novo foco mundial da pandemia


O continente americano ultrapassou esta terça-feira a Europa no número de infetados com a covid-19 ao registar cerca de 1,74 milhões de casos, tornando-se no novo foco mundial da pandemia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a América regista agora 1,74 milhões de casos confirmados de coronavírus e superou a Europa, que totalizava 1,73 milhões nas últimas horas e era, desde meados de fevereiro, o 'epicentro' da pandemia.

Contudo, as mortes por covid-19 no continente americano, que na segunda-feira ultrapassou a barreira dos 100 mil óbitos, são significativamente inferiores aos quase 160 mil registados na Europa, segundo dados divulgados pela OMS.

Os dados que a Universidade Johns Hopkins atualiza todos os dias ajudam a ter uma ideia sobre a evolução da doença e seu impacto sobre os índices de mortalidade nos países.

A instituição estimou que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes devido à covid-19 é de 24,66 nos Estados Unidos; 13,80 no Canadá; 12,56 no Equador; 6,13 no Peru; 5,96 no Panamá; 5,56 no Brasil; 2,83 no México; 1,72 no Chile; 1,21 em Honduras; 1,07 na Bolívia, 0,96 na Colômbia e 0,71 na Argentina.

Dada a magnitude dos números, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) declarou-se "muito preocupada" com a velocidade com que a covid-19 está a propagar-se no continente americano, onde na última semana foram contabilizados mais 266.269 casos.

"Estamos muito preocupados com a rapidez com que a pandemia está a propagar-se. A nossa região levou três meses para atingir um milhão de casos, mas menos de três semanas para quase duplicar esse número", disse a diretora da organização, Carissa Etienne.

A diretora da OPAS alertou que, devido a esse crescimento na mortalidade e transmissão do vírus na América do Sul, os sistemas de saúde em grandes centros urbanos como Lima [Peru] ou Rio de Janeiro [Brasil] "estão rapidamente a ficar sobrecarregados".

De resto, os EUA registaram quase 1.900 mortes nas últimas 24 horas, um novo aumento no número diário de óbitos causados pela covid-19, após dois dias de declínio acentuado, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

Notícias ao Minuto | Lusa | © Lusa

Leia em Notícias ao Minuto: 

Covid-19: Brasil ultrapassa 12 mil mortos, com 881 óbitos num único dia


Autoridades de Saúde brasileiras contabilizam esta terça-feira mais 881 mortes e mais 9.258 casos de infeção.

O Brasil chegou hoje a um total de 12.400 mortos e 177.589 casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia no país, tendo registado nas últimas 24 horas 811 óbitos e 9.258 novos casos de infeção, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O aumento no número de mortes no Brasil foi de 7,7%, passando de 11.519 ontem para 12.400 hoje (com 2.050 óbitos ainda sob investigação). O registo diário de 881 óbitos é um novo recorde, o número mais alto até à data (ontem foram reportados 396 mortes).

Sublinhe-se, porém, que o número de óbitos diário não é, necessariamente, o número de mortes ocorridas nas últimas 24 horas. Esta terça-feira, por exemplo, as autoridades indicam que 203 casos de morte aconteceram nos últimos três dias.

Segundo a tutela, a taxa de letalidade é agora de 7% e a taxa de mortalidade é de 5,9%.

Em relação ao número de infetados, o crescimento foi de 5,5%, de 168.331 para 177.589 casos confirmados (mais 9.258 casos, um número acima dos 5.632 de segunda-feira). 

O país sul-americano anuncia, também, um total de 72.597 casos de pacientes recuperados, sendo que 92.593 permanecem sob vigilância das autoridades.

São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, continua a ser a unidade federativa que concentra o maior número de casos, contabilizando oficialmente 3.949 mortos e 47.719 infetados.

Sublinhe-se que, de acordo com especialistas, os números reais no Brasil devem ser ainda superiores, tendo em conta a baixa oferta de testes no país, assim como a subnotificação da doença.

Anabela Sousa Dantas | Noticias ao Minuto | Imagem: © Reuters / Ueslei Marcelino

Mais lidas da semana