quinta-feira, 9 de julho de 2020

ANEXAÇÃO*



O poder sionista em Israel, sempre com o apoio dos EUA, pretende avançar com a anexação formal de quase um terço da Cisjordânia. Tratar-se-ia de uma machadada – que Israel e Trump-Pompeo desejam definitiva – na viabilidade de um Estado Palestiniano, que rasgaria décadas de promessas de resoluções internacionais e mesmo de acordos assinados por Israel e EUA. Um novo crime a juntar a já tantas décadas de ocupação e genocídio. Como vem sendo habitual, o Governo Português e o seu cada vez mais inqualificável MNE envergonham o país com o seu silêncio cúmplice. É necessária toda a solidariedade ao povo palestiniano!

O Programa do novo governo de Israel prevê a anexação formal de quase um terço da Cisjordânia, território palestiniano que, segundo inúmeras resoluções internacionais, deverá integrar o Estado a que o povo palestiniano justamente aspira. O governo de Netanyahu pretende concretizar a anexação já a partir deste mês. Seria uma machadada – que Israel e Trump-Pompeo desejam definitiva – na viabilidade dum Estado Palestiniano. Os territórios a anexar retalham a Cisjordânia em pequenas ilhotas, como os velhos bantustões do apartheid na África do Sul. Incluem a bacia do Rio Jordão, que separa a Palestina da Jordânia, enclausurando a Cisjordânia e impedindo o seu acesso directo ao exterior.

A realidade da Cisjordânia nunca deixou de ser a da ocupação, nem mesmo após a criação da Autoridade Palestiniana na sequência dos Acordos de Oslo de 1993. Cerca de 60% do seu território faz parte da chamada Zona C, que Oslo previa que permanecesse sob controlo militar directo de Israel (como aconteceu) até à conclusão do processo negocial (que nunca aconteceu). Mais de 22% da Cisjordânia faz parte da Zona B, formalmente sob «controlo conjunto» de Israel (no plano militar) e da Autoridade Palestiniana (civil). Há já longos anos que não existe sequer a ficção de um ‘processo negocial’ para concretizar as promessas da chamada ‘comunidade internacional’ ao povo palestiniano.


EUA | Supremo Tribunal corta planeamento familiar gratuito


O Supremo apoiou o governo de Trump e a garantia do controlo de natalidade gratuito nos seguros de saúde desapareceu. 

O governo de Barack Obama tinha criado legislação que permitia a algumas empresas e organizações poderem recusar-se a pagar planos de contracepção, nos seus planos de saúde, se alegassem razões religiosas ou morais. Nesse caso, seria o Estado a garantir às mulheres o controlo de natalidade gratuita nos seus seguros de saúde.

O governo de Donald Trump alterou essa legislação, mantendo as empresas e organizações com objecções religiosas ou morais a optar por não cobrir o controlo de natalidade, mas sem fornecer qualquer alternativa de cobertura financeira.

A mudança tinha sido bloqueada pelos tribunais, depois de procuradores de New Jersey e da Pensilvânia terem contestado a sua legitimidade.

Agora, o Supremo Tribunal deu razão às pretensões de Trump, mantendo as alterações na Lei de Cuidados Acessíveis, uma medida que afecta entre 70 000 a 126 000 mulheres, de acordo com uma estimativa das autoridades de saúde norte-americanas.

AbrilAbril

Imagem: Um manifestante usa um chapéu durante uma manifestação contra Donald Trump no aniversário do presidente dos Estados Unidos. Nova Iorque, Estados Unidos da América, 15 de Junho de 2017  /  Jewel Samad / AFP / Getty Images

Maternidade sob controle


#Escrito e publicado em português do Brasil

Andrea Natalia Rivera Rosario [*]

Os porto-riquenhos são sem dúvida a raça mais suja, preguiçosa, degenerada e ladra entre os homens que alguma vez habitaram esta esfera.   O que a ilha precisa não é de trabalho de saúde pública, mas de uma onda, maré ou algo para exterminar totalmente a população.   Fiz o meu melhor para promover o processo de extermínio ao matar oito e transplantar cancro para vários mais. [1] – Dr. Cornelius Rhoads, MD, enviado a Porto Rico pelo Instituto Rockefeller para dirigir uma pesquisa de saúde pública em 1931.

A medicina moderna tem tomado o lugar da religião como o principal autor de milagres. Entretanto, raras vezes nos detemos para pensar no processo que conduz ao desenvolvimento de novos medicamentos e, muito menos, nas situações sociais envolvidas. Darmo-nos conta das inumeráveis violações éticas que abriram caminho para a ciência moderna é uma tarefa difícil, ainda que reconheçamos que esses descobrimentos não se tornam menos úteis ou importantes se suas origens não são éticas. Ao sermos críticos com a prática da ciência em si, podemos superar a ideia de que, de alguma maneira, ela é sacrossanta. Assim, podemos honrar a vida das pessoas que foram sacrificadas pela busca do conhecimento.

O racismo, o sexismo e outros preconceitos alimentaram um número de experimentos (a)científicos nos Estados Unidos da América e em seus territórios, incluindo Porto Rico. Em meados do século XX, a companhia farmacêutica GD Searle levou a cabo uma série de ensaios na ilha caribenha para estimar os possíveis efeitos colaterais de uma nova forma de anticoncepcional:   a pílula. Esses esforços, motivados pela ideologia colonialista e imperialista estadunidense, não apenas colocaram em risco a vida de mulheres sem o seu consentimento como mostraram as medidas que os Estados Unidos estavam dispostos a tomar para reduzir a excesso populacional da ilha.

Portugal | OU VAI OU RACHA


Rafael Barbosa | Jornal de Notícias | opinião

A macroeconomia é um conceito distante, quase sempre ilustrado com previsões, percentagens e valores fora da nossa compreensão.

A vida da maioria das pessoas faz-se de microeconomia: saber se o salário chega ao fim do mês; se há dinheiro para uns dias de descanso; se a fatura da luz está a crescer; como acomodar o imposto do carro; se a pensão dá para os medicamentos que o médico receitou.

Ainda assim, quando chega um alerta como o da Comissão Europeia, que prevê, para Portugal, uma recessão superior ao da Grande Depressão do início do século XX, vale a pena um esforço acrescido para perceber o que isso quer dizer (e dar uma espreitadela aos manuais de história ou à wikipédia). Uma perda de 10% no PIB (na riqueza do país) é uma catástrofe. Entre outras razões, porque a pancada se fará sentir, como sempre, de forma desigual.

Não vamos ficar todos 10% mais pobres. Alguns até ficarão mais ricos: por exemplo os grandes acionistas da EDP, cujo valor em Bolsa cresceu 200 milhões de euros, mesmo com a suspeita de corrupção a bater à porta com estrondo.

 Outros ficarão um pouco menos folgados, mas não o suficiente para o sentirem na carne. Mas outros ainda ficarão 100% mais pobres: já não terão sequer o miserável salário de antes.

Superado o abalo inicial, a Galp, a Autoeuropa ou a Continental continuarão a exportar gasolina, carros e pneus, e ainda bem. Mas vão aumentar as falências no têxtil e no calçado. E centenas de restaurantes e lojas vão fechar. Arrastando pequenos empresários e os seus trabalhadores desqualificados e/ou envelhecidos para uma pobreza ainda maior.

Asseguram-nos que vêm aí milhares de milhões da União Europeia. Como nunca se viu. Mas como os vamos gastar? Será desta que os decisores políticos percebem que é preciso reequilibrar o país? E reduzir as desigualdades? Será desta que percebem que para ter um país mais rico é preciso pensar mais na periferia que no centro, mais no interior do que no litoral, mais na paisagem do que na capital?

Não é uma pergunta para quem está confortavelmente instalado no Terreiro do Paço. Na verdade é um desafio para quem está fora dos círculos privilegiados da corte política, económica e financeira. E a resposta, no fundo, até é simples: ou vai ou racha.

*Chefe de Redação

Velhice e pobreza... Afinal este vírus não é democrático


Ricardo Costa, diretor de informação da SIC, é o mordomo de serviço a oferecer a cafeína do Expresso Curto que pode ler aqui em baixo, já a seguir por via do clique da ordem. Ricardo abre com a pandemia e o Infarmed. Deixa perceber nas suas palavras que uma pandemia é sempre algo muito pouco ou nada de cumprir previsões. Foi sempre assim ao longo da história universal. 

Certo é que para além desta pandemia covid-19 há muitas mais pandemias. Uma delas é a pobreza extrema a que muitos cidadãos estão expostos após terem sido empurrados para ela - que os recebeu de braços abertos. Falamos da pobreza pandémica em Portugal. É deste país à beira-mar plantado que falamos.

Haverá consciência por parte do governo e instituições, que badalam tanto acerca da pobreza em Portugal, da gravidade da situação? E o presidente-espetáculo, Marcelo, que tanto fala da pobreza e se passeia por entre as suas alas sempre com um sorriso e uma palavra boazinha e cristã, terá consciência da realidade? Pelo dizer até parece que tem essa consciência, provavelmente até o valor dos mega-números, mas na realidade, dali, de Belém, não sai nada para combater a pobreza causada, agora, pela pandemia covid-19. E o governo tem demonstrado possuir a consciência e a ação para a realidade de mais de dois milhões de portugueses a afogarem-se na pobreza e a sucumbirem? Não. Na realidade, na prática, o combate à pobreza quase não existe, o que aumentou foi a burocracia e os blás-blás estéreis de políticos e outros ditos entendidos sobre a pobreza. A opção nesse combate tem sido esmolas cristãs a uns quantos, para enganar o pagode.

Assim, com tais lábias, qualquer um podia ser presidente-espectáculo ou primeiro-ministro-socialista (que fechou de vez o socialismo na gaveta). De lamentar que no jornalismo nacional não existam os que publiquem preto no branco os casos e os mega-números que cada vez mais aumentam as situações de pobreza extrema dos cidadãos portugueses ou estrangeiros a viverem em Portugal. Com denodo e muita dedicação, com objetividade, sem papas nas línguas, nem nos teclados ou nas imagens, a comunicação social devia fazer e mostrar o "filme" da realidade portuguesa sobre a pandemia da pobreza. A gerada e mantida desde sempre pelos afetos às caridadezinhas (negócio para alguns). Assim como aquela pobreza empurrada implicitamente pelo covid-19. Que agravou tudo ainda mais, sem que as respostas dos políticos governantes e dos que agem às suas ilhargas contemplem a atenção e o combate devido e efetivo, sem espetáculos enganadores, sem conversas da treta, sem sorrisos de bons cristãos cujas "boas ações" dão em nada e transparecem a branqueamento dos colarinhos, da coloração das gravatas e da hipocrisia estampada nas palavras e nos rostos. Depois... nada ou quase nada.

Afinal tudo e todos são boa gente, condoídos e bons cristãos... Pois.

Bom dia, se acaso tiverem essa oportunidade. Saiba que em Lisboa não está céu de sol e o azul deu lugar ao cinzento. Mas não falta covid-19... nem pobreza à escancaras e/ou escondida. 

Velhice e pobreza mais atacada pelo covid-19, governo assobia para o lado. E Marcelo? Afinal este vírus não é democrático, como tantos "profetas de barriga-cheia" falsamente propalaram.

Leia o Curto, a seguir.

MM ! PG

Covid-19 em Lisboa continua a atacar, mais os imigrantes...


Covid-19 em direto: quase um quarto dos novos infetados em Lisboa é imigrante, no Porto são 16%

Em desenvolvimento

Imigrantes em Lisboa representam 6,9% da população, mas 24% dos novos casos de covid-19 na região: no total são 1.618 pessoas infetadas no início de julho. 

Portugal voltou a registar um aumento dos novos casos: tem agora 44.859 infeções confirmadas, 29.714 recuperados e 1.631 vítimas mortais. 

Nas últimas 24 horas, os EUA passaram a barreira dos três milhões de infetados e são o país com mais casos de covid-19 no mundo.

Acompanhe no (Expresso) ao minuto a atualidade nacional e internacional da pandemia

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