quarta-feira, 22 de julho de 2020

O Facebook está fora de controle: se fosse um país, seria a Coreia do Norte


#Escrito e publicado em português do Brasil

Se nem o poder combinado de marcas como Unilever e Coca-Cola não assusta Mark Zuckerberg, qual poderá sancionar ou servir de contrapeso ao poder acumulado por esta plataforma de mídia social?

Carole Cadwalladr*

Não há poder neste mundo capaz de sancionar o Facebook, ou servir de contrapeso ao poder acumulado pela plataforma. Nenhuma legislatura, nenhuma agência de aplicação da lei, nenhum agente regulador. O Congresso dos Estados Unidos falhou nessa missão. A União Europeia também. Quando as comissões de comércio só sabem impor multas: a norte-americana castigou com uma de 5 bilhões de dólares, por seu papel no escândalo da Cambridge Analytica, mas o resultado foi que o preço das suas ações aumentou.

O que torna este momento tão interessante e possivelmente vintage. Se o boicote ao Facebook por algumas das maiores marcas do mundo (Unilever, Coca-Cola e Starbucks) for bem sucedido, será porque ele objetivou atacar a única coisa que o Facebook entende: seus lucros. E se falhar, será outro tipo de marco.

Falamos de uma empresa que facilitou um ataque às eleições nos Estados Unidos por uma potência estrangeira, transmitiu um massacre ao vivo, para milhões de pessoas em todo o mundo, ajudando a incitar o genocídio.

Vou repetir com mais ênfase: ajudou a incitar o genocídio. Um relatório das Nações Unidas diz que o uso do Facebook teve “papel determinante” no incitamento ao ódio e à violência contra os rohingya em Mianmar, em ação que levou à morte de dezenas de milhares de pessoas, e fez centenas de milhares fugirem para salvar suas vidas.

Brasil regista 41 mil casos e 1367 mortes por covid em 24 horas


O Brasil registou 41.008 casos e 1367 mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo informações divulgadas esta terça-feira pelo Ministério da Saúde do país.

Desde o final de fevereiro, quando foi anunciada a primeira infeção pelo novo coronavírus no país, o Brasil acumula 2.159.654 casos e 81.487 óbitos associados à covid-19.

O Governo brasileiro adiantou que 1.465.970 pessoas já foram consideradas recuperadas da doença e outras 612.197 estão sob acompanhamento.

Um consórcio de empresas de comunicação social que também divulga os números da pandemia recolhidos junto das secretarias de saúde dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal informou que o país somou 1.346 mortes associadas à covid-19 no último dia, atingindo um total de 81.597 óbitos.

Os novos casos confirmados da doença em 24 horas chegaram a 44.887, havendo um total de 2.166.532 pessoas já infetadas no país, segundo os dados deste consórcio.

Brasil | Bolsonaro testa positivo novamente para covid-19


O presidente decidiu cancelar uma viagem que estava programa para o Piauí
Na manhã desta quarta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) informou que seu novo teste para a covid-19 deu positivo. Este é o terceiro exame que ele realiza após apresentar sintomas da doença desde o dia 7 de julho.

Bolsonaro já tinha marcado uma viagem para o Piauí, junto com o senador Ciro Nogueira (Progressistas), para continuar sua agenda de trabalhos, porém acabou desmarcando o compromisso.

O presidente estava confiante que o teste daria negativo, uma vez que não sente muitos dos sintomas da doença e já está mais de 14 dias infectado pelo vírus, que é o período, que geralmente, a covid-19 se manifesta no organismo dos doentes.

Agora, Bolsonaro seguirá em isolamento no Palácio da Alvorada, de onde tem se reunido com ministros por videoconferência.

Notícias ao Minuto

A comercialização da violência nos EUA


A sociedade dos EUA é há muito fortemente militarizada. O papel central assumido pelo complexo militar-industrial ajuda a compreender esse fenómeno: a guerra e a violência armada são componentes nucleares do imperialismo EUA. O que vem surgindo com maior nitidez nos últimos tempos é que a grande burguesia EUA, que vem privatizando parte dos instrumentos da violência de Estado, tem montado um dispositivo de guerra contra o seu próprio povo.


O assassínio de um cidadão negro por um polícia desencadeou uma onda de protestos nos Estados Unidos que pôs em destaque uma doença mais profunda que aflige a sociedade daquele país. Alguns chamam-lhe “a comercialização da violência”.

Esse fenómeno surge, pelo menos, sob três aspectos evidentes: 1) a privatização das guerras; 2) a militarização da polícia; e 3) o negócio do sistema prisional.

A história das guerras dos EUA após os ataques terroristas de 11 de Setembro acusa uma transformação notável. O Pentágono “externaliza” progressivamente a execução da guerra nas mãos de empresas privadas de segurança que proliferaram desde então. Estas, e as empresas que subcontratam, consomem agora mais da metade do orçamento nacional da Defesa. É uma forma de esconder da população o custo humano e financeiro das novas guerras.

Pacto Irão -China, virada geopolítica na Eurásia


#Escrito e publicado em português do Brasil

Negociações avançam — e revelam recuo dos EUA na região. Acordo de 25 anos prevê bilhões em cooperação energética e infraestrutura — em arranjo financeiro contra a hegemonia do dólar. Por trás de tudo, erros trágicos de Trump e Obama

Alfredo Jalife-Rahme na Sputnik News | em Outras Palavras | Tradução: Ricardo Cavalcanti-Schiel

A partir do momento da ressurreição da Rússia do cemitério geopolítico e da ascensão econômica irresistível da China, tanto o democrata Barack Obama quanto o republicano Donald Trump cometeram dois graves erros geoestratégicos na Eurásia, no contexto do declínio global e doméstico dos Estados Unidos, que têm vivido uma guerra civil sub-reptícia, a que alguns caracterizam como uma guerra de classes e/ou guerra cultural.

O erro grave de Obama foi ter lançado a Rússia nos braços da China. Os dois países conformaram então uma associação estratégica, cujo alcance e envergadura ainda não chegam a ser plenamente conhecidos pelo grande público.

Pelo seu alcance, o erro de Obama supera, inclusive, o outro cometido por Trump, incitado que foi pelo seu grande aliado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, correligionário sionista do seu genro talmúdico Jared Kushner. Netanyahu impeliu Trump a romper com o criativo acordo nuclear com o Irã ― forjado por Obama, no âmbito do assim chamado grupo “5+1”: os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha –, com o objetivo de, através da aplicação da “máxima pressão”, por meio de asfixiantes sanções econômicas, obrigar o Irã a um novo tratado, já agora favorável a Tel-Aviv. O resultado foi que Teerã também arrumou as trouxas para lançar-se nos braços de Pequim.

A guerra nos Himalaias e o xadrez mundial


Pepe Escobar [*]

Parecia saído de um thriller orientalista romântico passado nos Himalaias: soldados a lutar com pedras e barras de ferro pela calada da noite, à beira de um precipício a mais de quatro mil metros de altitude, alguns deles mergulhando para a morte num rio quase congelado e morrendo de hipotermia.

Em novembro de 1996, a China e a Índia concordaram em não usar armas de fogo ao longo da sua fronteira de 3800 quilómetros, conhecida como a Linha de Controlo Real (LAC, em inglês) que, ocasionalmente, tende a descambar em Linha Fora de Controlo.

No entanto, a de agora não foi apenas mais uma rixa nos Himalaias. É claro que se ouviram ecos da guerra sino-indiana de 1962 - que começou de maneira bem semelhante, mas que levou Pequim a derrotar Nova Deli no campo de batalha. Mas, agora, o tabuleiro estratégico é muito mais complexo, sendo parte do Grande Jogo do século XXI que está em desenvolvimento.

A situação tem de ser neutralizada. Oficiais militares de primeiro escalão chineses e indianos, por fim, encontraram-se cara-a-cara no passado fim-de-semana. E, na terça-feira, o porta-voz do Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, confirmou que "houve acordo em tomar as medidas necessárias para promover um arrefecimento da situação".

O Exército indiano concordou: "Houve consenso entre as duas partes quanto à cessação de toda e qualquer fricção no Ladakh Oriental".

No dia seguinte, 1 de Julho, esse progresso foi confirmado numa reunião por videoconferência dos três ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Índia e China, grupo também conhecido como os RIC's: Sergey Lavrov, Subrahmanyam Jaishankar e Wang Yi. O presidente Vladimir Putin, o primeiro-ministro Narendra Modi e o Presidente Xi Jinping irão encontrar-se pessoalmente à margem da cimeira do G20, a realizar-se em Novembro próximo na Arábia Saudita.

Esse encontro deverá ser a provável continuação de uma reunião especial que ocorrerá no próximo mês em São Petersburgo durante as cimeiras combinadas dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Organização de Cooperação de Xangai (OCX).

Desde 1947…

Como chegámos então até aqui?

O drama nos Himalaias começou há muito tempo, em Outubro de 1947, quando o Marajá de Caxemira assinou um Instrumento de Adesão - juntando-se ao domínio da Índia em troca de apoio militar. Como a maior parte do Raj ("Índia britânica"), a Caxemira também foi dividida: a região Oeste e Norte – agora chamada Caxemira Azad ("Livre") – e o Gilgit-Baltistan passaram a pertencer ao Paquistão; o Estado de Jamu e Caxemira tornar-se-ia uma parte autónoma da Índia; e, o que é importante para este caso, o Aksai Chin, historicamente parte do Tibete, foi incorporado na China.

Em termos pessoais, esta região, o "topo do mundo", sempre foi uma das minhas favoritas no trabalho de jornalista-viajante. Não apenas pela sua apoteose geológica inigualável e de parar a respiração, mas também pelos seus povos – os hunzakut, os baltistanis, os caxemires e os tibetanos.

As duas Caxemiras – a paquistanesa e a indiana – têm maioria muçulmana. Por onde quer que nos desloquemos sentimo-nos na Ásia Central e não na Índia. A árida Aksai Chin é praticamente despovoada, com a excepção de postos militares esparsos. O Ladakh Oriental, região integrada na Índia, em termos históricos e culturais sempre fez parte do planalto tibetano. A população é budista e fala um dialecto tibetano semelhante ao do povo de Aksai Chin.

Portugal | CHEGA MESMO DE APOLOGIA

Deputado nazi do Chega faz a saudação hitleriana. Um deputado nazi no parlamento é constitucional? (PG)
Tomando como ponto de partida uma entrevista televisiva a Riccardo Marchi, um grupo de investigadores em ciências sociais e humanas publicou no passado Sábado um texto contra esta “higienização académica do racismo e fascismo do Chega”. A entrevista é coerente com o livro, naturalmente.

Em reacção, Luís Pereira Coutinho informou-nos, também no Público, que o tal grupo era composto por 67 investigadores e partiu daí para uma defesa banal de um debate público vivo e plural. Nem por uma vez se engaja com os argumentos apresentados. Coutinho sabe contar e é praticamente tudo. Já no bem financiado blogue das direitas puras e duras, também conhecido por Observador, Rui Ramos acha que aquela tomada de posição democrática deve ficar ao lado da expulsão de académicos da universidade no tempo do fascismo, o que é coerente com as décadas de relativização e de branqueamento que já leva, do miguelismo em diante.

Colectivamente, o combate ao fascismo passa pela cabal aplicação da Constituição, proibindo formações desta natureza, mas também passa pela superação da impotência democrática do Estado nacional no campo das escolhas socioeconómicas. Já do ponto de vista da circulação académica ou no restante espaço público, não há alternativa à sujeição das ideias a um apertado escrutínio crítico. Um livro apressado, alinhando com as ideias do Chega e editorialmente oportunista sobreviverá pior desta forma. E isto incomoda muitos intelectuais das direitas. Já não escondem as tentações, as mesmas que levaram liberais como Ludwig von Mises, uma das referências explícitas do Chega no campo da economia, a saudar o fascismo italiano nos anos vinte por ter salvo o princípio da propriedade privada. Toda uma tradição a que convém estar atento sobretudo nas curvas apertadas da história.

Entretanto, António Costa Pinto diz na badana que é um livro “sério” e “desapaixonado”. É precisamente o contrário, como já argumentei numa primeira versão de uma recensão: aliás, se eu fosse dirigente da extrema-direita, aconselharia o livro aos militantes. E se a paixão de Marchi fosse assumida de início, ao invés de ser traficada no porão da isenção, poderíamos discutir noutro plano as questões da seriedade.

João Rodrigues | Ladrões de Bicicletas

Depois de Centeno, novo Ronaldo vai “recuperar” Portugal


Curto com referências e tendências pró-neoliberal-socialista (socialismo do PS, social-democracia do PSD, conservadorismo do CDS e umas pitadas do fascista Chega). Quem assina o Curto de hoje é o senhor diretor, João Vieira Pereira de seu nome. Leia a boa peça, nem que seja em diagonal.

Alguém caiu de paraquedas e traçou um plano de recuperação da economia e políticas neoliberais bem à direita radical para a fase covid-19. O sinal, a certeza, é a de que os portugueses, maioritariamente, vão passar as passas do Algarve (já está a acontecer). Mais do mesmo. Os fortes vão sair fortalecidos e os fracos vão ter de suportar uma gigantesca anemia. O pai do plano chama-se António Costa Silva, mais um Ronaldo da economia na baila, que sem ser ministro nem cousa que o valha, foi convidado para apertar o cinto das liberdades, direitos e garantias dos trabalhadores portugueses e distribuir a riqueza pelos do costume. Nanja pelos que realmente produzem. Salvo erro mais um gestor/economista, este sujeito Costa Silva. Deles estamos fartos. Peritos da austeridade, que são a maior parte dos profissionais daquela especialidade. A viverem paredes meias na promiscuidade com os mais poderosos e ricos para também eles se abastecerem de poderes (nem que sejam ocultos) e de riqueza. Além de beneficiarem dos elogios e fabricação de imagem positiva pela media tradicional e oficial, servil do neoliberalismo que desde há longos décadas nos assola e atira para a pobreza, para os ordenados miseráveis, para as pensões/reformas ainda mais miseráveis, etc.

"Com papas e bolos se enganam os tolos". Sabemos, mas há milhões de cidadãos que se deixam embalar no engano. Esquecem-se de um adágio tão real e evidente.

É certo e sabido que os gestores que conseguem tais objetivos passam a Ronaldos e a “corajosos” da economia e finanças… A repressão económica, selvagem, imoral, desumana e intolerável é a sua pedra de toque para a ascendência de estatuto perante o neoliberalismo vigente com que imensos órgãos de comunicação social nos intoxicam e nos pretendem ludibriar.

Claro que estas conclusões e análise serão consideradas extremistas para os que insistem em levar avante a atual democracia de mentira com vastos recheios de falsidade. Acautelando a manutenção da exploração dos que realmente produzem riqueza com o seu sangue e suor, muitas vezes com a sua própria vida.

Antes foi Centeno – que colhe a sua recompensa no Banco de Portugal (e em que mais?) e agora eis que do céu cai um Costa Silva cujas políticas nada têm que ver com o socialismo de facto por que o partido no governo, dito socialista, se devia reger…

Complicado, todas estas manobras do mais do mesmo. Mantém-se verdade a frase batida de que quem se lixa é o mexilhão. Esmagá-lo é objetivo. Mas não demais, porque os escravos da modernidade são necessários aos esclavagistas, aos grandes empresários, às multinacionais, aos que roubam aos povos o couro e o cabelo, além de uma vida condigna.

Bom dia. Salvé slave! (do latim)

MM | PG

UE | A vitória dos quatro feudais


Daniel Oliveira | TSF | opinião

"Não há propriamente boas notícias", avisa logo Daniel Oliveira, no espaço de Opinião habitual na TSF. O plano de recuperação acordado em Bruxelas "foi uma brutal derrota para os países do Sul e uma brutal derrota para o conjunto da Europa"

Os quatro frugais, expressão que o cronista admite "detestar", conseguiram, na perspetiva do jornalista, "uma vitória muito acima das expectativas".

"Li nas redes sociais e acho que vou começar a adotar: os quatro feudais, uma expressão que me parece mais justa", comenta.

Aos quatro feudais - Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia -, como Daniel Oliveira prefere chamar, são dirigidas várias críticas: "Só o dinheiro ficou a meio caminho, e mesmo quanto ao dinheiro, compensaram no orçamento até 2027. Não apenas impuseram condicionalismos no Fundo de Recuperação, como aproveitaram a pandemia para reforçar o seu poder político sobre os outros Estados, conseguindo impor a sua vontade, ao longo do processo que se vai seguir."

A forma encontrada para que este dinheiro seja entregue é "muito pior do que foi a troika". Daniel Oliveira deixa mesmo o aviso: "Pode acontecer isto: um país acha que outro não está a cumprir os objetivos, aciona aquele que é chamado como o super-travão, e isso suspende as transferências."

As transferências só podem portanto ser aprovadas "se uma maioria qualificada do Conselho decidir, não uma maioria simples", o que significa que "uma minoria pode bloquear o processo", explica o jornalista. Esta "maioria qualificada" é difícil de calcular, dado que está envolvido "o peso da população", por exemplo.

Morreu o realizador e radialista, voz do 25 de Abril, Luís Filipe Costa


Figura do cinema e da rádio, Luís Filipe Costa é também reconhecido pela intervenção nas ações que vieram a desencadear a Revolução dos Cravos.

Morreu o antigo diretor do serviço de noticiários do Rádio Clube Português e também pai do cineasta Pedro Costa, durante esta madrugada, aos 84 anos. Luís Filipe Costa foi jornalista e realizador, bem como radialista e argumentista, tendo iniciado a carreira no extinto Rádio Clube Português e como rádio-ator da Emissora Nacional.

Foi no Rádio Clube Português que Luís Filipe Costa interveio na Revolução do 25 de Abril, ao ler comunicados do Movimento das Forças Armadas. Os ideais revolucionários levaram-no a integrar, desde muito cedo, o Grupo Surrealista de Lisboa e o movimento político MUD Juvenil.

Já na RTP, passou a exercer funções de jornalista, realizador e argumentista. Entre as suas obras, constam "Happy End" (telefilme, entre os 30 que assinou) e "Era Uma Vez Um Alferes", adaptado a partir de "Mistérios de Lisboa", de Camilo Castelo Branco. Séries como "Uma Cidade Como a Nossa", "Arroz Doce", "Polícias", "Estúdio Um" e "Esquadra de Polícia" são também da sua autoria.

O documentário "Raul Solnado - O Estado da Graça" também marca o percurso de Luís Filipe Costa, voz fundamental da rádio e do jornalismo português, bem como um pioneiro do cinema português, da televisão e do jornalismo. Na carreira na sétima arte, também se destacam os diálogos de Camarate.

Em 1988, venceria o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de Chianchino - italiano - e o 2.º Prémio do Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz, com o telefilme "Morte d"Homem", em que participavam Francisco Moita Flores e António Capelo.

Luís Filipe Costa foi ainda galardoado com o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e com a distinção de melhor radialista nos anos de 1966 e 1974, atribuída pela Casa da Imprensa.

Nascido a 18 de março de 1936, em Lisboa, foi também na capital que o radialista morreu, aos 84 anos.

Marcelo destaca o seu "estilo inovador" como jornalista de rádio

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte do jornalista e realizador Luís Filipe Costa, considerando que será sobretudo lembrado pelo seu "estilo inovador" no Rádio Clube Português.

Numa nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado descreve Luís Filipe Costa, que morreu esta terça-feira aos 84 anos, como um "profissional exigente e cidadão empenhado" e apresenta "sinceras condolências" à sua família.

"Luís Filipe Costa, realizador, argumentista e escritor, será lembrado, antes de mais, como jornalista de rádio, nomeadamente pelo estilo inovador que emprestou ao Rádio Clube Português, emissora de que foi uma voz destacada na década de 1960 e através da qual, em 1974, leu ao país os comunicados do Movimento das Forças Armadas", refere Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República acrescenta que Luís Filipe Costa passou depois pela RTP, "onde dirigiu séries, telefilmes e documentários", e salienta que, "além de diversos prémios e reconhecimentos, recebeu, em 2011, as insígnias de comendador da Ordem da Liberdade".

TSF | Catarina Maldonado Vasconcelos, Nuno Domingues e Lusa -- 21 Julho, 2020 • 13:12

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