#Escrito
e publicado em português do Brasil
Se
nem o poder combinado de marcas como Unilever e Coca-Cola não assusta Mark
Zuckerberg, qual poderá sancionar ou servir de contrapeso ao poder acumulado
por esta plataforma de mídia social?
Carole
Cadwalladr*
Não
há poder neste mundo capaz de sancionar o Facebook, ou servir de contrapeso ao
poder acumulado pela plataforma. Nenhuma legislatura, nenhuma agência de
aplicação da lei, nenhum agente regulador. O Congresso dos Estados Unidos
falhou nessa missão. A União Europeia também. Quando as comissões de comércio
só sabem impor multas: a norte-americana castigou com uma de 5 bilhões de
dólares, por seu papel no escândalo da Cambridge Analytica, mas o resultado foi
que o preço das suas ações aumentou.
O que torna este momento tão interessante e possivelmente vintage. Se o boicote ao Facebook por algumas das maiores marcas do mundo (Unilever, Coca-Cola e Starbucks) for bem sucedido, será porque ele objetivou atacar a única coisa que o Facebook entende: seus lucros. E se falhar, será outro tipo de marco.
Falamos de uma empresa que facilitou um ataque às eleições nos Estados Unidos por uma potência estrangeira, transmitiu um massacre ao vivo, para milhões de pessoas em todo o mundo, ajudando a incitar o genocídio.
Vou repetir com mais ênfase: ajudou a incitar o genocídio. Um relatório das Nações Unidas diz que o uso do Facebook teve “papel determinante” no incitamento ao ódio e à violência contra os rohingya em Mianmar, em ação que levou à morte de dezenas de milhares de pessoas, e fez centenas de milhares fugirem para salvar suas vidas.
O que torna este momento tão interessante e possivelmente vintage. Se o boicote ao Facebook por algumas das maiores marcas do mundo (Unilever, Coca-Cola e Starbucks) for bem sucedido, será porque ele objetivou atacar a única coisa que o Facebook entende: seus lucros. E se falhar, será outro tipo de marco.
Falamos de uma empresa que facilitou um ataque às eleições nos Estados Unidos por uma potência estrangeira, transmitiu um massacre ao vivo, para milhões de pessoas em todo o mundo, ajudando a incitar o genocídio.
Vou repetir com mais ênfase: ajudou a incitar o genocídio. Um relatório das Nações Unidas diz que o uso do Facebook teve “papel determinante” no incitamento ao ódio e à violência contra os rohingya em Mianmar, em ação que levou à morte de dezenas de milhares de pessoas, e fez centenas de milhares fugirem para salvar suas vidas.