sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Sonangol: Isabel dos Santos diz que "irritou muita gente" quando quis cancelar contratos

Isabel dos Santos afirma que "irritou muita gente" ao anular contratos que lesavam a Sonangol, como o da seguradora AAA. Para a empresária, contas com muito dinheiro de pessoas ligadas à petrolífera não surpreendem.

filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que foi presidente do conselho de administração (PCA) da Sonangol durante cerca 18 meses e é arguida por alegada má gestão e desvio de fundos na petrolífera, falava hoje à rádio MFM numa entrevista centrada nos tempos em que liderou a empresa, entre junho de 2016 e novembro de 2017, período em que diz ter identificado e tentado resolver vários problemas.

empresária angolana realçou também que apresentou o diagnóstico ao executivo da altura, presidido por José Eduardo dos Santos, tendo também dado conhecimento ao então candidato à Presidência angolana João Lourenço, que a viria a exonerar, lamentando que depois da saída da sua equipa tenham regressado à Sonangol pessoas e firmas alegadamente envolvidas nos esquemas que lesavam a empresa.

Isabel dos Santos afirmou que aceitou o convite para ir "salvar a Sonangol" que se encontrava numa situação de pré-falência, sabendo que havia um "preço político" a pagar, mas com "espírito de missão".

Cabo Delgado | Alegações de violação dos direitos humanos arrepiam Bruxelas


 MOÇAMBIQUE

A Comissão Europeia considera "extremamente chocante" o relatório da Amnistia Internacional, que acusa o Exército moçambicano de atrocidades na província de Cabo Delgado. E pede uma investigação "transparente".

A comissária europeia responsável pelas Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, pede a Moçambique uma investigação "transparente e efetiva" às denúncias de violações de direitos humanos na província nortenha de Cabo Delgado.

"O recente relatório da Amnistia Internacional é extremamente chocante. Todas as alegações, incluindo as que envolvem membros das Forças Armadas de Defesa e da polícia, devem ser investigadas de forma transparente e efetiva, com total respeito pelos direitos legais tanto das vítimas como dos acusados", afirmou a comissária durante um debate no Parlamento Europeu sobre a situação no norte de Moçambique, na quinta-feira (17.09).

Jutta Urpilainen frisou que "a União Europeia advoga uma abordagem integrada e coordenada que promova a democracia, os direitos humanos e o Estado de direito […] sem esquecer a liberdade de imprensa e a sociedade civil".

Guiné-Bissau | Governo vai dialogar com grevistas do setor da Saúde?

Greve no setor de Saúde está a causar impacto no maior centro hospitalar guineense. E já há apelos: "O Governo deve engajar-se para ultrapassar a situação da greve. Estamos no momento da Covid-19".

Nas primeiras horas desta quarta-feira (16.09), apesar de alguns serviços estarem a funcionar, a DW África constatou que na maternidade do maior hospital do país, o Simão Mendes, grávidas estão a ser mandadas para a casa, por falta de assistência.

E em outros serviços, situações idênticas verificaram-se e foram relatadas pelos doentes e seus acompanhantes.

"Dizem que quem quer consulta tem de ir lá para baixo (onde há serviço mínimo), mas lá há muita gente e eu tenho febre”, contou uma doente.

Uma mãe, com filho doente, explicou: "Nós tínhamos vindo e nos mandaram de volta. Receitaram-nos o medicamento, mas não fizeram a consulta e nem nos fizeram análise".

"Estou preocupada, porque ter menino com febre e ser mandado para casa por causa da greve, não está bem. Todo o dia de ontem, ele não dormiu. Eu trouxe-o aqui mas disseram que estão em greve”, disse outra mãe.

Covid-19: Número de mortos em África subiu para os 33.403


O número de mortos em África devido à covid-19 subiu para 33.403 nas últimas 24 horas, após o registo de mais 152 vítimas mortais, com as infeções a atingirem os 1.131.838, segundo dados oficiais.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas registaram-se, nos 55 Estados-membros da organização, mais 5.923 casos de infeção.

Os recuperados são agora de 1.131.838, após o registo de mais 4.803 desde quinta-feira.

A África Austral continua a registar o maior número de casos e mortos: 16.941 mortos e 711.957. A África do Sul, o país mais afetado do continente, contabiliza agora 655.572 casos e 15.772 mortos.

O norte de África, a segunda zona mais afetada pela pandemia, tem agora 284.603 pessoas infetadas e 9.760 mortos e na África Ocidental o número de infeções é de 170.427, com 2.553 vítimas mortais.

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