quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Terrorismo em Cabo Delgado: Académico defende envolvimento internacional

Em entrevista à DW África, Lourenço do Rosário defende que Moçambique já não tem capacidades para enfrentar sozinho o conflito no norte, pelo que é importante envolvimento de outros estados da SADC e da União Europeia.

Desde 2017, a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está mergulhada num conflito armado atribuído ao alegado grupo jihadista, que já provocou a morte de mais de mil pessoas e mais de 500 mil deslocados internos.

Em entrevista à DW África, o académico Lourenço do Rosário defende que se faz necessário o envolvimento de outros Estados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da União Europeia (UE), onde Portugal e França teriam um papel proeminente.

Para o analista, a oposição moçambicana tem que ter uma agenda nacional com pontos de convergência com o Governo para resolver os grandes problemas do país.

Oficial da CIA morto em combate na Somália

#Publicado em português do Brasil

Um oficial da Agência Central de Inteligência dos EUA, CIA, foi morto em combate na Somália, noticiou o New York Times em 25 de novembro, citando ex e atuais funcionários americanos.

De acordo com o jornal, as autoridades não disseram se o agente foi morto durante uma operação antiterrorismo ou em consequência de um ataque inimigo.

O oficial, cuja identidade não foi revelada, era membro do Centro de Atividades Especiais, divisão paramilitar da CIA, e ex-membro da equipe SEAL 6 da Marinha dos Estados Unidos.

As forças dos EUA têm apoiado o Exército Nacional da Somália há anos em um impasse com a Al-Shabaab, uma afiliada da Al-Qaeda. As forças estão realizando ataques aéreos, assaltos terrestres e treinando forças somalis.

O Al-Shabaab, que atua principalmente na parte sul da Somália, tem entre 5.000 e 10.000 combatentes, de acordo com estimativas do Comando Africano dos EUA.

Em setembro, a Al-Shabaab atacou as forças dos EUA e da Somália em Jana Cabdalle com um dispositivo explosivo improvisado transportado por um veículo e morteiros. Um militar dos Estados Unidos ficou ferido no ataque.

Washington está fazendo planos para retirar mais de 600 soldados da Somália em um futuro próximo. Presidente Donald Trump pode tomar uma decisão sobre isso antes de deixar o cargo no dia 20 de janeiro.

South Front

Nota PG: Al-Shabaab é a força terrorista que opera no norte de Moçambique e já causou centenas de mortes às populações moçambicanas, assim como a destruição de infraestruturas e decapitações de dezenas de habitantes das localidades atacadas.

“Vacina da Pfizer ainda está a ser testada. Anúncio da empresa é pura propaganda”

Já se sabia que a pandemia iria ser uma tragédia para muitos e um grande negócio para outros. As grandes multinacionais farmacêuticas estão na primeira linha: ainda não produziram nenhuma, mas lucram milhões nas Bolsas de cada vez que anunciam uma vacina. Vários governos e a UE participam na encenação. Quanto às vacinas que já existem, silêncio.

Na passada segunda-feira a multinacional norte-americana Pfizer anunciou, com grande alarde, que tinha uma vacina contra a Covid 19 com 90% de eficácia. Quase imediatamente o ministro da Saúde, Salvador Illa, anunciou por sua vez que o governo da Espanha comprará 20 milhões de unidades dessa vacina, que será administrada a 10 milhões de pessoas no início do próximo ano.

Os principais meios de comunicação do país celebraram a notícia como se ela significasse que, finalmente, havia sido encontrado o remédio definitivo para acabar com a pandemia. Mas existem realmente dados científicos que justifiquem esse exorbitante optimismo?

A dirigente do Red Roja e especialista em Saúde Pública, Nines Maestro, consultada sobre este assunto por Canarias semanal, explica que:

“A realidade é que, até ao momento, a única coisa que há sobre esta vacina é um comunicado da mesma empresa, que reconhece aliás que a referida vacina apenas passou a fase 1 dos testes, para iniciar agora a fase 2- 3″.

A corrupção dos Biden

O New Yok Post, de 14 de Outubro de 2020, revela que o FBI apreendeu em Dezembro passado um disco rígido pertencente a Hunter Biden, filho do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden [1].

A polícia criminal federal (Polícia Judiciária- ndT) investigava suspeitas de corrupção dos Biden na Ucrânia. Hunter, que não tem qualquer conhecimento na matéria, tornou-se com efeito, em 2014, administrador da companhia de gás ucraniana Burisma Holdings, pouco depois do Golpe de Estado do EuroMaidan e na altura em que o seu pai era Vice-Presidente dos Estados Unidos [2]. Quando o governo pró-EUA tentou apreender $ mil milhões (1 bilhão-br) de dinheiro fraudulento da Burisma Holdings, Hunter fez valer as suas conexões a fim de fazer demitir o Procurador-Geral (Promotor-br) (que investigava o caso- ndT).

Joe Biden negou estar pessoalmente implicado nos negócios do seu filho. Ele lamentou igualmente a adicção do seu filho a diversas drogas e garantiu que ele se tinha curado disso.

Após o fracasso do processo de impugnação (impeachment-br) contra o Presidente Donald Trump, o Partido Democrata acusou-o de instrumentalizar a Administração dos Estados Unidos contra o seu rival político fazendo um estardalhaço sobre este pretenso caso Burisma Holdings.

No entanto, o computador apreendido pelo FBI acaba de mostrar os seus segredos. Para além de vários vídeos de Hunter fumando crack ou tendo sexo com várias garotas, o computador continha “e-mails” trocados entre o filho e o pai que atestam a implicação deste último.

Rede Voltaire | Tradução Alva | em Oriente Midia


[1] “Smoking-gun email reveals how Hunter Biden introduced Ukrainian businessman to VP dad”, by Emma-Jo Morris and Gabrielle Fonrouge; “WH press secretary locked out of Twitter for sharing Post’s Hunter Biden story” , by Steven Nelson, New York Post, October 14, 2020.

[2] “Na Ucrânia, filho de Joe Biden junta o útil ao agradável”, Tradução Alva, Rede Voltaire, 16 de Maio de 2014.

Mar do Japão | Ameaça de batalha naval entre russos e norte-americanos

Incidente entre os contratorpedeiros Almirante Vinogradov e USS John S. McCain em águas que a Rússia diz que são suas, mas que os EUA não veem como tal.

O contratorpedeiro russo Almirante Vinogradov ameaçou abalroar o USS John S. McCain na última terça-feira, alegando que este tinha entrado cerca de dois quilómetros nas suas águas territoriais no Mar do Japão. Os norte-americanos negaram ter sido "expulsos", defendendo que estavam a afirmar os "direitos e liberdades de navegação" na zona, "desafiando as reivindicações marítimas excessivas da Rússia".

Os episódios de batalha naval entre Rússia e EUA na região da Ásia-Pacífico são recorrentes, em áreas onde as reivindicações marítimas dos vários países entram em confronto, mas os incidentes do género são raros. Apesar de o Almirante Vinogradov já ter também estado envolvido no ano passado numa quase colisão com o cruzador norte-americano Chancellorsville, no mar da China Oriental. Na altura, ambos se culparam mutuamente.

Desta vez, não chegaram tão longe. Segundo o Ministério da Defesa russo, no dia 24 de novembro, "às 06:17, hora de Moscovo, (03:17 em Lisboa) o contratorpedeiro da Marinha dos EUA John McCain, que se encontrava há alguns dias no mar do Japão, violou a fronteira da Rússia na zona do Golfo de Pedro, o Grande". O "intruso" terá entrado dois quilómetros nas suas águas antes de ser expulso.

Porque é que as vacinas para a COVID-19 vão ser uma desilusão?

A esperança aberta com a previsível chegada de vacinas eficazes contra a COVID-19, durante o mês de janeiro, corre o risco de criar uma enorme frustração nas populações. Há múltiplas razões para isso e, com o poder político debaixo de enorme pressão, parece não haver ninguém capaz de lançar medidas preventivas que impeçam a chegada desse perigoso anticlimax emocional.

Pedro Tadeu | Diário de Notícias | opinião

A primeira causa para o eventual desânimo provocado pelas vacinas contra a COVID-19 é a sua distribuição internacional. Assim que as primeiras vacinas começarem a ser dadas em qualquer parte do mundo (provavelmente nos Estados Unidos), as populações dos outros países começarão imediata e legitimamente a exigir a distribuição do medicamento nos seus países.

Se isso não for resolvido em dois ou três dias, se se atrasar uma semana ou duas, com grupos populacionais muito grandes obrigados a manterem-se em confinamento ou com graves limitações à sua liberdade de movimentos, o clima de protesto e descontentamento já prevalecente em muitos países vai subir de temperatura.

A segunda causa para o possível desalento coletivo está na distribuição nacional. Quando as primeiras vacinas chegarem a cada país e as primeiras doses forem dadas a enfermeiros e médicos, muitas pessoas não vão aceitar que só irão ter acesso a elas três ou quatro meses depois desses primeiros dias.

Quanto mais tempo passar e quanto mais medidas restritivas para a atividade humana (social, laboral, empresarial, recriativa, cultural, religiosa ou familiar) persistirem, impostas pelos governos para combaterem a propagação do vírus, mais a tensão social vai aumentar.

Portugal com mais 82 mortos e 6383 infetados com Covid-19

O número de internados nos cuidados intensivos baixou depois de duas semanas a aumentar.

Estão confirmadas 4209 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 82 do que no último boletim epidemiológico. Este é o terceiro pior dia em número de óbitos no país.

O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 280.394, mais 6383 nas últimas 24 horas. Há, neste momento, 82.241 casos ativos.

Até agora, 193.944 pessoas conseguiram recuperar, das quais 4588 no último dia.

Os hospitais portugueses contam com menos 59 internados, num total de 3192. As Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) libertaram um doente, são agora 516. O número de internados em UCI baixou depois de duas semanas a aumentar.

A região Norte voltou a registar o maior número de infetados (1985) e de vítimas mortais (43), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo.

Há 81.367 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde.

TSF | Imagem: © António Pedro Santos/Lusa

LEIA AQUI TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 -- TSF

O Exército Privado dos Banqueiros

Larry Romanoff

Durante a História recente, poucas guerras foram geradas devido a ambições políticas ou territoriais. Na História Moderna, quase todas as guerras lançadas pelo Ocidente, incluindo a Guerra Civil dos Estados Unidos e as duas Grandes Guerras Mundiais, foram guerras de banqueiros, incitadas, instigadas e financiadas pelos poderes financeiros da Europa. Anatole France, o romancista francês vencedor do Prémio Nobel, escreveu certa vez: "Você acredita que está a morrer pela pátria -  morre por alguns industriais." Podemos recordar, neste ponto, o General Smedley Butler e as suas afirmações de que as guerras eram só sobre dinheiro, sobre abrir as portas à força para que os capitalistas e os banqueiros saciassem a sua ambição desmedida.

"Passei 33 anos na Marinha, a maior parte do tempo, sendo um guarda-costas de alto gabirito do 'Big Business'  (dos Grandes Negócios), da Wall Street e dos banqueiros. Em suma, eu era um criminoso, um assassino às ordens do capitalismo. Esta factura apresenta uma contabilidade horrível. Lápides recém-colocadas, corpos mutilados. Mentes despedaçadas. Corações e lares destroçados. Instabilidade económica. Impostos pesados durante gerações e gerações. "A guerra era, em grande parte, uma questão de dinheiro. Os banqueiros emprestam dinheiro aos países estrangeiros e, quando eles não conseguem pagar, o Presidente envia os fuzileiros navais para fazerem a cobrança. Eu sei - estive em onze dessas expedições. "

Não faltam exemplos de empresas multinacionais ocidentais a cometer atrocidades económicas - e humanas - somente para obter mais lucro. Será que perdoamos essas atrocidades porque os atacantes eram brancos, democratas e acreditavam num mercado livre? Ouçam algumas algumas vozes além da minha, sobre o tema do governo dos Estados Unidos e da criminalidade empresarial. Thomas Friedman, escreveu no New York Times: "A mão oculta do mercado nunca funcionará sem um punho oculto - o McDonald's não pode evoluir sem McDonnell Douglas ..." Philip Agee, um antigo agente da CIA, publicou um livro intitulado 'Diário da CIA', no qual escreveu: "O capitalismo americano baseado na exploração dos pobres, com a sua motivação fundamentada na ganância pessoal, não pode sobreviver,  simplesmente, sem a utilização da força." John Maynard Keynes, talvez o economista mais influente da História, disse: "O capitalismo é a crença extraordinária de que os homens mais perversos, motivados pelos motivos mais desumanos, trabalharão, de alguma forma, para o benefício de todos."

William Greider escreveu:

"As grandes multinacionais não estão dispostas a encarar as contradições morais e económicas do seu comportamento - produzindo nas ditaduras de baixos salários e vendendo às democracias de altos salários. Na verdade, a qualidade impressionante das empresas globais é a facilidade com que o capitalismo de mercado livre põe de lado os seus supostos valores, a fim de fazer negócios. Desde que a procura do mercado seja robusta, as condições da liberdade humana não são importantes. Se for o caso, a ausência de liberdade empresta ordem e eficiência às suas operações."

Richard Barnet escreveu em 'Intervention and Revolution': "Os Estados Unidos apoiam as ditaduras da direita na América Latina, no Sudeste Asiático e no Médio Oriente ... porque elas representam os governantes que amarraram o seu destino político pessoal às fortunas das empresas multinacionais americanas nesses países ... Os dirigentes revolucionários ou nacionalistas têm eleitorados e interesses políticos radicalmente diferentes. Para eles, criar "um bom clima de investimento" para os Estados Unidos e desenvolver o país são objectivos fundamentalmente opostos. Por esta razão, se esses dirigentes revolucionários forem eleitos, os Estados Unidos têm um forte benefício económico quando impedem que esses mesmos dirigentes cheguem ao poder, ou quando providenciam a sua remoção."

De um artigo no The Third World Traveller: "Os CEOs da maioria das maiores empresas do mundo tomam decisões diariamente, que destroem a vida de inúmeros seres humanos. Apenas cerca de 1 a 3 por cento da população é constituído por sociopatas - pessoas que não têm sentimentos humanos normais e podem facilmente ir dormir à noite depois de ter feito coisas horríveis. E desse 1 por cento de sociopatas, há provavelmente apenas uma fracção de um por cento com educação universitária. ... Portanto, há uma grande escassez de pessoas para administrar corporações monopolísticas e destrutivas modernas, cujos accionistas têm de pagar milhões para que trabalhem. E, sendo sociopatas, aceitam o dinheiro de bom grado, sem qualquer preocupação com as consequências sociais.

Arábia Saudita: seria o príncipe bonapartista?

#Publicado em português do Brasil

Na monarquia teocrática do Oriente Médio, MBS realiza “reformas” e privatizações, abafado-as com escândalos contra os direitos humanos. Marx e Gramsci já advertiram: em crises de hegemonia, elites apelam ao bonapartismo e cesarismo

Grupo de Pesquisa Poder Global, Desigualdade e Conflito (RGPIC) | Outras Palavras

SÉRIE: A QUESTÃO FASCISTA

Nesta série de artigos, os autores Noah Bassil, Karim Pourhamzavi e Gabriel Bayarri refletem sobre a extrema direita contemporânea. Eles questionam o conceito de fascismo e fazem uma análise a partir dos conceitos de cesarismo e bonapartismo para entender o fenômeno global.

Leia a primeirasegunda e terceira partes
Título original do texto a seguir: Cesarismo e Bonapartismo: O caso da Arábia Saudita

A noção de “crise de hegemonia” ou Bonapartismo, como a entendemos hoje, pode ser inicialmente extraída dos escritos de Karl Marx no 18º Brumario de Louis Bonaparte. Consequentemente, o Bonapartismo é um fenômeno político que põe um fim a uma era política específica, como a Revolução Francesa de 1789.

A ascensão de Napoleão Bonaparte I em 1805-1814 e o processo de decomposição da Revolução Francesa para assegurar um Estado que defendesse os interesses da elite burguesa (como aconteceu com a incorporação de Louis Bonaparte em 1848-1852), são exemplos de Bonapartismo para Marx. O Bonapartismo está acima das classes e conflitos de classe em situações onde nem a burguesia nem o proletariado podem estabelecer um estrangulamento sobre o outro. É nesta situação, e com a ausência de um equilíbrio de poder entre as forças em conflito, que se abre o caminho para o “homem forte” emergir como Bonapartista e eventualmente, como foi o caso na França, preparar o cenário para o domínio da burguesia e sua hegemonia.

A estrutura teórica acima foi central para outro pensador marxista, Antonio Gramsci. Para Gramsci, uma elite dominante é hegemônica ou não hegemônica. Quando a elite dominante não é hegemônica, meios coercitivos são mais frequentemente empregados para controlar as massas do que o uso de políticas consensuais. A crise de hegemonia ocorre quando nenhuma das possibilidades é alcançada em uma luta contínua entre as forças conflitantes para estabelecer o domínio sobre seus rivais.

Teremos sempre Paris

Joana Mortágua | jornal i | opinião

Tudo isto era conhecido e tudo isto foi desprezado na defesa clubística da decisão Portela+Montijo que não hesitou em confundir o interesse nacional com o interesse de uma empresa privada estrangeira.

Junho de 2017 ficará para a história porque Donald Trump decidiu que o maior poluidor do mundo passaria a encabeçar a lista dos quatro países que não assinaram o Acordo de Paris. O anúncio satisfez os negacionistas e fascinou Bolsonaro mas chocou uma grande maioria da humanidade que entende a luta contra as alterações climáticas como uma questão de sobrevivência. Não era para menos, o Acordo de Paris pode não ser a chave da revolução ambiental mas tem o peso político de amarrar 195 países ao compromisso de redução da emissão de gases estufa a partir de 2020 e conter o aquecimento global bem abaixo de 2 ºC, uma humilde tentativa de não assar o planeta no nosso tempo de vida.

A reação dos líderes europeus não se fez esperar. Dos Estados Unidos da América disse-se que tinham “renunciado ao futuro” por não compreender que “o que aconteceu em Paris é irreversível”. António Costa lamentou que “infelizmente, o que muitos responsáveis no mundo não sabem é que temos um planeta cujo primeiro dever é preservá-lo para as gerações futuras" e o Presidente francês foi ainda mais longe ao afirmar que "Donald Trump tomou uma decisão fatal para os Estados Unidos” mas “a saída americana não suspende o Acordo de Paris. Pelo contrário, deve acelerar a aplicação". A mensagem era clara: com ou sem EUA, o acordo de Paris era para cumprir.

O que aconteceu depois é previsível mas com um twist. Enquanto António Costa ia a Madrid apresentar Portugal como um “exemplo verde” na cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas, por cá avisava a Agência Portuguesa do Ambiente de que não haveria "plano B" se o estudo de impacto ambiental chumbasse a construção do novo aeroporto no Montijo. Quando apresentou Portugal como exemplo, Costa esqueceu-se de mencionar aos seus pares internacionais que muito antes de haver qualquer estudo ambiental sobre a construção de um aeroporto na maior zona húmida do país e numa das mais importantes da Europa, a decisão já era ”irreversível”. Mais um dia no país da UE que menos cuida das suas áreas protegidas. De facto é uma infelicidade quando os responsáveis do mundo não entendem que é preciso preservar o planeta.

Orçamento luso veio para ficar e... Adeus Maradona!

O Curto do Expresso sobre Orçamento de Estado elaborado pelo Governo de Portugal, ainda pelo primado de António Costa com “acertos” de partidos apoiantes por via da abstenção. O OE vai passar e os partidos de direita clássica e radical (neofascistas) votarão contra, parece que todos esses. Parece, certo, certo só vendo. Hoje, na AR. Adeus Maradona.

Além disso há por aí, nestas terras lusas, um drama, baseado no Congresso do PCP. Aqui del-rei que o Estado de Emergência, que o covid-19, que os comunistas, que isto e aquilo, não deviam existir ou, pelo menos, poderem-se reunir em congresso. E etc., etc., e tal. E dizem-se esses tais democratas, até ao arrepio do disposto na Constituição negam e querem negar direitos democráticos, direitos constitucionais. Eis a “democraciazinha” que tais marmanjos querem impor ainda mais em Portugal… Não menos triste é vermos e chegar-nos ao olfato a dita “imprensa livre” que milhentos escribas do piorio atualmente - e de há anos para cá – vêm tomando em obediência à pauta de suas vontades e de subserviência aos seus “patrões”. Dizem-se jornalistas. Pois. Do esgoto. Não são todos mas tais chafurdas já são demais. Adeus Maradona.

Sim, Maradona bateu, pela última vez, a bota. Falhou o pontapé na morte. Diego Maradona jamais será esquecido pelos amantes da arte do futebol. Tal qual Eusébio e tantos outros. Ficam para a história do desporto rei e no coração de muitos.

Eis o Curto de hoje com a nossa “entrada”, provavelmente abusiva segundo as regras da corte do tio Balsemão Impresa de Bilderberg, simpático idoso com décadas de instalação e posse na dita comunicação social (da treta e sem ser da treta). O que segue, de autoria de um seu fiel empregado, Ricardo Costa, diretor de informação da SIC. É de ler, evidentemente.

Bom dia e paciência para aturar a atualidade dos canos das fezes que correm por aí livremente exibindo seus odores e maus aspetos. Papa quem queira. A liberdade não tem limites desde que seja respeitada a liberdade dos outros nossos concidadãos. Devia ser assim, não era? Pois.

Viva Maradona! Adeus Maradona!

MM | Redação PG

Portugal | Ânimo e confiança na luta que é preciso travar

Paula Santos | Expresso | opinião

Depois da gigantesca e reacionária campanha contra a Festa do Avante, desenvolve-se agora uma campanha contra a realização do Congresso do PCP neste fim de semana. Tal como em agosto, as motivações não estão relacionadas com a saúde pública, mas com um único objetivo – atacar deliberadamente o PCP, porque é a única força política consequente que enfrenta os interesses dominantes. Primeiro as comemorações do 25 de Abril, depois a comemoração do 1º de Maio, a Festa do Avante e agora o Congresso do PCP.

Curiosamente, quem dirige violentos ataques ao PCP, não se expressou de forma idêntica em relação à realização de espetáculos com mais de duas mil pessoas, que contaram inclusivamente com a presença do Presidente da República e do Primeiro-Ministro, às peregrinações em Fátima, à realização do Grande Prémio de Formula 1 em Portimão, porém coloca em causa a realização do Congresso do PCP, cuja preparação foi totalmente adaptada aos tempos que vivemos, reduzindo a participação a 600 pessoas, num pavilhão desportivo, sem convidados, onde tudo está a ser pormenorizadamente ponderado, como caracteriza a organização do PCP.

Ainda no passado fim de semana no Campo Pequeno decorreu uma iniciativa na área da cultura, e bem, que contou com a presença de centenas de pessoas, portanto o problema para as forças reacionárias não é a realização de uma iniciativa com mais de 600 pessoas, mas sim a realização de uma iniciativa do PCP, em que já se sabe que cumprirá todas as recomendações de saúde pública e que dá ânimo e confiança para a continuação da luta dos trabalhadores e das populações na defesa dos seus direitos e pela melhoria das condições de vida.

Votação final do OE2021 acontece hoje. Isto é o que vai mudar na sua vida

Fique a par das principais alterações que chegarão no próximo ano com o OE2021, um documento cuja aprovação está quase garantida

A votação final global do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) acontece esta quinta-feira, dia 26 de novembro, - estando a aprovação quase garantida - depois de uma maratona de quatro dias de votação das 1.500 propostas de alteração dos partidos. 

De acordo com uma nota enviada pelas Finanças à comunicação social, na quarta-feira, nas propostas aprovadas apenas com votos contra do PS - comummente designadas como 'maiorias negativas' -, "o impacto preliminar estimado na despesa é superior a 40 milhões de euros".

Fique a par das principais alterações que 'chegam' no próximo ano e vão ter impacto na sua vida, classificadas pelos seguintes temas: saúde, pensões, finanças, educação, habitação, emprego, banca, empresas, transportes, telecomunicações e cultura. 

Saúde

Baixa a 100% para trabalhadores da saúde com Covid-19 

Os trabalhadores da saúde com contrato individual de trabalho diagnosticados com covid-19 são equiparados aos funcionários públicos para efeitos de pagamento da baixa por doença. A medida, proposta pelo PCP, garante que estes trabalhadores não têm corte no rendimento base em caso de baixa por doença.

Recuperação das consultas nos cuidados de saúde primários

O parlamento aprovou uma proposta do PCP para a recuperação das consultas nos Cuidados de Saúde Primários que prevê, por exemplo, o alargamento do seu funcionamento até as 22 horas nos dias úteis. A proposta prevê que o horário de funcionamento dos cuidados de saúde primários seja alargado, funcionando até às 22:00 nos dias de semana e entre as 10:00 e as 14:00 ao sábado e fixa a atribuição de incentivo excecional na recuperação de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários.

Contratação de 935 médicos para os centros de saúde 

Foi aprovada uma proposta do PCP para a contratação de 935 médicos de família ao longo do próximo ano e de 630 enfermeiros, 465 assistentes técnicos e 110 assistentes operacionais para os centros de saúde.

Aprovado calendário para contratar 2.100 profissionais por semestre

A calendarização para o Governo proceder à contratação de 2.100 profissionais de saúde por semestre no próximo ano, para perfazer um total de 4.200 ao longo de 2021, alteração proposta pelo PS, foi aprovada.

Aprovada proposta sobre exclusividade no SNS

Uma proposta do PS para a regulamentação do regime de exclusividade dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no período pós-pandemia foi aprovada hoje no parlamento, tendo sido rejeitadas as do BE e PCP que pretendiam uma implementação mais rápida.

Reforço das unidades de saúde pública de acordo com os rácios 

O reforço proposto pelo PCP das unidades de saúde pública, criando vagas de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde ambiental de acordo com os rácios aprovados há mais de 10 anos, foi aprovado pelos deputados.

Reforço de 15 milhões para meios de diagnóstico e terapêutica

Centros hospitalares, hospitais, unidades locais de saúde e administrações regionais de saúde vão receber 15 milhões euros para a realização de mais análises clínicas e para adaptação de espaços e aquisição de equipamentos de fibroscopia.

50 anos de convergências

Mal a direita clássica (PSD e CDS) precisou dos votos da extrema-direita para retomar o poder, aceitou imediatamente negociar com esta e, pudicamente sem a incorporar no governo, assumiu no seu programa aspectos tão simbólicos quanto a restrição radical de direitos sociais e a revisão da Constituição! Mas não há novidade alguma nesta aliança.

Manuel Loff | opinião

Não foi preciso esperar muito. Mal a direita clássica (PSD e CDS) precisou dos votos da extrema-direita para retomar o poder, aceitou imediatamente negociar com esta e, pudicamente sem a incorporar no governo (hoje o regional dos Açores, no futuro o da República), assumiu no seu programa aspetos tão simbólicos quanto a restrição radical de direitos sociais (reduzir para metade os beneficiários de RSI na região onde mais pessoas dele necessitam) e a revisão da Constituição! Apesar da contestação que alguma (se virmos bem, muito pouca) direita abriu contra a direção do PSD, não há novidade alguma nesta aliança. Desde que a Democracia-Cristã italiana fez eleger em 1971 um candidato presidencial, pela primeira vez desde 1945 com os votos dos neofascistas do MSI, e desde que as direitas escandinavas passaram a incluir na sua estratégia para expulsar a social-democracia do poder partidos da extrema-direita organizados em torno do mesmo ultraliberalismo económico do Chega, as direitas clássicas da Europa ocidental têm 50 anos de convergência com a extrema-direita — exatamente a mesma convergência que levou os fascismos ao poder nos anos 20 e 30. A partir dos anos 90, a normalização da extrema-direita, por mais racista e desbocada que ela fosse, avançou decisivamente em Itália (todos os governos que Berlusconi formou desde 1994 integraram neofascistas, pós-fascistas e os racistas da Liga) e na Áustria (coligações de democratas-cristãos com a extrema-direita desde 2000), e rapidamente se estendeu pela Europa centro-oriental (ao ponto de caracterizar estruturalmente uma cultura política específica da região que reproduz o quadro que existia no período de entre guerras), a Escandinávia e o resto da Europa ocidental; desde 2002 que quase não houve governo de direita na Holanda que não integrasse a extrema-direita ou se baseasse num acordo parlamentar com ela. Alemanha, França e Grã-Bretanha parecem ser as últimas exceções.

Congressos, só de cuisine

César Príncipe

E eis que Cazal-Ribeiro, aguerrido ex-deputado da Nação, supostamente finado, reapareceu, há dias, reincorporado no Hemiciclo. Esbracejou, enrubesceu, estrebuchou, acicatou as hostes, ameaçou o Governo. Haveria que deter o Congresso do PCP, mesmo que o conclave respeitasse a Constituição, cumprisse a Lei, garantisse a Ordem, acautelasse a Saúde Pública. Não é de agora a sanha dos Cazais. Como não há condições para ilegalizar o Partido, proíba-se o Congresso. Intento ciclópico. O malvado PCP resistiu ao Tarrafal, certamente resistirá ao Cazal. Assim foi com a Festa do Avante, realizada, com todas as regras e condicionalidades, contra os vaticínios mais funestos. Pelos vistos, o PCP é gato de sete fôlegos: atravessou a República de 5 Outubro, o Fascismo de 28 de Maio, a Democracia de 25 de Abril. E prepara-se para os 100 anos. Brevemente. Em 6 de Março de 2021. Com ou sem pandemias. Que as pandemias menos passageiras são as normalizadas: as da miséria, do desemprego, da incultura, do medo e da desesperança. Não dão tréguas. Nunca deram. Raramente deixam a Humanidade em paz.

Estamos em Novembro. Uma irmandade de filhos dilectos do salazarismo-marcelismo acaba de reconstruir e reanimar uma "Aliança Democrática", proclamando a República de Rabo de Peixe, exercício para desembarque no Continente. Além deste desígnio programático, o Pacto do Rabo jura terminar com a subsídiodependência (não de banqueiros, eurofundistas e similares, não, não se trata de dar cabo de parasitas ricos, mas de alegados parasitas pobres, no caso, de crianças esfomeadas, famílias secularmente deserdadas, precocemente envelhecidas). Segundo o Pacto do Rabo, estas gentes precisam de ser despojadas do rendimento mínimo de inserção e obrigadas a trabalhar, a produzir, a poupar e a investir e reinvestir no Espírito Santo. Não no Divino do Arquipélago. Por(ventura) no Ex-DDT. Os empregos cairão dos céus. É a economia pós-moderna.

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