Martinho Júnior, Luanda
A descolonização mental em Portugal não foi feita e o 25 de Novembro de 1975 ao prolongar-se, sucedendo-se os governos do "arco de governação", reúnem os cacos do saudosismo, da mentira e da pobreza interpretativa colonial, para que desse modo sejam fluentes todos os argumentos de interesse exclusivo do domínio, que em Portugal toca as raias do cinismo, da hipocrisia e da vassalagem sem limites e sem escrúpulos!
Vem isto a propósito da morte do "militar mais condecorado do Exército português"!
Jamais os saudosistas, os mentirosos e os pobres mentais reconheceram que o colonial-fascismo ditava a sua sorte de derrota no mesmo dia em que decidiu "africanizar a guerra", recusando-se a entender que a luta de libertação em África era um processo dialético que atingia em cheio todas as "transversalidades" da época, que conduziram ao 25 de Abril de 1974!...
Assim a memória que é cultivada, prende-se a feitos, a pessoas, a "saudades", conferindo até na hora da morte luminosidade às árvores e denso nevoeiro às florestas, subvertendo a interpretação devida à história e de facto ao papel do movimento de libertação em África por dentro das "transversalidades" libertadoras que rasgaram o corpo do próprio regime e sistema colonial-fascista, particularmente desde o momento em que começou a "africanização da guerra"!
Deste lado da lógica com sentido de vida, respeitadora da humanidade e da Mãe Terra, sabemos que a guerra psicológica que é feita com o concurso da NATO e do AFRICOM sustenta por todos os meios a obstrução à premente necessidade de descolonização mental nas amplas florestas, por que de outro modo não consegue mobilizar segundo seus intentos!
Os venenos de Bicesse permitiram em Angola a "expressão democrática" de natureza etno-nacionalista e secessionista dos expedientes de desagregação que também são de colonização mental, filtrando a história conforme aos requintes da hegemonia!...
Os muitos passos atrás que foram dados, inclusive dentro do MPLA que considero de quarentena, são o alfobre dum novo processo dialético que urge desencadear, por uma Constituição angolana progressista e por que Angola é una e indivisível, de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste, conforme aos parâmetros que regeram durante uma década a independência e a soberania da República Popular de Angola, com democracia popular e uma estreita aliança cívico-militar que numa luta generalizada permitiu a vitória sobre o "apartheid" e sobre muitas das sequelas coloniais, do próprio "apartheid" e dos que assumiram de qualquer modo, por via de rebelião armada, o lado errado da história!...
Martinho Júnior -- Luanda, 15 de Fevereiro de 2021
Imagem: foto de Marcelino da mata, ora falecido
ASSIM SE FAZ A PROPAGANDA TÍPICA DE GUERRA PSICOLÓGICA CONTRA O POVO PORTUGUÊS E OS POVOS DE TODO O MUNDO, POR PARTE DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO DA VASSALAGEM AO IMPÉRIO E À NATO:
Morreu Marcelino da Mata, o militar mais condecorado no Exército português
Jornal i, em 11/02/2021
Vítima da covid-19, morreu aos 80 anos no Amadora-Sintra
O tenente-coronel na reforma Marcelino da Mata, o militar mais condecorado no Exército português, morreu esta quinta-feira, vítima de covid-19, no Hospital Amadora-Sintra, confirmou oficial do Exército à agência Lusa.
Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite Comandos.
Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra-natal e viu-se obrigado ao exílio até ao contra-golpe do 25 de Novembro.
Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército e em 1969, foi armado cavaleiro da ‘Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito’, após ter subido sucessivamente de patente, de soldado a major. Reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994.
https://ionline.sapo.pt/artigo/724517/morreu-marcelino-da-mata-o-militar-mais-condecorado-no-exercito-portugu-s?seccao=Portugal_i
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